Humberto Pazian
Ir e vir livremente são direitos
do ser humano.
Todos estamos sempre indo e
voltando; do trabalho para a casa, da casa para a escola e desta de volta para
casa. Passeios, visitas, pequenas atividades, reuniões sociais e depois...
voltamos para casa.
Poucas vezes, nos apercebemos
disso: a importância de um ponto de partida, uma referência, um abrigo para
voltarmos sempre que transitamos de um lugar a outro. Só, ou em grupo, ou
família, a certeza de termos um espaço reservado e seguro nos aguardando,
inconscientemente, nos tranqüiliza. Muitas pessoas sentem tão forte essa
necessidade que passam quase toda a vida na busca infatigável desse local onde
possam sentir-se em "sua casa".
Muito natural e justa essa
necessidade do ser humano e, aplaudimos ainda, todo movimento, dentro da lei e
da ordem, que busque condições para que todos tenham o direito à moradia.
Todos temos o direito de viver
condignamente, direito esse, não apenas indicado pelas leis da nossa sociedade
mas, principalmente, pelas Leis Divinas. Diferentemente das leis humanas, que
por vezes não se fazem cumprir, as Divinas não se tardam e nem se desviam das
suas diretrizes.
Dissemos que ir e vir são
direitos do ser humano e, se pensarmos um pouco mais alto, poderemos entender
que também é um direito do espírito. A Lei da reencarnação nos ensina que
partimos por diversas vezes e a esta moradia voltamos sempre, embora se
ampliarmos ainda mais nossa visão, podemos captar a infinidade de mundos que o
Divino nos oferta na eternidade.
Enquanto preocupamo-nos
excessivamente na busca de uma moradia física e restrita nessa existência, Deus
nos concede todo um planeta e o Universo, para nossa moradia eterna.
O homem luta por restringir seu
espaço com paredes e muros, enquanto Deus lhes dá extensas planíces, formosos
vales e praias, num lindo e livre Orbe.
Contestam alguns dizendo que isso
é civilização. Pode ser, mas será que somos mesmo civilizados ? Cuidamos dos
mares, dos rios, das matas, da fauna e da flora com o mesmo interesse e cuidado
que dedicamos às "nossas moradias" ?
Destruímos ou deixamos destruir o
nosso belo planeta ? Matamos ou deixamos morrer seres "inferiores"
que deveríamos cuidar e amparar ? Observamos ainda, em pleno terceiro milênio,
crianças morrendo por não terem com o que se alimentar ?
Refletir sobre o que é ser
civilizado nos faria, com certeza, mudar nossos comportamentos com relação a
muita coisa.
Buscamos todos a felicidade e,
para isso, necessitamos estar de bem conosco, com nossos amigos e vizinhos, com
nosso país e com todo o planeta. Sentir a felicidade e a liberdade de caminhar
pela vida sem nada destruir, lembrando que o caminhar também se faz pela
eternidade.
Penso que uma idéia só cria
raízes quando acreditamos realmente nela. Portanto, se não refletir seriamente
nesse assunto, não passará de mais uma leitura entusiasta sobre a Mãe Natureza
e o que se deveria fazer, e não o que vamos fazer.
Caso aceite sugestões, pense em
como tem encarado sua existência neste planeta: sente que faz parte dele ou
prefere viver isoladamente ? Qual o caminho que tem buscado para sua felicidade
e quanto tempo tem dedicado em busca da verdade ? Quem tem sido seu guia
espiritual para que sinta a vida em sua plenitude e alegria ?
Reflita sobre tudo isso com
carinho e faça parte deste movimento de conscientização da vida pois, afinal,
por muitas existências ainda, faremos parte desta mesma pousada, que é parte da
grande moradia Universal.
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