É possível esquecer algo ruim que alguém nos fez?
Esta foi a questão de Carlos, na conversa com o
amigo, em que era trazida à baila a questão do perdão.
Perdoar, argumentou
Fred, é esquecer o sentimento.
Como esquecer? Podemos, por acaso, esquecer o dia
do nosso casamento? Do nascimento do nosso filho?
Podemos esquecer o dia em que tivemos uma grande
alegria? Ou podemos esquecer o dia em que batemos o carro, ou quando fomos
dispensados da empresa, de rompante?
É claro que não há como apagar fatos de nossa
memória, disse-lhe Fred, porém, podemos
esquecer as emoções que nos fazem mal.
Por exemplo, não esquecemos o dia da batida do
nosso carro. No entanto, não é natural sofrer o estresse e reviver os
transtornos gerados naquele dia, toda vez que lembrarmos do fato.
Naturalmente que não,
respondeu-lhe Carlos. Não faz sentido, nem tem nexo ficarmos amarrados
em uma situação que aconteceu.
Pois então, por que não pensamos da mesma forma com
situações e pessoas que nos magoam? Por que insistimos em reprisar e reviver
cada momento que nos constituiu sofrimento?
Com certeza, é uma situação muito delicada, difícil
mesmo. Mas, em síntese, são sentimentos que nos fazem mal.
Alguém nos agride, nos humilha, nos rouba, um amigo
trai a nossa confiança e nos isolamos na mágoa, na raiva, na decepção.
Contudo, respondeu
Carlos, mesmo sendo sentimentos que fazem mal, é impossível apagá-los!
Ficam na memória!
Não, as lembranças ficam impressas na memória, os
sentimentos são do coração e podemos transformá-los.
O primeiro passo seria reavaliar a situação que nos
atingiu. E desenvolver uma certa empatia para com o ofensor, o agressor, o
amigo que traiu a nossa confiança.
Compreender as limitações que ele apresenta, as
dificuldades que traz na sua intimidade, as circunstâncias que o envolveram e o
levaram a ser agressivo, ou indelicado, ou indiferente.
Todo aquele que prejudica alguém, de forma
consciente, é uma alma doente.
É alguém que carece do medicamento da nossa
compaixão, do curativo da nossa ponderação, do lenitivo do nosso perdão.
Assim, na medida que buscamos outros olhares sobre
a situação, ela vai se modificando em nossa intimidade.
Naturalmente que isso leva um tempo. É como se
estivéssemos dissolvendo um sentimento, aos poucos, lentamente.
Algumas vezes pode até levar muito tempo. Porém, se
não começarmos um dia, até quando ficaremos com esse sentimento ruim dentro de
nós, nos fazendo infelizes?
Pensemos nisso. Se desejamos tanto a felicidade, se
almejamos dias mais tranquilos para nós mesmos, comecemos esse processo de
dissolução dos maus sentimentos.
Desses sentimentos que nos fazem mal à alma, deixam
nosso dia infeliz e acabam por se transformar em enfermidades, em nosso corpo
físico.
Façamos uma lista desses que nos atormentam quase
todos os dias: a mágoa, a raiva e todos os demais que identifiquemos em nós.
E iniciemos, de forma paulatina e constante, nossa
liberação deles.
Para nossa própria felicidade, comecemos hoje mesmo
esse procedimento, verdadeiro tratamento para nossa alma.
Afinal, todos merecemos desfrutar de felicidade.
Redação do Momento Espírita.
Em 18.10.2018.
Em 18.10.2018.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e gratidão
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