Para que se instale o
transtorno depressivo no ser humano, existem causas endógenas (hereditariedade,
enfermidades infectocontagiosas, sequelas delas) e exógenas, também denominadas
como eventos da vida (culpa, depressão, ansiedade, solidão, perda do sentido existencial...).
Considerando o volumoso número de vítimas nestes dias, acredita-se que em
futuro não muito distante pode transformar-se na causa primeira dos óbitos,
superando as neoplasias malignas, as cardiopatias e outras terríveis
enfermidades. Numa cultura social individualista, consumista e sexista, não se
podem aguardar outros que não sejam esses os resultados degradantes e funestos.
A perda dos objetivos
existenciais exarados no amor, ante as ofertas do prazer incessante, alucina o
ser humano, que se transfere para o desespero do poder de qualquer expressão ao
invés da aquisição sublime do ser. Enquanto a ciência e a tecnologia avançam
ampliando os horizontes do conhecimento e ensejando bênçãos, o comportamento
moral desce aos mais baixos níveis, recordando idênticos períodos de degradação
de superadas civilizações, que naufragaram na ilusão do gozo indevido. Para
poder-se atingir determinadas metas atuais, com as exceções compreensíveis, é
necessário que se alcance os desvãos do despudor e da vulgaridade, a fim de
chamar-se a atenção e conseguir-se as migalhas da luz dos holofotes que
consomem aqueles que as buscam.
Nunca houve tanta solidão
humana: moral, fraternal e afetiva como nesse período de amarguras íntimas e de
glórias externas. Extenuado pelas extravagâncias ou batalhas contínuas, o ser
humano exausto cai na depressão. Indispensável pensar-se no valor da existência
para si mesmo e para o próximo, vivendo-se, como ensinava S. Francisco: –
Senhor! Fazei-me instrumento de vossa paz... Somente assim será
possível crescer-se na vertical do dever, restaurando-se a alegria natural que
sustenta a vida digna, sem drogadição e luxúria de qualquer tipo.
Divaldo
Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 5.11.2015.
coluna Opinião, em 5.11.2015.
Fonte: Divaldo Franco
www.divaldofranco.com.br
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