No tumulto que
assola em toda parte no planeta terrestre, desequilibrando o comportamento
humano, parece não haver espaço para a harmonia, tampouco segurança para a
vivência espiritual que dignifica e tranquiliza o Espírito.
As distrações
confraternizam com as tragédias e os sorrisos misturam-se às lágrimas, numa
paisagem de ilusão e dor, que empurram suas vítimas para o desencanto, a
saturação, empobrecimento moral, o vazio existencial.
Multiplicam-se,
assustadoramente, os agentes da hipnose do consumismo, em fuga espetacular da
realidade, transformando-se em mecanismos impotentes para preencher as lacunas
da alma sedenta de paz.
Ignorando-se como
adquirir a harmonia íntima, a avalanche dos prazeres apresenta-se como a melhor
maneira de desfrutar-se das horas que se vive, não conseguindo, porém,
proporcionar bem-estar, por causa da sua fugacidade.
O número
incontável de pessoas que não possui, porque desconhece, o sentido profundo da
reencarnação, encanta-se com essas fantasias que logo são substituídas por
outras, ansiosas e instáveis, que desaparecem na voragem dos conflitos em que
sucumbem, sem consciência do que lhes acontece.
Os espetáculos de
gozo imediato e fugidio apresentam-se, sempre, multiplicados, atraindo
aficcionados, que se tornam vítimas do seu fascínio, logo transformado em
solidão e mentira.
Os deuses da
economia alertam e aprisionam os apaixonados pelo ter e pelo poder nos seus
cofres e máquinas de ações e de títulos, entusiasmando-os a ponto de se
escravizarem aos jogos das bolsas e negócios variáveis que propõem, segundo
eles, a felicidade.
Firmam o conceito
de que aqueles que são aquinhoados com a fortuna desfrutam da plenitude porque
podem adquirir tudo quanto emociona.
Paraísos de
indescritível beleza são-lhes oferecidos para os períodos de férias ou as
permanentes férias com a ausência dos sentimentos elevados.
Olvidam que
dinheiro nenhum consegue apagar a culpa no imo, oferecer afeto real e de
profundidade.
Somente quando a
razão abraça a emoção, em perfeita identidade de propósitos, é que o ser pode
experimentar plenitude que não tem as aparências das satisfações fisiológicas e
das apresentações exteriores em que o orgulho e a presunção destacam-se na
sociedade.
O homem e a mulher
necessitam de ideais engrandecedores para nutrir-se e crescer interiormente.
As aspirações
meramente materiais, as que promovem o exterior, assim que conseguidas perdem o
sentido e os abandonam sem consideração.
É nesse sentido
que o Evangelho faz falta à sociedade moderna.
* * *
Quanta saudade de
Jesus!
A Sua mensagem de
ternura e amor, repassada de misericórdia, possui o condão mágico de alterar o
significado de todas as existências.
A ingenuidade
inserta na sabedoria dos Seus ensinamentos é um poema de atualidade em todos os
tempos, que comove, propicia equilíbrio e restaura a compreensão em torno dos
deveres que a todos cabe desempenhar.
Porque elegeu os
infelizes, ergueu-os do caos em que se encontravam ao planalto da dignidade
libertadora, fez-se o mais desafiador exemplo de bondade que o mundo conheceu,
e tornou-se modelo para incontáveis discípulos fascinados pelo Seu exemplo, que
tentaram repetir a incomparável façanha da compaixão e da caridade.
Revolucionou as
convicções, nas quais predominavam o ódio e a vingança, e estabeleceu que o
amor e o perdão constituem os elementos, únicos, aliás, para a completude
individual e coletiva.
Utilizou-se de
palavras simples para explicar os dramas complexos, assim como de imagens do
cotidiano para elucidar os enigmas dos comportamentos em desvalor, que
predominavam, e ninguém jamais falou conforme Ele o fez, emoldurando as
palavras com as ações candentes da compreensão do sofrimento humano.
Ninguém valorizou
a pobreza e os testemunhos de dor como instrumentos de elevação moral, como Ele
o fez.
Nestes dias de
complexas angústias, não são diferentes as aflições que necessitam da presença
e do socorro de Jesus.
Pode-se afirmar
que são mais afligentes, em razão das circunstâncias culturais e comportamentos
alienantes, dos desafios e dos impositivos enfrentados, dos interesses em jogo,
sob o domínio do ego.
Todos esses
fatores, porém, têm as suas raízes no cerne do Espírito, resultado do seu atraso
moral dos atos reprocháveis, do descaso pelos valores dignificantes que devem
servir de roteiro seguro para a evolução.
Ante a ausência
dos afetos que lenificam as aflições morais, dos desastres resultantes dos
vícios e prisões emocionais, a figura inolvidável do Rabi faz muita falta aos
deambulantes carnais.
Incontáveis
mulheres equivocadas e criaturas endemoniadas encontram-se necessitadas do Seu
amparo, cuja grandeza enfrentou a hipocrisia vigente em imorredouros
testemunhos de afetividade.
Ricos, como
Zaqueu, e miseráveis como todos aqueles que Lhe buscaram o auxílio enxameiam e
movimentam-se sem norte ante a indiferença dos poderosos, não menos
atormentados.
Quanta saudade de
Jesus!
* * *
Refugia-te no
Amigo que não teve amigos e deixa que Ele te conduza.
Nada te perturbe
ou confunda a tua mente, face à corrosão do materialismo dominador.
Medita na Sua vida
de dedicação a todos os infelizes, que somos quase todos nós, e propaga-a
porquanto, jamais, como na atualidade, Jesus necessitou tanto ser conhecido,
para que a existência humana passe a ter sentido na sua imortalidade.
Joanna
de Ângelis.
Psicografia de
Divaldo Pereira Franco,
na sessão
mediúnica de 25.5.2015,
no Centro Espírita
Caminho da Redenção,
em Salvador,
Bahia.
Em 27.8.2015.
Fonte: Divaldo Franco
www.divaldofranco.com.br
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