sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A RESIDÊNCIA DE CHICO


Fui VISITAR A RESIDÊNCIA mais famosa de Uberaba, a casa onde Chico morou.

Localizada no bairro Parque das Américas, hoje foi transformada em museu e está aberta à visitação.

A casa é simples. Na frente, onde seria uma garagem, foi instalada uma pequena livraria que vende livros, fotos, canetas e demais lembranças com fotos e frases do médium.

Por lá, tem-se acesso a casa, que está exatamente como Chico a deixou.

Logo na entrada há uma pequena varanda com painéis de fotos enfeitando as paredes.

Lá pode-se ter uma ideia da trajetória e importância de Chico Xavier. Existem fotos do médium com cantores, atores, apresentadores de televisão, personalidades políticas e pessoas famosas de diversas áreas.

Nas fotos, pode-se perceber claramente que os papeis de fã e ídolo se invertem.

São as celebridades que demonstram carinho explicito por Chico, embora ele não concordasse com seu mérito para tais demonstrativos e tenha passado a vida se referindo a si próprio como "apenas um cisco", "menos que um nada", "mais imperfeito que os outros", "o mais pequenino de todos", entre tantas outras frases e adjetivos que usava para se proteger de uma grande e perigosa inimiga — a vaidade.

Entro na sala e vejo que não só a varanda, mas todas as paredes da casa são cobertas de fotos e quadros.

A esquerda está a máquina que Chico usava para "passar a limpo" e datilografar as mensagens que recebia do além.

No local, encontra-se exposta uma enorme variedade de itens, como selos de cartas com o rosto de Chico, matérias de revistas, velas de seu aniversário e medalhas de títulos de cidadão honorário de várias cidades do Brasil, entre outros.

Da sala, pode-se ver o quarto minúsculo onde se encontra exposta sua cama, seus ternos, camisas, sapatos, travesseiro, sua cadeira de rodas, sua coleção de boinas e alguns itens que me chamaram a atenção em especial, como um terço pendurado sobre a cama e imagens de santos católicos.

Ao lado desse quarto está o quarto de visitas. Também pequeno quanto o anterior. Numa pequena cama, repousam quadros e revistas.

Foi nesse quarto que, certa noite, Chico teve que dormir devido a um conserto na caixa d'agua que ficava em cima do seu aposento usual.

Chico não teve dúvidas, deixou um bilhete dizendo:

-"Se algum amigo espiritual porventura estiver determinado a me proporcionar a alegria de uma visita, aviso que estarei nesta noite, somente hoje, no quarto a esquerda, onde estarei com a satisfação de receber."

A cozinha, seguindo o padrão da casa, é pequena e simples e mantém seus moveis intactos.

Em cima da mesa há um livro de visitas para aqueles que quiserem assiná-lo.

A simplicidade do local emociona e mostra como Chico não dava realmente nenhuma importância a bens materiais. A esmagadora maioria das pessoas, com raríssimas exceções, se tivesse as possibilidades de riqueza que Chico teve, não hesitaria em usá-las em benefício próprio, e cairia em tentações em algum momento. Felizmente Chico nunca caiu. E, quando indagado, respondia:

— Nunca cai porque nunca sequer me levantei... Naquela simplicidade, lembrei-me de Chico dizendo:

— Partirei desta vida sem um níquel sequer. Tudo que veio a mim, em matéria de dinheiro, simplesmente passou por minhas mãos. Graças a Deus, a minha aposentadoria dá para os meus remédios. Roupas?! Os amigos, quando acham que eu estou malvestido, me doam. Sapatos, eu custo a gastar um par. Em casa, a nossa comida é simples. Não tenho conta bancária, talão de cheques, nenhuma propriedade em meu nome, a não ser esta casa que eu já passei em cartório para outros, tenho apenas o usufruto. Nunca tive carros, nem mesmo uma carroça. De modo que, neste sentido, nada vai me pesar na consciência. Fiz o que pude pelos meus familiares, e, se não fiz mais, é porque mais eu não podia fazer.

CLAUDINEI LOPES

Fonte: A Casa do Espiritismo
http://www.acasadoespiritismo.com.br/mediunidade/chicoxavier/38%20a%20residencia%20de%20chico.htm

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