Adélia sempre
tivera uma vida social muito intensa. Desde criança, a mãe a estimulara a
participar de concursos de beleza infantil.
Mais tarde, foram
os concursos juvenis e a busca pela atuação como modelo.
Ela concorreu ao
título de Miss em sua cidade, pois a mãe sonhava com o
destaque social para sua única filha.
Algumas vezes, a
moça tentara se rebelar àquilo tudo, que não lhe agradava. Sempre em vão.
De fato, era muito
bonita. Seus cabelos cor de ouro, encaracolados, davam-lhe um encanto especial.
Os olhos cor de mel e o sorriso encantador pareciam portadores de magnetismo,
quando se dirigiam aos demais.
Entretanto, os
compromissos eram tantos que Adélia mal tinha tempo para si mesma. Queria ser
como suas amigas, ter uma vida comum, porém, temia magoar a mãe.
Os meses e os anos
foram passando e a deixaram desgastada, inconformada, permitindo-se enredar em
grave quadro depressivo.
A mãe,
desesperada, começou a busca pela saúde da filha.
Somente então,
Adélia ousou desabar em lágrimas e confessar ao terapeuta que não suportava
aquele tipo de vida .
Disse que
desejava, intensamente, esvaziar-se de tudo.
Não era feliz e
nunca fora. Não pretendia magoar sua mãe, não sabia como resolver o problema.
Desejava ser livre para decidir o que verdadeiramente queria para sua vida.
*
* *
Como é importante
que, na qualidade de pais e mães, nos conscientizemos de que nossos filhos são,
como nós, indivíduos.
Trazem consigo
seus sonhos, provas, expiações e mesmo, missões a cumprir.
Precisamos lhes
dar liberdade de escolha, preparando-os para viver no mundo.
Vivemos cercados
de ilusões materiais, e ainda não aprendemos a lidar com essa realidade.
Quantas vezes
sentimos uma vontade imensa de mudar de vida, buscando novas e mais atraentes
atividades?
Quantas
oportunidades de crescimento interior perdemos, por medo ou por não
termos tempo?
Quantos de nós,
chamados para uma atividade de voluntariado, dispensamos o convite?
Tudo em função de
ilusões materiais, escolhidas ou impostas.
A inconformação
que nos bate às portas do coração, gerando tristeza e caminhando para a
depressão, muitas vezes tem sua raiz em situações semelhantes à que
descrevemos.
Deixamos de
atender ao nosso eu interior, vivemos conforme a moda que o mundo dita, sem
coragem para buscar aquilo que nos seja de real valor.
Existe sempre a
necessidade de faxinarmos nosso íntimo e, se for o caso,
mudarmos nossa forma de vida.
É comum nos
esquecermos de que somos um Espírito vivendo no corpo, e que, como Espíritos,
precisamos de manutenção, de alimento condizente.
Alimentamos o
corpo. E o Espírito?
Orações, boas
leituras, boa música, meditação, conversas construtivas, programas culturais enobrecedores
são alimentos especiais para a alma.
Deixemos sempre um espaço em nossa agenda para
essas pequenas grandes coisas que fazem a diferença em nossa vida.
Redação do Momento Espírita.
Em 19.9.2015.
Em 19.9.2015.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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