Amado
Osho,
Você pode, por favor, dizer alguma coisa sobre a violência como uma expressão de rebelião?
A
violência nunca pode ser uma parte do espírito rebelde, pela simples razão de que a violência é todo o
passado da humanidade - e o rebelde quer ser descontínuo com o passado.
A violência tem sido a forma de vida por milênios. Direta ou indiretamente, temos vivido sob a violência. Nossos exércitos, nossa polícia, nossas cadeias, nossos juízes, nossas guerras, nossas assim chamadas grandes religiões, todos têm vivido em violência. E violência, reduzida à sua essência, é desrespeitosa para com a vida.
Para mim, o homem religioso, a consciência religiosa, nada mais é do que uma profunda reverência pela vida em si, porque não existe nenhum deus além da própria vida, não existe nenhum paraíso além da própria consciência. A violência é uma violação de ambas, vida e consciência. Ela é destrutiva.
O rebelde é um criador; toda a sua filosofia é aquela da criatividade. Temos vivido em destrutividade por muito, muito tempo, e qual é o benefício? É por isso que fiz uma clara distinção entre o rebelde e o reacionário. Também fiz uma distinção entre o rebelde e o revolucionário.
O reacionário é a categoria mais baixa. Ele nunca pode desconectar a si mesmo do passado. O passado é a sua orientação, ele reage contra ele. Mas se você está a favor ou contra o passado, ele permanece o seu referencial.
O revolucionário está um pouco acima do reacionário. Ele não apenas reage, mas também tem sonhos para o futuro, tem suas utopias. Mas no que se refere à violência, o revolucionário, através dos tempos, tem pensado que fins corretos podem ser atingidos por meios errados.
Eu refuto esta afirmação. Fins corretos podem ser atingidos somente por meios corretos. Através da violência você não pode conseguir uma humanidade pacífica, silenciosa, amorosa. A violência estará nas raízes, ela envenenará toda a sua superestrutura.
O rebelde tem que ser não-violento, por pura necessidade.
A não ser que ele seja não-violento, ele não pode ser o veículo de uma humanidade pacífica, sem guerras, sem classes.
Se você semear as sementes da violência, você não pode esperar e confiar que as flores não sejam afetadas pela violência. Essas flores virão das sementes que você semeou. Assim, cada revolução violenta tem criado uma outra sociedade violenta, uma outra cultura violenta.
É desonroso ver que ainda necessitamos de exércitos, que ainda necessitamos de armas nucleares. É desonroso ver que necessitamos de polícias, de tribunais, de cadeias. Uma humanidade melhor, um homem mais consciente, se livrará de todas essas coisas sem sentido que nos cercam e poluem todo o nosso ser.
O rebelde não pode ter o coração dividido. Ele não pode ser um selecionador: não pode escolher algumas coisas do passado e deixar de escolher algumas outras. O passado, como um todo, deve ser completamente negado. Somente então podemos nos livrar do barbarismo da humanidade, da crueldade, da violência e de um desrespeito pela vida e pela existência profundamente enraizado.
Reverência pela vida é minha abordagem.
O rebelde estará pronto para morrer, mas não estará pronto para matar. É um orgulho para o homem morrer por uma causa. E animalesco matar alguém, não importa o quão grande a causa possa ser. Matando, você a arruinará completamente. E olhando praticamente, o rebelde é um indivíduo contra o mundo inteiro; mesmo que ele escolha ser violento, ele será esmagado. O inimigo - o passado - tem muito mais poderes violentos em suas mãos.
O rebelde deve confiar no amor, deve confiar no estado meditativo, deve estar consciente de sua imortalidade - mesmo que seu corpo seja crucificado, ele permanecerá intocável. Aqui, não estou falando apenas da rebelião política. Estou falando sobre o rebelde individual - um fenômeno espiritual e não uma entidade política. E nenhuma espiritualidade pode aceitar a violência como um meio de atingir um fim.
A violência está simplesmente fora de questão no que se refere à minha rebelião, ao meu rebelde. Ele não pode destruir - nós já destruímos o suficiente. Ele não pode matar - nós já matamos o suficiente. É hora de acabar com toda essa maneira idiota da viver. Temos que sair desta escuridão para a luz. Mesmo que lhe custe a vida, isso está perfeitamente bem... porque o meu rebelde será basicamente um meditador.
Eu não estou concebendo o meu rebelde sem meditação; esta é a sua experiência essencial. E uma vez que você entenda que é imortal, quem estará preocupado sobre ser assassinado? E se milhões de meditadores estiverem prontos para abrir seus peitos diante das armas do velho e podre passado, existe uma possibilidade: talvez isso também traga uma mudançano coração daquelas pessoas que têm essas armas destrutivas em suas mãos.
A rebelião não foi tentada em larga escala. Apenas com o esforço de milhões de pessoas meditando, em silêncio amoroso e paz, e destruindo todos os tipos de discriminações que criam violência, estaremos abrindo o espaço, o intervalo, a descontinuidade que pode salvar o homem e a vida neste planeta.
A violência tem sido a forma de vida por milênios. Direta ou indiretamente, temos vivido sob a violência. Nossos exércitos, nossa polícia, nossas cadeias, nossos juízes, nossas guerras, nossas assim chamadas grandes religiões, todos têm vivido em violência. E violência, reduzida à sua essência, é desrespeitosa para com a vida.
Para mim, o homem religioso, a consciência religiosa, nada mais é do que uma profunda reverência pela vida em si, porque não existe nenhum deus além da própria vida, não existe nenhum paraíso além da própria consciência. A violência é uma violação de ambas, vida e consciência. Ela é destrutiva.
O rebelde é um criador; toda a sua filosofia é aquela da criatividade. Temos vivido em destrutividade por muito, muito tempo, e qual é o benefício? É por isso que fiz uma clara distinção entre o rebelde e o reacionário. Também fiz uma distinção entre o rebelde e o revolucionário.
O reacionário é a categoria mais baixa. Ele nunca pode desconectar a si mesmo do passado. O passado é a sua orientação, ele reage contra ele. Mas se você está a favor ou contra o passado, ele permanece o seu referencial.
O revolucionário está um pouco acima do reacionário. Ele não apenas reage, mas também tem sonhos para o futuro, tem suas utopias. Mas no que se refere à violência, o revolucionário, através dos tempos, tem pensado que fins corretos podem ser atingidos por meios errados.
Eu refuto esta afirmação. Fins corretos podem ser atingidos somente por meios corretos. Através da violência você não pode conseguir uma humanidade pacífica, silenciosa, amorosa. A violência estará nas raízes, ela envenenará toda a sua superestrutura.
O rebelde tem que ser não-violento, por pura necessidade.
A não ser que ele seja não-violento, ele não pode ser o veículo de uma humanidade pacífica, sem guerras, sem classes.
Se você semear as sementes da violência, você não pode esperar e confiar que as flores não sejam afetadas pela violência. Essas flores virão das sementes que você semeou. Assim, cada revolução violenta tem criado uma outra sociedade violenta, uma outra cultura violenta.
É desonroso ver que ainda necessitamos de exércitos, que ainda necessitamos de armas nucleares. É desonroso ver que necessitamos de polícias, de tribunais, de cadeias. Uma humanidade melhor, um homem mais consciente, se livrará de todas essas coisas sem sentido que nos cercam e poluem todo o nosso ser.
O rebelde não pode ter o coração dividido. Ele não pode ser um selecionador: não pode escolher algumas coisas do passado e deixar de escolher algumas outras. O passado, como um todo, deve ser completamente negado. Somente então podemos nos livrar do barbarismo da humanidade, da crueldade, da violência e de um desrespeito pela vida e pela existência profundamente enraizado.
Reverência pela vida é minha abordagem.
O rebelde estará pronto para morrer, mas não estará pronto para matar. É um orgulho para o homem morrer por uma causa. E animalesco matar alguém, não importa o quão grande a causa possa ser. Matando, você a arruinará completamente. E olhando praticamente, o rebelde é um indivíduo contra o mundo inteiro; mesmo que ele escolha ser violento, ele será esmagado. O inimigo - o passado - tem muito mais poderes violentos em suas mãos.
O rebelde deve confiar no amor, deve confiar no estado meditativo, deve estar consciente de sua imortalidade - mesmo que seu corpo seja crucificado, ele permanecerá intocável. Aqui, não estou falando apenas da rebelião política. Estou falando sobre o rebelde individual - um fenômeno espiritual e não uma entidade política. E nenhuma espiritualidade pode aceitar a violência como um meio de atingir um fim.
A violência está simplesmente fora de questão no que se refere à minha rebelião, ao meu rebelde. Ele não pode destruir - nós já destruímos o suficiente. Ele não pode matar - nós já matamos o suficiente. É hora de acabar com toda essa maneira idiota da viver. Temos que sair desta escuridão para a luz. Mesmo que lhe custe a vida, isso está perfeitamente bem... porque o meu rebelde será basicamente um meditador.
Eu não estou concebendo o meu rebelde sem meditação; esta é a sua experiência essencial. E uma vez que você entenda que é imortal, quem estará preocupado sobre ser assassinado? E se milhões de meditadores estiverem prontos para abrir seus peitos diante das armas do velho e podre passado, existe uma possibilidade: talvez isso também traga uma mudançano coração daquelas pessoas que têm essas armas destrutivas em suas mãos.
A rebelião não foi tentada em larga escala. Apenas com o esforço de milhões de pessoas meditando, em silêncio amoroso e paz, e destruindo todos os tipos de discriminações que criam violência, estaremos abrindo o espaço, o intervalo, a descontinuidade que pode salvar o homem e a vida neste planeta.
Fonte: Palavras de Osho
http://palavrasdeosho.blogspot.com.br/
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