A CRISE E A TRANSIÇÃO
PLANETÁRIA
(parte 1 de 2)
Divaldo Franco
02/2013
Passou em Portugal em Setembro de 2012 aquele que é considerado por
muitos como o maior orador espírita da actualidade: Divaldo Pereira Franco.
Figura de destaque a nível mundial, seja no meio espírita, seja fora dele, é
reconhecido como o maior divulgador da Doutrina Espírita. Há mais de 60 anos ao
serviço do próximo, fazem dele um foco de atenção, mesmo por parte dos
cépticos. Tem conferenciado em todo o mundo, gratuitamente, com mais de 13.000
conferências em mais de 2000 cidades no Brasil e em 63 países. A sua cultura, o
seu saber, bem como a sua mediunidade (tem mais de 200 livros, com mais de 7,5
milhões de exemplares, com 211 autores espirituais - ditados pelos espíritos -
cujas receitas revertem integralmente para auxiliar os meninos da rua) são os
cartões de visita, que lhe granjeiam respeito e credibilidade. Existem cerca de
80 versões para 16 idiomas dessas obras mediúnicas, cuja venda reverte a favor
de uma obra social, de caridade, "A Mansão do Caminho, fundada em 1952,
instituição que acolhe e educa crianças, sob o regime de lares substitutos, que
hoje é um complexo educacional que atende três mil crianças e jovens de
famílias carenciadas, por dia. Divaldo tem mais de 600 filhos adotivos e mais
de 200 netos. O seu trabalho em prol da paz mundial tem-no distinguido no
Brasil e no exterior, tendo palestrado por 3 vezes na ONU, sendo Doutor Honoris
Cause por 3 Universidades (incluindo a Sorbonne), bem como Embaixador Mundial
para a Paz, por uma organização Suiça. Em entrevista que nos concedeu, aborda
questões cruciais.
Perante
os conflitos sociais em Portugal e no mundo, com os povos subjugados por grupos
financeiros internacionais, que se servem de governos corruptos, é lícito ao
espírita integrar manifestações de repúdio, em busca de uma nova ordem nacional
e internacional, ou deve abster-se, esperando que tudo se resolva conforme a
vontade de Deus? Qual o limite?
Divaldo
Franco – O espírita é,
antes de tudo, um cidadão com deveres e direitos na sociedade.
É perfeitamente lícito que repudie todos e quaisquer movimentos de
intolerância, de arbitrariedade, de abuso do poder.
Naturalmente, se as manifestações de repúdio têm
um carácter pacífico e o ideal é nobre, não derrapando em propostas
belicosos de filosofias perturbadoras, o espírita tem o direito e mesmo o dever
de contribuir para que seja revertido o quadro de dominação, em benefício do
desenvolvimento e progresso da sociedade.
Jesus foi muito claro ao responder à questão que lhe foi proposta sobre
se era lícito pagar-se os impostos ante os compromissos com a Divindade,
conforme exarado no Evangelho: Dai a César o que pertence a César e a Deus o
que pertence a Deus.
Poderemos estender o conceito às leis injustas e aos comportamentos
censuráveis, que devem ser enfrentados conforme se apresentem, embora sem o uso
das armas covardes de que são portadores...
O silêncio ante a injustiça é covardia moral e anuência ao crime.
A
Europa está envelhecida e sem gente. Estima-se que Portugal em breve passe dos
12 para os 9 milhões, e que em 2030 haja um trabalhador para um idoso. Como é
que que se vai resolver esse problema que é extensível ao resto da Europa: pela
emigração de africanos e árabes para a Europa, havendo assim uma miscigenação
de raças? Podemos dizer que, no futuro, seremos quase todos mulatos ou
mestiços na Europa? A realizar-se essa mistura, não haverá uma guerra
religiosa entre cristãos e muçulmanos, como já vai existindo um pouco por todo
o lado?
Divaldo
Franco – O
tema, pela sua complexidade e atemporalidade, escapa-me a uma apreciação,
porque eu teria que entrar no mundo subjectivo da adivinhação, das
probabilidades... Nada obstante, a Divindade dispõe de mecanismos que
solucionam os problemas em que nos escapam as soluções e, repentinamente, o
próprio progresso, nos mecanismos da tecnologia e de novas descobertas nas
diversas áreas do conhecimento, encarregar-se-á de apresentar caminhos e
comportamentos antes não vislumbrados.
Consta
que Emanuel teria mostrado a Chico Xavier um velhinho quase paralisado numa
cadeira de rodas, simbolizando a Europa do futuro.
Nostradamus
nas suas profecias, falava da 3ª guerra mundial que seria provocada pelo homem
do turbante. Poderemos ver esta profecia no contencioso entre o Irão que
pretende ser potência nuclear e Israel? Havendo uma guerra nuclear
táctica, regional, haverá fuga em massa para o Brasil, como algumas fontes
preconizam que Chico tenha previsto essa possibilidade?
Divaldo Franco – Depois da morte do venerando apóstolo da mediunidade Chico Xavier,
colocam-se muitas palavras e conceitos na sua boca, não mais estando ele entre
nós fisicamente para desmentir.
A fantasia é um arquétipo que atormenta a alma humana. Necessitando de
mecanismos de fuga, o ego apela a conceitos imaginários e derrapa nas mentiras
desnecessárias.
Confesso que desconheço essa afirmação em referência, atribuída a Chico
Xavier.
Como nunca li as profecias de Nostradamus com a profundidade que
merecem, não me atrevo a confirmar ou a negar a interrogação em torno de uma
possível guerra nuclear entre o Irão e Israel.
Toda a profecia sofre o efeito de cada época que a interpreta, e as de
Nostradamus têm sido férteis em conclusões, depois consideradas pelos ditos
“especialistas”, como inconsistentes e ilegítimas.
Desse modo, qualquer conceito de minha parte em torno do tema, seria
mais uma proposta sem apoio científico.
E quanto ao último item, em torno das fugas em massa para o Brasil,
também penso que não procedem, consideradas à luz da lógica e da razão. Deus
não tem país privilegiado, e nação alguma pode erguer-se para considerar-se
eleita para esta ou aquela finalidade.
Estando
as elites que nos governam, supostamente na casa dos 40 a 50 anos de idade,
isto significa que uma eventual rede mafiosa-financeira que governa o mundo se
manterá pelo menos mais 20 ou 30 anos enquanto se mantiverem no poder, a nível
mundial?
Divaldo
Franco – Toda e
qualquer conjuntura em torno das mudanças no planeta, especialmente na área das
finanças, está sujeita a alterações na realidade, quando passado o tempo.
Ninguém esperava, há poucos anos, a derrocada do dólar e do euro,
nos respectivos universos comerciais. E vieram as problemáticas que
ameaçam a estabilidade financeira da América do Norte e da Europa,
espraiando-se por todo o mundo depois.
Todavia, é claro, dentro de duas ou mais décadas, os dominadores de hoje
estarão no declínio da existência com os seus problemas inevitáveis ou já
desencarnados.
O importante não é que eles desapareçam, mas que surjam mentes novas e
ricas de sabedoria para solucionarem o drama da actualidade e
construírem o futuro dentro dos padrões da justiça social e da harmonia entre
os povos.
Não sendo assim, sair-se-á de um tipo de arbitrariedade financeira para
outra, aliás, como vem ocorrendo...
Joanna
de Ângelis em 2006 enviou a mensagem "Grande Transição" por seu
intermédio preconizando transformações sociais e geológicas
inimagináveis. Isso significa que o pior está para vir ou o
"inimaginável já veio? Essa transição que Joanna fala vai até 2015,
2020, 2025? Quando começará uma época de maior paz?
É
verdade que Chico Xavier preconizou a data de 2019, conforme se ventila em
alguns meios espíritas? Que lhe dizem os espíritos acerca disso?
Divaldo
Franco – Quando
a benfeitora abordou o tema da transição planetária, previa os
denominados desastres naturais e outros de natureza humana, que se
multiplicariam, como têm ocorrido.
Segundo a mesma, ainda não alcançamos o clímax da grande transição, o
que nos leva a crer em novas e colectivas dores, necessárias ao expurgo do mal
na Terra, mas não posso imaginar quais as suas causas e como se apresentariam.
Os Espíritos nobres nunca estabelecem datas, fixando acontecimentos,
porque seria propor uma fatalidade inamovível, o que fere a lei de
causa e efeito, em razão da liberdade de consciência das criaturas, o
livre-arbítrio, a mudança de atitude moral e mental, que sempre afectam essas
ocorrências, alterando-as, diluindo-as ou até mesmo eliminando-as...
Entretanto, há uma quase unanimidade entre os benfeitores que por mim se
comunicam, informando que a partir dos próximos anos 20 veremos formosos sinais
de paz e de renovação.
Quanto a essa informação atribuída a Chico Xavier, nada posso dizer,
porque ele jamais a expressou diante de mim, ou de outras pessoas do seu
relacionamento, pelo menos, que eu saiba, talvez, o haja feito a
alguma excepção...
Os
cientistas confirmam para breve uma tempestade solar cujo impacto sobre os
satélites é desconhecido (e consecutivamente sobre a vida humana).
Poderá
ser essa uma causa de desencarnações em massa, tipo "limpeza" do
planeta, já que a possível afectação dos satélites comprometeria o modus
vivendi no planeta Terra, perigosamente dependente da informática
(centrais nucleares, abastecimento de gás para aquecimento das populações,
fábricas, gps, etc...)?
Divaldo
Franco – Sem a
menor sombra de dúvida, as ocorrências solares afectam significativamente
o planeta terrestre. Segundo alguns astrónomos, por exemplo, nos dias 5
de Outubro e 25 do mesmo mês no ano de 2005, as manchas solares,
resultado das explosões nucleares no astro-rei, com tamanhos
correspondentes, respectivamente ao da Terra e ao de Júpiter,
produziram efeitos perturbadores com furações que varreram a costa Leste
americana do Norte, qual ocorreu antes com o Katrina, em Agosto do
mesmo ano, produzindo danos a mais de um milhão de vidas, especialmente na
cidade de New Orleans. Essa probabilidade de tempestade solar com impacto
danoso sobre os satélites é prevista pelos cientistas da área e acredito na sua
ocorrência.
Os
cientistas confirmam a inversão magnética dos pólos, ao longo dos anos, para
breve. O que os Espíritos lhe dizem sobre isto, tendo em conta as consequências
para os humanos?
Divaldo
Franco – Embora
nunca me tenham falado directamente, sustentam que a ocorrência terá
lugar lentamente, inclusive anotando que os últimos tsunamis têm
alterado, embora em pequena dimensão, a inclinação do eixo da Terra…
Parte 2
Parte 2
(Importante
entrevista de Divaldo Franco concedida ao Jornal de Espiritismo, em Portugal,
cuja 1ª parte foi publicada no Jornal de Espiritismo nº 55 e a 2ª parte sairá
no JDE nº 56 (Janeiro / Fevereiro de 2013).
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