Pulava em seu colo, lambia-lhe o
rosto como se o beijasse.
O Chico então dizia: - Ah,
Boneca, estou com muitas pulgas!
Imediatamente ela começava a
coçar o peito dele com o focinho.
Boneca morreu velha e doente.
Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e
enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Um casal de amigos, que a tudo
assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha
idêntica à sua saudosa Boneca.
A filhotinha, muito nova ainda,
estava envolta num cobertor e os presentes a pegavam no colo, sem contudo
desalinhá-la de sua manta.
A cachorrinha recebia afagos de
cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus
braços a pequena cachorra.
Ela, sentindo-se no colo de
Chico, começou a se agitar e a lambê-lo.
- Ah Boneca, estou cheio de
pulgas! disse Chico.
A filhotinha começou então a
caçar-lhe as pulgas e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram: - "Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!"
Emocionados perguntamos como isso
poderia acontecer. O Chico respondeu:
- Quando nós amamos o nosso
animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o
trazem de volta para que não sintamos sua falta.
É, Boneca está aqui, sim e ela
está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis.
Nós seres humanos, estamos na
natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos
estão para nos auxiliar.
Por isso, quem maltrata um animal
é alguém que ainda não aprendeu a amar.
Adelino da Silveira
http://www.protetoresvoluntarios.com.br/portal/modules.php?name=News&file=article&sid=42
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