É um desafio muito difícil, dizia aquela senhora de cabelos
nevados pelo tempo, falando do convívio entre pessoas com diferentes objetivos
de vida.
Comentava que quando se casara, imaginou que seria
fácil fazer o companheiro ver o mundo com outros olhos.
Porém, a realidade na sucessão dos dias, foi
mostrando que as mudanças somente acontecem quando as pessoas querem.
Ela fora professora e se entregava, de coração, ao
trabalho voluntário, auxiliando os demais a enfrentar a vida com alegria.
Seu companheiro, no entanto, era comerciante e seu
sonho era a autorrealização no campo das finanças.
Para ele, todos deveriam lutar pelas conquistas
materiais para favorecer a vida na velhice.
Por isso, cobrava dela mais colaboração na
conquista de bens que pudessem constituir riqueza.
Passados anos, idosa, ela lhe disse que desejaria
cursar uma faculdade. Era seu sonho.
Dele recebeu somente críticas pela sua maneira de
encarar a vida como se fosse uma fantasia.
Será que ela não percebia que estava próxima da
idade de morrer? Para que criar ilusões?
Ela silenciou, com o coração retalhado.
Mais tarde, com os ânimos amenizados, ela lhe disse
que a diferença de visão entre eles, era somente de uma letra.
E explicou: Você sempre lutou por ter mais.
Mais dinheiro, mais propriedades, mais títulos. Quanto a mim, o meu sonho era e
continua sendo somente ser. Ser melhor, intelectual e moralmente.
* * *
Nesta vida, presos à realidade material, quase
todos ficamos aturdidos e nos enamoramos pelas posses terrenas.
A busca que nos encanta é a do poder.
Lutamos incansavelmente, nos jogando na tarefa de
possuir tudo o que nos possa destacar.
O poder do dinheiro nos faz sentir uma falsa
superioridade junto aos demais, porque podemos adquirir o que quisermos.
Dizem os sábios que quando desejarmos conhecer
profundamente um indivíduo basta lhe conferirmos qualquer poder.
São ilusões materiais que cegam e nos apresentam
esse suposto ar de superioridade.
Jesus, que conhecia profundamente as almas humanas,
alertou-nos a respeito das posses que deveríamos acumular.
Seus ensinamentos visavam as riquezas espirituais,
as únicas que, depois de conquistadas, nada, nem ninguém, nos poderá retirar.
Disse-nos dos talentos que devemos trabalhar em
nós, a fim de nos enriquecermos intimamente.
Naturalmente, enquanto na Terra, necessitamos
buscar meios honestos de ganharmos o pão de cada dia, garantindo-nos o
sustento.
Porém, como somos estrangeiros,
passando uma temporada na Terra, não podemos nos descuidar da bagagem que
levaremos ao retornar à casa verdadeira, que nos aguarda.
Essa bagagem é constituída do conhecimento que
adquirirmos, dos sentimentos que burilarmos e do bem que fizermos.
Somos Espíritos imortais em busca de luz.
Somente o amor e a sabedoria têm o poder de nos
conferir enriquecimento definitivo.
Saibamos optar pelo caminho que nos faça brilhar
interiormente, irradiando luz ao nosso redor.
E, então, simplesmente, sejamos felizes.
Redação do Momento Espírita.
Em 8.7.2017.
Em 8.7.2017.
Website: Momento Espírita
www.momento.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário