Ele se fez o irmão da pobreza, a fim de que ela
ficasse digna e enriquecedora.
Ele se tornou o irmão da Natureza, de forma que
todos vissem o Pai Criador nela refletido.
Ele se transformou no irmão as aves, elevando-as a
condições superiores.
Ele se condicionou como irmão dos animais, descendo
à mais bela comunhão de solidariedade que se conhece.
Ele se consagrou como irmão dos astros, revelando
sua realidade estrelar.
Ele dialogou com todos: os ricos e os pobres, as
águas e os servos da vida, saudáveis e enfermos, abençoando-os e atraindo-os a
si com a força irresistível do amor.
Rico, tornou-se tão pobre que a sua fortuna era
nada possuir.
Cantor, dirigiu a música da sua voz para falar em
nome de todas as vozes, principalmente daqueles que, miseráveis no mundo,
haviam perdido o direito de ter voz.
Numa época na qual os homens se isolavam nos
castelos e palácios, ou se escondiam em choças misérrimas, ele se ergueu como
ponte, unindo as criaturas.
Todos levantavam paredes, e Francisco derrubava-as.
Enquanto se apresentavam e se mantinham distâncias,
ele surgia como aproximação.
Ninguém que amasse tanto quanto ele amava.
Depois do Amigo, jamais alguém que houvesse sido
tão fiel, tão irmão de todos.
* * *
Hoje, a sua voz ainda prossegue chamando as almas
para Deus.
A força do seu verbo continua arrebatando, porque
penetra o mais profundo do ser humano, e quem a ouve nunca mais deixa de
escutar-lhe o cântico.
Os silêncios de suas meditações falam alto.
A sua ternura comove e convence.
Ele é indimensional na sua pequenez, na sua
singeleza.
A morte não o calou, a fragilidade orgânica não lhe
impediu o dever de atender o chamado do seu Senhor.
Ele continua incorruptível no ministério que mudou,
em plena Idade Média, os rumos da fé e do amor.
Quando a decadência político-religiosa se
anunciava, como decorrência do abuso do poder e das arbitrariedades, Francisco
dignificou a criatura humana, colocando-a em patamares elevados, e propôs-lhe a
felicidade com Jesus.
O mundo, depois dele, ficou diferente, qual
sucedera antes com o do seu Amado.
A simplicidade enfrentou a afronta; a pureza não
temeu a perversão.
Ele não é somente um, símbolo, mas a realidade do
próprio amor.
O seu psiquismo prossegue envolvendo a Terra, e
todos aqueles que sintonizam com a sua vibração experimentam paz e se
enriquecem de esperança.
Quando a irmã morte se lhe acercou, ele recebeu-a
sorrindo, saudou-a com uma canção: Louvado seja meu Senhor, pela nossa
morte corporal da qual nenhum homem vivente pode escapar, e penetrou,
de retorno, na Esfera dos Justos, sob o carinho do Seu Pleno Amor.
Francisco, por fim, é o irmão de Jesus, como nenhum
outro se identificou com tão grande afinidade.
Irmão Francisco:
nestes dias tumultuosos, ergue a tua doce voz e
canta outra vez aos ouvidos surdos da Humanidade o teu hino de bênçãos e de
louvor, intercedendo junto ao teu Irmão por todos nós, os pobres filhos do
Calvário!
Joanna de Ângelis
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco,
diante da tumba de São
Francisco,em Assis,
no dia 25.06.1994.
Em 15.02.2010.
Fonte: Divaldo Franco
www.divaldofranco.com.br
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