A cada um segundo suas obras, ensinou o Mestre de Nazaré, há mais de dois mil anos.
A frase sintetiza perfeitamente a Lei de Justiça.
E o homem tem sofrido amargamente toda vez que não segue
a preciosa máxima.
Recordamo-nos de um professor de tradicional escola, que
promovia um concurso anual.
Tratava-se de eleger César. Isto mesmo, o Imperador romano de tantas
glórias.
O concurso objetivava, naturalmente, estimular os alunos
a debruçar-se de forma ímpar, sobre a História romana.
Ano a ano, o concurso, um verdadeiro duelo na área do conhecimento,
movimentava professores, pais e alunos.
César, além da toga
romana, recebia a coroa de louros da vitória.
Sua foto passava a figurar na ala do colégio dedicada
aos Césares.
O coordenador tinha em sua classe um aluno muito
problemático. Indisciplinado, desordeiro, agressivo, era o terror de todos os
professores.
Pois o coordenador resolveu nele investir. Falou-lhe de
suas potencialidades e o desafiou a ser César.
O garoto pareceu se modificar. Passou a estudar,
aplicando-se. Tão entusiasmado ficou que o coordenador resolveu lhe dar uma
mãozinha.
Emprestou-lhe um livro, sinalizando, embora sutilmente, o
capítulo que ele deveria estudar.
Seu desejo? Que ele ficasse entre os três finalistas para
disputar a coroa de louros.
Como ele não conseguisse a classificação, o professor
conferiu-lhe nota indevida, em detrimento de quem deveria ser o verdadeiro
classificado.
Ninguém ficou sabendo disso, a não ser a própria
consciência de quem agiu incorretamente. Mas, no teste oral, perante todos, o
professor percebeu que o garoto colava.
Fingia pensar e consultava apontamentos que trazia presos
ao braço esquerdo.
E somente não venceu porque, percebendo a desonestidade,
o professor lhe fez uma pergunta que não constava do capítulo específico.
O tempo passou...
Vinte anos depois, aquele ex-aluno, agora rico
industrial, pede uma revanche.
Em sua propriedade, em um final de semana, reúne o velho
professor, os colegas de classe e os finalistas da época da adolescência.
Aqueles mesmos com os quais ele havia disputado o título
de César, não
alcançando êxito.
Começa o interrogatório, nos moldes da velha e longínqua
escola.
Os colegas vibram. As esposas torcem por seus maridos. As
crianças, por seus pais.
Terá o rapaz, homem agora, se preparado de forma digna?
Saberá mesmo a temática?
Para tristeza do professor, em meio à inquirição, descobre
que seu protegido continuava usando de malícia e desonestidade.
Através de minúsculo aparelho em seu ouvido direito, as
respostas lhe estavam sendo transmitidas por alguém que ele contratara,
mediante polpuda soma em dinheiro.
* * *
Toda vez que desejes investir em alguém faze-o de forma
correta.
Nunca prejudiques a outrem, em nome dessa vontade de
auxiliar.
Nunca entregues prêmios, cargos e encargos imerecidos.
Salutar é o investimento em quem deseja verdadeiramente
crescer, melhorar, modificar-se.
Bom é o investimento em amor, confiança, incentivo.
Jamais o que privilegia, age com parcialidade, porque
então, não estará auxiliando. Antes, prejudicando ao alvo dessas atenções.
A cada um segundo as suas obras.
Pense nisso.
Redação do Momento
Espírita.
Em 31.5.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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