Joanna de Ângelis, da obra "Momentos Enriquecedores"
psicografia de Divaldo Pereira Franco
Acreditavas que a felicidade
seria semelhante a uma ilha fantástica de prazer constante e paz permanente. Um
lugar onde não houvesse preocupação, nem se apresentasse a dor; no qual os
sorrisos brilhassem nos lábios, e a beleza engrinaldasse de festa as criaturas.
Uma felicidade feita de fantasias
parecia ser a tua busca.
Planejastes a vida, objetivando
encontrar esse reino encantado, onde, por fim, descansasses da fadiga, da
aflição e fruísses a harmonia.
Passam-se anos, e somas
frustrações, anotando desencantos e amarguras, sem anelada conquista.
Lentamente, entregas-te ao
desânimo, e sentes que estás discriminado no mundo, quando vês as propagandas
apresentadas pela mídia, nas quais desfilam os jovens, belos e jubilosos,
desperdiçando saúde, robustez, corpos venusinos e apolíneos, usando cigarros e
bebidas famosas, brincando em iates de luxo, ou exibindo-se em desportos da
moda, invejáveis, triunfantes...
Crês que eles são felizes...
*
Não sabes quanto custa, em
sacrifício e dor, alcançar o topo da fama e permanecer lá.
Sob quase todos aqueles sorrisos,
que são estudados, estão a face da amargura e as marcas do ressaibo, do
arrependimento.
Alguns envenenaram a alma dos
charcos por onde andaram, antes de serem conhecidos e disputados.
Muitos se entregaram a drogas
perturbadoras, que lhes consomem a juventude, qual ocorreu com as multidões de
outros, que os anteciparam e desapareceram.
Esquecidos e enfermos, aqueles
que foram pessoas-objeto, amargam hoje a miséria a que se acolheram ou foram
atirados.
*
Felicidade, porém, é conquista
íntima.
Todos os que se encontram na
Terra, nascidos em berços de ouro ou de palha, homenageados ou desprezados,
belos ou feios, são feitos do mesmo barro frágil de carne, e experimentam, de
uma ou de outra forma, vicissitudes, decepções, doenças e desconforto.
Ninguém, no mundo terreno, vive
em regime especial. O que parece, não excede a imagem, a ilusão.
*
Se desejas ser feliz, vive, cada
momento, de forma integral, reunindo as cotas de alegria, de esperança, de
sonho, de bênção, num painel plenificador.
As ocorrências de dor são
experiências para as de saúde e de paz.
A felicidade não são coisas: é um
estado interno, uma emoção.
Abençoa os acidentes de percurso,
que denominas como desdita, segue na direção das metas, e verás quantas
concessões de felicidade pela frente, aguardando por ti.
Quem avança monte acima, pisa
pedregulhos que ferem os pés, mas também flores miúdas e verdejante relva, que
teimam em nascer ali colocando beleza no chão.
Reúne essas florezinhas em um
ramalhete, toma das pedras pequeninas fazendo colares, e descobrirás que, para
a criatura ser feliz, basta amar e saber discernir, nas coisas e nos sucessos
da marcha, a vontade de Deus e as necessidades para a evolução.
* * *
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