quarta-feira, 6 de junho de 2012

O ARQUIVO MENTAL

Luiz Sérgio de Carvalho (espírito), 
da obra "O Mundo que Encontrei"

...os gênios não
conquistaram seu avanço
sobre os demais somente na
encarnação em que se
evidenciaram.

Que Deus abençoe a quem serve!

Quantas vezes desejaríamos deixar uma informação oportuna aos entes queridos que estão na Terra, ainda encarnados, e não encontramos meios de o fazer. A intuição simples nem sempre é assimilada, pois normalmente habituais aos encarnados que lutam pelo que na sociedade é considerado importante adquirir. Como nem sempre a estrutura espiritual dos níveis das criaturas se mede com os mesmos pesos que os da sociedade, não há assimilação possível, se faltar o alerta espiritual sob a forma de educação nesse sentido. É preciso que todos nós nos enfronhemos nas verdades eternas daquilo que em nós é eterno – o ESPÍRITO.

Sim, devemos manter nossa vida encarnada de acordo com o ambiente em que vivemos, porém nunca agir em detrimento de nosso progresso espiritual, pois foi para conseguirmos evoluir que nos foi concedida a encarnação no ambiente propício ao aprendizado indispensável a essa evolução.

Nunca é demais lembrar aos nossos irmãos encarnados sobre a necessidade de se conduzirem de forma a manter vigilância em todos os setores de suas atividades, de tal forma que abranja toda a conduta pessoal de cada um, mesmo nos momentos dos reservados solilóquios. É dentro de nós que se elabora a conduta que se manifesta ao contato com os outros. Quando não conseguimos conduzir devidamente nossas reações internas, estas, ao se externarem, apresentam dissonâncias, que provocam muitas vezes conflitos entre a maneira que desejamos ser e a que realmente apresentamos aos que nos cercam. Notem que não estamos aconselhando a se afivelarem máscaras para impressionar ou manter uma situação falsa. Aconselhamos, isto sim, o entendimento perfeito das condições que devem ser estabelecidas para que, normalmente, nossas reações se exteriorize, ou melhor, se expressem ao contato com as criaturas, de maneira condizente com os altos princípios vibratórios do Cosmo Superior.

Se essa lição estiver muito difícil de ser compreendida é porque ainda não se tentou elaborar, dentro do íntimo, uma perfeita coadunação de interesses espirituais, a ponto de se traduzirem em formas de conduta apreciáveis no sentido de estarem em vibração uníssona com os interesses da Criação.

Somos todos criaturas que tivemos início em um vasto programa de desenvolvimento evolucional iniciado há muitos milênios e já caminhamos muitas etapas, onde nossa vontade não poderia ter influído, porque ainda não estava perfeitamente desenvolvida. Expressava-se ela no desejo intenso de viver e esse impulso inicial de vida transformou-se aos poucos em desejo de melhorar as condições dessa mesma vida, ora em pequenos progressos biológicos, ora conquistando e ampliando os meios de sobrevivência e amparo material.

Olhando por esse ângulo, podemos afirmar que a inteligência ou, melhor dizendo, o princípio inteligente, está em nós desde a primitiva célula que gerou nosso organismo perispiritual. Essa inteligência deve possuir meios, cada vez maiores, de poder revelar-se através de uma mente progressivamente desenvolvida.

Entretanto essa conquista é feita pelo próprio indivíduo, e muito mais rapidamente agora no presente estágio em que se encontra a Humanidade, porque já possui condições de, por assim dizer, provocar a reforma das células - arquivo de sua mente espiritual. Essas células poderão conter maior número de informações necessárias, no momento em que tiverem de responder sobre a maneira correta de o indivíduo conduzir-se perante as leis espirituais que regem a evolução nesse campo.

Todos sabem que o Espírito não pode manifestar-se de forma normal se possui em cérebro atrofiado. As tentativas de traduzir no plano físico suas idéias transformam-se em débeis expressões, ininteligíveis aos demais. No entanto, em um cérebro bem formado e sadio, ele pode chegar às culminâncias de introduzir pensamentos absolutamente novos para o ambiente em que vive.

Para que se consiga manter a mente em constante progresso, é indispensável que estejamos arquivando incessantemente conhecimentos novos, que podem ser de dois tipos:

a) informações que recebemos através de outras mentes;

b) elaboração própria do indivíduo que realiza pesquisas no campo subjetivo, encontrando, através do seu trabalho mental, conhecimento dedutivos. Quer dizer que, baseado em sua percepção subjetiva, consegue estabelecer outras normas que o levam a adquirir conhecimentos colaterais, ou muitas vezes essenciais, que irão incorporar-se ao acervo da sabedoria do Espírito.

As noções conseguidas e elaboradas com o auxílio do corpo são mais "resistentes", fixam-se melhor. Tanto isto é verdade que os Espíritos são preparados em sua fase menos densa e depois encarnam para conquistar o que aprenderam.

As experiências terrenas da encarnação são melhor retidas na mente espiritual e auxiliam o espírito a desenvolver fisicamente o cérebro que receberá na encarnação seguinte.

Podemos afirmar sem erro que os gênios não conquistaram seu avanço sobre os demais somente na encarnação em que se evidenciaram. Foi trabalho de muito tempo.

Há que salientar-se a necessidade de darmos à nossa mente informações que a levem a arquivar dados favoráveis ao seu desenvolvimento. Se arquivamos os desfavoráveis, as respostas serão talvez confusas, errôneas, ou, mesmo, poderá haver conflito quando alcancemos a fase de elaboração subjetiva. Muitas vezes tem sido necessário "apagar" uma grande parte de informações (memória) de Espíritos, para que eles consigam novamente o equilíbrio necessário à sua evolução. É o caso dos "mumificados espirituais" que, às vezes, assim permanecem por milênios inteiros, até que haja desaparecido toda a carga destrutiva que arquivaram erradamente em várias vidas terrenas.

Há, ainda, os que destroem os centros nervosos do cérebro material por efeito de um ato da própria conduta (suicidas). Então, o agravo que lhes atingiu a matéria componente do cérebro (único meio de que dispõe a mente para se manifestar) é transmitido à estrutura mental do Espírito, que sofre o impacto regressivo, tornando-se enferma, isto é, avariada, precisando de reajuste11 .

11. No livro "Mãos Estendidas", Luiz Sérgio desenvolve estas informações, contando inúmeros processos desencarnatórios, inclusive de suicidas.

E tudo isso é muito bem organizado, a tal ponto que nos custa a crer que tamanha precisão possa existir. É tudo previsto nos mínimos detalhes e dificilmente um Espírito pode vangloriar-se de possuir um arquivo mental perfeito. Ou, corrigindo o que disse, esse Espírito naturalmente não se envaideceria e muito menos iria vangloriar-se, pois seria perfeito e isso ainda está muito longe de ser alcançado pela humanidade terrena, que nem pode ter o supremo anelo de se avistar com um deles.

Perdoe-me a "indigestão científica". Hoje vim com muito maior cabedal de conhecimentos. Só que isto que transmiti é um pálida réplica do que ouvi. Pude reunir nesta mensagem aquilo que consegui obter informação e elaboração subjetiva. Os que a lerem, provavelmente, usando o elaborado pela minha mente que registrarão como informação, irão fazer elaboração própria. Resultado: acabarão sabendo mais do que eu, isto é, chegarão a conclusões mais avançadas.

Diga à mamãe que me encontro muito bem e que tudo está certo.

Mensagem de 14/7/1974.


Fonte: Portal do Espírito

Um comentário:

Wagner Matos Ribeiro disse...

As noções conseguidas e elaboradas com o auxílio do corpo são mais “resistentes”, fixam-se melhor.
Tanto isto é verdade que os Espíritos são preparados em sua fase menos densa e depois encarnam para
conquistar o que aprenderam.
As experiências terrenas da encarnação são melhor retidas na mente espiritual e auxiliam o espírito a
desenvolver fisicamente o cérebro que receberá na encarnação seguinte.
Onde no Livro dos Espíritos podemos achar essas informações?