Conta-se
que, certa vez, um rei desejou realizar uma viagem a uma região longínqua,
pobre e triste, árida e sem conforto.
A
um dos seus ministros determinou que fosse à frente e construísse um magnífico
palácio, com largas varandas de marfim e pátios floridos, para que nele se
pudesse hospedar, com luxo e muito conforto.
Partiu
o ministro, dias depois, em uma caravana, com numerosos camelos carregados de
peças de ouro.
Ao
chegar à cidade, ficou desolado com o estado de abandono em que se achava o
povo.
Havia
crianças famintas e centenas de infelizes, morrendo de inanição.
Os
quadros de miséria e sofrimento se desenrolavam, a cada passo, torturando o
coração do poderoso ministro.
Levado
por um impulso irresistível, em vez de executar a ordem do rei, resolveu
investir a riqueza que trazia, beneficiando a infeliz população.
Mandou
construir abrigos para os desamparados.
Distribuiu
mantimentos entre os mais necessitados.
Determinou
que todos os enfermos fossem, sem demora, medicados e forneceu pão aos que
padeciam fome.
Ao
fim de alguns meses, notava-se uma transformação total na localidade.
Os
homens haviam voltado ao trabalho e por toda a parte reinava a alegria.
As
crianças brincavam nos pátios e as mulheres cantavam nas portas das tendas.
Quando
o rei chegou para sua visita, foi recebido por uma grande manifestação de
júbilo da população.
Flores
eram jogadas à sua passagem, aplausos se sucediam por onde passava.
Sinto-me feliz - confessou ele - por saber que
sou sinceramente estimado pelos meus súditos.
No
entanto, ao desejar se acomodar no palácio que encomendara, ouviu do ministro
que não havia palácio algum.
Mesmo
sabendo que, por ter desobedecido a uma ordem direta do rei, seria condenado à
morte, não ocultou a menor parcela da verdade.
Principiou,
quase entre lágrimas, a descrever a miséria em que encontrara o povo.
Confessou,
de joelhos, que, penalizado diante de tanto sofrimento, resolvera dispor dos
recursos que lhe haviam sido confiados para mudar o triste panorama.
Reconhecia
que o que fizera caracterizava um abuso de confiança. E concluiu que aguardava
o castigo de que se acreditava merecedor, pela transgressão cometida.
Para
sua surpresa, o rei, que o ouvira atentamente, ordenou:
Levante-se, meu amigo. Vejo que seu trabalho é
responsável pela edificação do mais belo dos palácios que já conheci.
Vejo as torres cintilantes nas fisionomias alegres
das crianças; admiro as largas varandas de marfim no sorriso radiante dos meus
súditos; reconheço os pátios floridos no olhar de gratidão das mães felizes.
Como é majestoso e belo o palácio que a sua bondade
ergueu nestas terras.
* * *
Somos
responsáveis pela riqueza que circula em nossas mãos, pela que nos é confiada,
seja representada por recursos materiais ou por aptidões profissionais.
Podemos,
pelo uso dos nossos talentos, alterar facetas do mundo, distribuindo benefícios
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nisso e realizemos o nosso melhor investimento.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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