O Terceiro Milênio
chegou. Embora muitos tenham apregoado que ele seria negro, ele chegou de
mansinho. E sem que nos déssemos realmente conta, estamos vivendo os dias de um
novo século e de um novo milênio.
Com a sua chegada, nos
enchemos de esperança de um mundo melhor, pleno de paz. No entanto, o Terceiro
Milênio herdou naturalmente tudo aquilo que os homens construíram nos milênios
anteriores.
Por isso, ainda temos
muitos problemas que preocupam as mentes dos homens nobres e os corações
sensíveis.
Entre esses, um dos
mais cruciais, com certeza, o problema da violência.
Os que residimos em
grandes cidades afirmamos estar cansados da violência. Afinal, não podemos sair
de casa sossegados. Se paramos o carro ao sinal vermelho, em pleno dia,
corremos o risco de sermos assaltados.
Ao andarmos pelas
avenidas, a trabalho, a passeio ou fazendo compras, nunca estamos livres de
termos a bolsa roubada, a carteira surrupiada.
Nossas crianças vão
para a escola e ficamos apreensivos. Voltarão para casa sem serem agredidas e
terem roubados os tênis, a jaqueta, o relógio?
Autoridades se reúnem,
psicólogos discutem, educadores dialogam. Todos desejam saber o que fazer para
deter a onda de violência.
E, ante tantas sugestões,
optamos por reformar e ampliar o número de presídios.
Em tudo isso, nos
esquecemos de que o problema não está no presídio, mas no homem que está lá
dentro.
Esquecemos que o que
deve ser reformado, melhorado, é o próprio ser humano. Afinal, onde está a raiz
da violência?
Está na criança
abandonada nas ruas que, sem carinho e instrução, amanhã se tornará o lobo do
seu semelhante.
A violência está no
hospital que não consegue atender com dignidade o enfermo necessitado, pela
falta de estrutura.
A violência está no
abandono a que relegamos os nossos velhos, em asilos e casas que se dizem
especializadas, onde têm abrigo, alimento e agasalho, mas não têm a atenção do
afeto.
A violência está nos
orfanatos, onde as crianças crescem sem lar, sem família e sequer conseguem ter
a ideia do que seja propriedade alheia. Porque ali tudo é de todos. Eles não
têm um cantinho seu, nada é seu.
Nem o carinho das
atendentes, pois elas precisam desdobrar-se para todos.
A violência está no
abandono da escola. Já se disse há muito: eduque-se a criança e não será
preciso punir o homem.
* * *
Antes de advogarmos a
causa da não violência por métodos violentos, tornemo-nos voluntários na ação
do bem.
Armemo-nos de coragem e
dediquemo-nos à educação de uma criança. Pode ser nosso filho, nosso sobrinho,
um parente distante, um amigo, um garoto de rua.
Armemo-nos de amor e
visitemos hospitais, espalhando o perfume de nossa presença. Se os enfermos não
têm remédio suficiente, se têm que aguardar muitas horas para serem atendidos,
terão ao seu lado alguém que os acalme, que lhes dê conforto e atenção.
O caminho da paz se
inicia no coração do homem.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em
10.1.2013.
Fonte:
Momento Espírita
www.momento.com.br
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