A humildade é uma
virtude de difícil aquisição, por exigir esforço para superar-se os instintos
que predominam em a natureza humana, especialmente o da sobrevivência.
Ao materialismo
devem-se muitos males, entre os quais aqueles que defluem dos estímulos e
aplicações pedagógicas em favor do ego e das suas mazelas. Há uma preocupação
ancestral dedicada à formação do caráter que privilegia a força pessoal, o
destaque, a independência, o poder. Essa preocupação em torno dos falsos
conceitos de que o homem não chora, o forte prevalece, o
vitorioso é aquele que soube resguardar-se, distante dos problemas alheios, demonstra
que esses são elementos perniciosos e que se opõem à humildade.
Cuida-se de
condicionar o educando à presunção, ao orgulho das suas conquistas em
detrimento da fragilidade de que todos os seres são formados.
Uma insignificante
picada de um instrumento infectado interrompe uma vida esplendorosa e um ser
triunfante.
Modesto mosquito
transmite vírus terríveis que devoram existências poderosas.
Bastaria ligeira
reflexão para a criatura humana dar-se conta da sua fraqueza ante as forças da
Vida e os fatores destrutivos que pululam em toda parte.
No sentido
inverso, a grandeza cósmica que o deslumbra, pode dar-lhe dimensão da sua
pequenez, levando-o a considerações profundas quanto ao significado
existencial.
A humildade é
virtude essencial para uma jornada feliz na Terra. Mediante a sua presença,
percebe-se quanto se deve trabalhar o íntimo para aformosear-se as aspirações e
avançar-se na solidariedade como fundamental comportamento para o equilíbrio.
Analisando-se as
conquistas conseguidas pela ciência e tecnologia, ao invés da presunção
ingênua, perceber o infinito de possibilidades a conhecer e de enigmas a
solucionar.
O deslumbramento
inicial pode levar o rei da criação, dito ser a criatura humana, a
esse estado de orgulho infantil que o ilude a respeito dos poderes que lhe
estão ao alcance das mãos para a glória e o prazer, sempre relativos, da sua
breve caminhada entre o berço e o túmulo.
A vã ilusão de
potência e domínio na mocidade e idade adulta dilui-se quando as energias
diminuem na velhice e nos períodos de enfermidade, confirmando-lhe a
fragilidade acima de toda e qualquer robustez.
A maioria dos
Hércules e Vênus do culto ao corpo, passado o período específico dos esportes e
dos exercícios exaustivos, da alimentação sob rígido controle, tomba nos graves
problemas cardiológicos e outros que o excesso de técnicas e de substâncias que
contribuem para a beleza exterior, que agora se transforma em degenerescência e
debilidade.
A experiência
terrestre tem como essencial a finalidade do autodescobrimento, do sentido de
existir, do desenvolvimento da inteligência e do Si profundo.
Utilizar-se das
ocorrências para aprimorar-se é o programa da Vida para todos.
*
Jesus, que é o
protótipo da perfeição e da beleza de que se tem notícia, apagou a Sua grandeza
na humildade para ensinar a vitória sobre as paixões inferiores.
Deu o exemplo
máximo da Sua elevação na última ceia quando, cingindo-se com uma toalha, lavou
os pés dos discípulos, demonstrando que sendo o Senhor fazia-se servo para
todos.
Incompreendido por
Pedro, que se Lhe recusara, explicou-Lhe que se o não fizesse nada teria com
Ele, e o apóstolo emocionado entregou-se-Lhe em totalidade.
A grandeza do Seu
gesto demonstra a força moral, o Seu poder de servir, deixando a lição perene
como advertência e orientação.
Cuida de
penetrar-te até às nascentes do coração, para que a mosca
azul da vaidade não pouse na tua insignificância.
Busca a
simplicidade e a compreensão existenciais, tendo em vista que tudo mais é
transitório e tem somente o valor que lhe atribuis.
Faze-te acessível
e atento para aprender com os pobres de espírito a forma de
enriquecer-te de humildade e de paz.
Nunca disputes
projeção e destaque, recordando o ensinamento de Jesus, quando informou que
os primeiros serão os últimos e estes serão os primeiros.
Afeiçoa-te ao
anonimato, não deixando sinais do bem que faças, a fim de que não sejas
exaltado, qual ocorre com muitos fúteis e irresponsáveis, que são louvados e
bajulados sem mérito real.
Mas não penses que
humildade é menosprezo, desconsideração por si mesmo, subalternidade,
escondendo conflitos de inferioridade.
A verdadeira
humildade permite o autoconhecimento em torno dos valores que são legítimos no
ser, sem os exaltar nem se engrandecer, compreendendo o quanto ainda necessitas
para atingir o ideal, tendo o prazer de sacrificar-se pelo conseguir.
*
Muitos Espíritos
reencarnaram-se com nobres missões e falharam, porque se ensoberbeceram e se
permitiram as glórias terrenas que os frustraram, abandonando-os na etapa final
da vida.
Recorda-te
daqueles outros que se apagaram na humildade, adotando o sacrifício e a
abnegação, edificando o bem em vidas incontáveis.
Bem-aventurados os
humildes de coração e ricos de amor, porque eles fruirão a plenitude.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
na reunião mediúnica da noite de 10 de agosto de
2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Em
9.9.2015.
Fonte: Divaldo Franco
http://divaldofranco.com.br/
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