Joanna de Ângelis
Psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, na manhã
do dia 10 de maio de 2011, no G-19, em Zurique-Suiça.
Em 1.8.2012.
O teu compromisso com a
imortalidade é portador de grave e alta responsabilidade. Ele diz respeito ao
teu futuro espiritual, em favor do qual deves investir os teus melhores
recursos, por considerar-lhe o sentido de elevada magnitude, em razão a sua
perenidade.
Renasceste na Terra, com a
destinação luminosa, a fim de libertar-te de toda e qualquer sombra, que te vem
impossibilitando o avanço na direção da plenitude e tem sido o fator
determinante dos teus conflitos e dificuldades evolutivas.
Conhecedor, que és, dos conteúdos
sublimes da fé racional que haures na Doutrina Espírita, já não podes permitir
o luxo enfermiço da ignorância, nem as justificativas infantis em torno das
impossibilidades, que te cabem ultrapassar com naturalidade e entusiasmo.
A luz que norteia os novos
caminhos é bênção que vens fazendo jus pelos esforços contínuos de libertação
das mazelas que te têm acompanhado ao largo do tempo.
Não mais te detenhas nos
comportamentos infelizes, aqueles que proporcionam prazeres mórbidos, mas intoxicam
a mente e pervertem os sentimentos, agrilhoando-te às masmorras do atraso
moral.
És filho de Deus, que te ama,
havendo-te concedido a honra de conhecer-Lhe o Embaixador incomparável, que se
ofereceu em sacrifício espontâneo, a fim de que pudesses fruir da vida e dessa
vida que proporciona abundância.
Antes, embora sentisses a
necessidade de crescer interiormente, de fruir paz, de encantar-te com todos os
contributos com que a Natureza te felicita, encontravas-te dependente dos
instintos básicos, que nutriam as paixões primárias, impedindo-te a experiência
das emoções elevadas.
Com Jesus aprisionado nas torpes
celas do dogmatismo e da perversidade, das superstições e fórmulas
sacramentais, cuidando dos poderosos e olvidando-se dos pobres de espírito,
seguias hipnotizado pela ilusão das compensações concedidas pelo arrependimento
antes da morte, aguardando um céu de ociosidade e contemplações eternas, ou
receando o terrível inferno onde não vigem a misericórdia, nem a compaixão.
Desorientado, talvez, pela
impropriedade de tais conceituações, abraçaste o materialismo imediatista e
frustrante, buscando ignorar o sentido nobre da vida, buscando fruir tudo
quanto o momento podia oferecer, permanecendo, no entanto, interiormente vazio
de significado e desestimulado para a luta de renovação.
Nesse momento significativo,
porém, encontraste Jesus descrucificado pelo Espiritismo, o companheiro dos
desafortunados e dos vencidos, dos tristes e dos oprimidos, dos que choram sem
conforto nem esperança, os viandantes sem roteiro, o qual, de braços abertos, a
todos alberga no Seu generoso coração de Mestre irretocável.
Ouvindo-Lhe dos lábios sensíveis
a melodia imperecível do Sermão da Montanha, renasceram, na tua alma, as
esperanças, renovaram-se os teus propósitos de trabalho, renasceste para a vida
e, agora, fascinado pelo Seu exemplo de amor, tentas seguir-Lhe as luminosas
pegadas pelos ínvios caminhos da atualidade aflita.
Não vaciles, nem te permitas à
paralisação da tua marcha.
Avança resoluto e conquista o
tempo, recuperando aquele malbaratado na insensatez e na desorientação.
* * *
O teu compromisso com Jesus é
formal e trata-se de um contrato sério para todos os teus dias atuais e
futuros.
A Sua doutrina é feita de energia
e de vida, não havendo lugar, nos seus postulados, para a indecisão, a
amargura, o arrependimento da dedicação, as negociações ilícitas muito do
agrado da frivolidade humana.
Aceitaste-Lhe a companhia e a
diretriz, havendo-te prometido fidelidade e coerência existencial em relação
aos seus ensinamentos.
A coerência te facultará a
austeridade na conduta mental, verbal e comportamental, não anuindo os vícios
que predominam nos grupos sociais e aos quais eras afeiçoado, mudando de
atitude com energia e demonstrando que já não pertences mais aos círculos dos
comportamentos vãos e atormentados.
A transformação moral a que te
deves impor inicia-se através dos novos hábitos mentais e edificantes,
deixando, à margem, aqueles que te intoxicavam e produziam tormentos de vária
ordem.
As paisagens psíquicas a que te
afeiçoaste estarão sempre enriquecidas de quadros cambiantes de beleza
enriquecedora que te falam de amor e de mansidão, de alegria e de trabalho, de
esforço regenerativo e de aprendizagem.
Quando alguém sai de uma furna
onde se homiziava demoradamente, sofre a cegueira produzida pela feérica e
abundante luz. Faz-se necessário absorvê-la cuidadosamente, adaptando-lhe a
vista e acomodando-se ao deslumbramento que os olhos enfrentam e se tornará o
novo mundo de observação.
É natural, portanto, que, ao sair
das densas trevas da ignorância do bem e do abismo em sombras dos torpes
comportamentos, a nova paisagem produza um choque inicial, fascinando a pouco e
pouco, o observador que a descobre.
Cultivando a saúde emocional, o
candidato à ascensão não tergiversa, não sendo gentil para com os outros
através da defecção na própria crença, mas, delicadamente, declinando das
contribuições perturbadoras e mantendo-se íntegro, em grande fidelidade, a tudo
aquilo que hoje faz parte da sua agenda de comportamento iluminativo.
A sua grande preocupação deve
cingir-se ao combate às imperfeições que ainda o atraem aos hábitos que
reconhece doentios e de que se deseja libertar, não facultando espaços para os
devaneios inquietadores a que se encontrava acostumado.
Uma agenda de preocupações novas,
mais com o interior do que com o exterior da existência, toma-lhe os campos da
mente e enriquece-se, cada vez mais, ao constatar a grandeza da existência que
lhe passava despercebida, porque sempre estava entulhada pelo lixo das coisas
irrelevantes.
Automaticamente, modifica-lhe a
área da saúde e do bem-estar, respirando melhor o oxigênio da esperança e da
alegria real, modificando-se significativamente e de tal forma que se
surpreende ante os acontecimentos que passam a se suceder no seu caminho.
Sem dúvida, é necessária a
coerência entre o bem que se crê e como se comporta, facultando austeridade
dinâmica e não agressiva em relação a tudo e a todos.
* * *
Essa coerência sempre a
mantiveram os primeiros discípulos de Jesus, alguns dos quais abraçaram o
martírio, jubilosos, cantando as glórias do Céu com olvido dos tormentos da
Terra.
Poderiam ter abjurado, porque
lhes era concedido esse direito, sob a justificativa de que, ficando no corpo,
poderiam servir mais, trabalhar mais pela divulgação do pensamento de Jesus. No
entanto, sabiam que, nessa conduta, ocultava-se o medo do testemunho de provar
a imortalidade e a mansidão do Rabi.
Foi exatamente essa coragem
estoica e doce que surpreendia os perseguidores que mais se encolerizavam,
temendo-lhe o sublime contágio...
Como hoje não mais existem as
perseguições declaradas públicas e legais, tem em mente que as arenas são muito
mais amplas e perigosas, porque se iniciam nas fronteiras do sentimento
pessoal, alargando-se na direção do mundo inteiro.
Mantém-te vigilante, portanto,
coerente e austero na tua vivência com Jesus.
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