Não
há palavra capaz de dizer quanto eu me sinto em paz perante Deus e a morte.
Escuto
e vejo Deus em todos os objetos, embora de Deus mesmo eu não entenda nem um
pouquinho...
Ora,
quem acha que um milagre é alguma coisa demais? Por mim, de nada sei que não
sejam milagres...
Cada
momento de luz ou de treva é
para mim um milagre, milagre cada polegada cúbica de espaço.
Cada
metro quadrado de superfície da
Terra está cheio de milagres, e
cada pedaço do seu interior está
apinhado deles.
O
mar é para mim um milagre sem fim: os
peixes nadando, as pedras, o
movimento das ondas, os
navios que vão com homens dentro.
* * *
Walt Whitman,
autor destes versos, confessa que não entende Deus, mas O sente profundamente
nas coisas da vida.
Neste poema,
intitulado Milagres, ele vai descrevendo detalhada e
apaixonadamente, tudo que lhe mostra com clareza a presença desses milagres.
Por vezes são
coisas tão simples, como sentar à mesa e fazer uma refeição com sua mãe, ou
sentar debaixo de uma árvore com alguém que ama, ou ainda observar os animais
se alimentando no campo.
O poema é uma
descrição de dezenas de imagens, situações e fatos, que ele considera como
milagres.
Uma narração
arrebatadora de alguém que consegue, simplesmente, perceber as belezas da vida.
Um encontro de uma
alma com a riqueza do singelo.
Contemplação
enlevada do que para muitos já passa despercebido, sem ser notado...
Onde foi parar
nossa sensibilidade para essas coisas? Onde foi parar nosso encantamento com a vida?
Por que não
enxergamos mais os milagres que cintilam no véu da noite, e que são cores sob o
astro rei do dia?
Uma série de
anúncios de televisão mostrou algo muito interessante. Em um deles, mostrava muitas pessoas fechadas num
escritório, trabalhando.
Uma delas então,
começava ir, de sala em sala, dizendo algo como Venham ver! É incrível!
A notícia se
espalhou e todos começaram a sair correndo de seus postos de trabalho para irem
em direção a uma grande janela que havia no prédio.
Quando finalmente
todos chegaram lá, estavam anestesiados encantados com a imagem: era um pôr do sol. E diziam: Nossa, um pôr do sol, que lindo! Inacreditável!
Possivelmente, há
tanto tempo não viam o sol se pôr, que haviam esquecido quanto era belo.
Acostumamos com
muitas coisas e deixamos de perceber o quanto são grandiosas.
Acostumamo-nos com
as pessoas, e esquecemos de dizer o quanto são importantes para nós.
Acostumamos com
tudo que temos, e nem temos mais tempo de agradecer...
Precisamos voltar
a nos surpreender com a vida, com as pessoas, conosco mesmo.
Quantos milagres acontecendo neste exato
instante?
Quanto mais
pudermos identificá-los e senti-los, mais próximos poderemos estar deste estado
d´alma que pode afirmar:
Não
há palavra capaz de dizer quanto eu me sinto em paz perante Deus e a morte.
Ora,
quem acha que um milagre é alguma coisa demais?
Por
mim, de nada sei que não sejam milagres...
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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