Ele era um servidor de
Jesus um tanto imperfeito. Vivia de mau humor. Reclamava de tudo e de todos.
Com tal comportamento,
natural que as antipatias se multiplicassem ao seu redor.
Por fim, era detestado
pelos que lhe compartilhavam a vida, a tal ponto que alguns resolveram compor
uma comissão e comparecer ante o superior da nobre instituição, pedindo
providências.
O superior era o papa,
um homem devotado ao bem, portador de peregrinas virtudes.
Recebeu a comissão em
audiência particular e lhe ouviu as reivindicações que incluíam um pedido de
transferência para o colega sacerdote tão complicado.
Ninguém o desejava na
equipe de trabalho, pois todos se sentiam mal com suas constantes reclamações.
Que ele fosse enviado a
um local distante, para uma tarefa isolada. Afinal, diziam os integrantes da
comissão, embora não o quisessem ao seu lado, também a ninguém desejavam tal
castigo.
De forma surpreendente,
quando concluíram o relato, o papa lhes assegurou que iria resolver a questão.
Solicitou que o
sacerdote fosse encaminhado aos seus próprios serviços. Ele o tomaria para seu
secretário particular.
Quando lhe chegou o
novo secretário, encarregou-o de uma tarefa especial.
Todos os dias, às sete
horas da manhã, ele deveria despertá-lo e informar:
Santidade, são sete
horas. O dia está lindo e o café está servido.
Na manhã seguinte,
pontualmente, pois ele era fiel cumpridor dos seus deveres, compareceu à frente
do papa e informou, conforme lhe fora ordenado:
Santidade, são sete
horas. O dia está lindo e o café está servido.
Eu sei, meu filho.
Respondeu o papa, com bondade. Os anjinhos me contaram.
E assim foi no segundo
dia, no terceiro e em todos os seguintes.
Ao final de algumas
semanas, o mal humorado servidor já se cansara de ouvir a mesma resposta do
papa.
Mas, fiel ao seu dever,
chegou pela manhã e disse:
Santidade, são sete
horas. O dia está lindo e o café está servido.
A resposta foi a mesma.
Eu sei, meu filho. Os
anjinhos me contaram.
Então, com todo o mau
humor represado há dias, explodiu o secretário:
Que anjos mentirosos!
Saiba Sua Santidade que são nove horas, está chovendo torrencialmente e eu não
preparei o café.
* * *
Isso se chama distimia,
a doença do mau humor. Difícil de ser debelada, mesmo ao contato de pessoas
pacientes e otimistas, que tudo fazem para mostrar a esse enfermo que nunca
tudo é ruim.
Se nos descobrirmos
nesse quadro, busquemos ajuda profissional e repensemos nossas atitudes.
Ajustemos as lentes da
alma e descubramos quão extraordinário é o mundo em que nos movemos, pleno de
cor, magia, encanto.
E vejamos que mesmo a
lava destruidora do vulcão em erupção, enquanto engole, em sua passagem, o que
encontra, ilumina em cores a paisagem.
Pensemos nisso!
Redação do Momento
Espírita, com base na faixa
O padre rebelde do
Vaticano, do CD O perdão e o
autoperdão, v. 1,
de Divaldo Pereira Franco,
ed. Centro Espírita
Caminho da Redenção.
Em 20.10.2016.
Fonte:
Momento Espírita
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