O admirável
educador e escritor Mário Sérgio Cortella narra que três itens são importantes
para o comportamento saudável do cidadão: querer, poder e dever. Isto porque
nem tudo que queremos realizar podemos, assim como nem tudo que podemos fazer
devemos e nem tudo quanto devemos produzir queremos... Num período de
individualismo acentuado, no qual a predominância do ego tem prioridade,
empurrando para o consumismo, as criaturas humanas não se dão conta de que a
decantada felicidade e realizações que aspiram podem ser de fácil conquista.
Sem que sejam examinadas as possibilidades do querer em relação ao poder e ao
dever, bem como de referência ao seu próximo, muitos projetos terminam por ser
mais prejudiciais do que compensadores.
Necessário ter em
mente a empatia, considerando a situação em que se encontra o outro, não lhe
exigindo aquilo que não gostaremos que nos imponham. A capacidade de entender o
nível de consciência das demais criaturas proporciona uma visão mais complexa
para o comportamento saudável. Habituamo-nos a não cumprir com pequenos deveres
que consideramos irrelevantes e terminamos por não considerar aqueles de alta
responsabilidade como credores do nosso respeito e atenção, somente porque
extrapolam o nosso egotismo. Como consequência, vemos as aberrações de todos os
níveis tomarem conta da sociedade moderna, a ausência de lucidez de consciência
predominar, mantendo o indivíduo engessado nos seus exclusivos interesses, não
logrando alcançar a plenitude que independe do que se tem, mas sobretudo
daquilo que se realiza interiormente.
Mulheres e homens
vazios de ideais assumem o poder que não têm condições de exercer, somente
porque querem destaque e atendimento das torpes ambições. Hoje, talvez mais do
que nunca, torna-se indispensável que o nosso querer não exorbite as nossas
possibilidades de poder manter os deveres éticos e morais em alto nível para a
construção de um mundo melhor.
Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 30.7.2015.
Em 5.8.2015.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 30.7.2015.
Em 5.8.2015.
Fonte: Divaldo Franco
http://divaldofranco.com.br/
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