O final do ano permite a realização de muitas reuniões para comemorar o
Natal e celebrar a amizade.
A troca de presentes na brincadeira conhecida como amigo secreto é
uma dessas.
Naquele escritório, o grupo de trabalho se reuniu. Cada um levou um
presente para oferecer. Os pacotes foram colocados numa mesa e cada
participante sorteou um número para si.
Carla viu uma pequena sacola de uma chocolataria famosa e muito cara.
Seus olhos brilharam. Não tinha possibilidade de comprar aqueles chocolates tão
finos e desejou, ardentemente, ser a felizarda que os ganharia.
Mas, para tornar a brincadeira diferente, ficou estabelecido que cada
número sorteado deveria ir até a mesa e escolher um pacote.
No entanto, se alguém desejasse, na sua vez de escolher, poderia
reivindicá-lo.
Carla não tirava os olhos da sacolinha vermelha e sonhava com o sabor
daquele chocolate. Era muito caro para seu orçamento tão apertado.
Para sua alegria, ninguém escolhia os doces. As pessoas preferiam as
sacolas grandes, mais vistosas.
Quando chegou sua vez, mal podia acreditar: finalmente, poderia saborear
o chocolate tão sonhado!
No entanto, um par de olhos a observava há um bom tempo. A gerente
percebera a atenção de Carla para a sacola.
Foi a última a ser sorteada, e não quis pegar o presente disponível. Deu
um giro pela sala, gracejando dos colegas que tentavam esconder seus presentes
e, finalmente, encaminhou-se para Carla, pedindo os chocolates.
Alguns colegas riram. Outros suspiraram aliviados. Os que conheciam
Carla e sabiam de suas dificuldades, haviam presenciado sua alegria ao pegar a
sacola e ficaram perplexos.
A gerente nem gostava de chocolate e, mesmo que gostasse, tinha
condições de adquirir. Por que fazia aquilo?
Carla ficou triste, mas sabia que a brincadeira era daquela forma.
Entregou a sacola e pegou o presente que sobrara sobre a mesa. Era um jogo de
canecas para café.
A gerente se foi, sem olhar para trás.
Ninguém tivera coragem de falar abertamente o que pensava. Afinal, era a
chefe!
Depois que ela foi embora, no entanto, começou o falatório.
Alguns se revoltaram. Aquela brincadeira desvirtuava o espírito
natalino, fomentava o egoísmo e estimulava a cobiça.
Outros defendiam que era apenas uma brincadeira e acusavam as pessoas de
não saberem brincar. Houve quem retrucasse que é nas brincadeiras que se revela
a verdadeira essência.
A discussão ia longe, com muitos ataques e poucas defesas.
Carla, inicialmente, não quis entrar na discussão. Mas acabou por se
considerar vítima e foi embora chateada.
Na segunda-feira, ao chegar ao trabalho, encontrou sobre sua mesa uma
grande sacola vermelha, repleta com os mais finos chocolates.
Junto, havia um cartão: Você merecia mais do que aquela
sacolinha. Feliz Natal.
A mulher, que todos haviam julgado, quisera fazer um agrado para Carla.
Com seu gesto, acabara ensinando uma valiosa lição sobre a
inconveniência de julgamentos apressados.
Redação do Momento Espírita.
Em 28.3.2016.
Em 28.3.2016.
Fonte: Momento
Espírita
www.momento.com.br
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