Joanna de Ângelis
Na
trajetória humana em favor do desenvolvimento moral e intelectual, o Espírito,
não poucas vezes, defronta armadilhas bem urdidas, nas quais tomba, de maneira
irreversível, comprometendo-se por largo período...
Constituem
testes à resistência moral de todo jornadeiro que se aprimora através das
experiências da evolução.
Ninguém, que
desempenhe funções ou papéis relevantes, que não seja surpreendido por esses
mecanismos perigosos que lhe põem à prova a capacidade mental e as resistências
morais.
Sutis,
algumas vezes, apresentam-se como dourados atrativos que seduzem e terminam por
envilecer o caráter de quem lhes aquiesce ao convite.
Noutras
ocasiões, surgem de inopino, ameaçadoras e voluptuosas, surpreendendo e
obrigando as vítimas a capitular, inermes, interrompendo o ritmo do ideal, da
conduta, do trabalho a que se afervoram.
Algumas
anunciam favores e glórias fascinantes que atingem a sensibilidade emocional,
levando a paixões de afetividade doentia...
Inúmeras
outras assumem o odioso aspecto da animosidade e da perseguição inclemente e
gratuita, que termina por desestruturar aquele que lhe padece o cerco.
Normalmente,
fazem-se insinuantes e agradáveis, sem aparente malícia nem mácula, culminando
pelo envolvimento daquele que se permite fascinar pelo engodo de que se
revestem.
Semelhante
ao que ocorre com os insetos colhidos nas malhas brilhantes da teia de aranha
que os espreita, a fim de devorá-los depois, logra êxito em razão
dos fios viscosos e de aparência inocente que retêm as presas incautas,
impossibilitadas de qualquer forma de libertação.
Existem as
ciladas licenciosas, vulgares, insensatas, em que muitos corações gentis e
dóceis se enleiam, comprazendo-se, irresponsavelmente, no comportamento
divertido que se torna chulo e perturbador.
Diversas
outras são refinadas e trabalham a presunção do indivíduo invigilante,
afastando-o do convívio social saudável que parece asfixiá-lo, isolando-o na
alienação da falsa autossuficiência...
As ciladas
constituem recursos perturbadores durante a experiência humana que têm a
finalidade de proporcionar a aquisição de resistências espirituais e de valores
pessoais ao indivíduo, mediante os quais o Espírito se enriquece de sabedoria.
Todos os
seres humanos, de uma ou de outra maneira, experimentam-nas durante a
vilegiatura terrestre.
Há, porém,
outro gênero de ciladas perversas que merecem atenção redobrada. Trata-se
daquelas que são programadas no mundo espiritual inferior, nas quais se
comprazem os Espíritos invejosos, atrasados, primários e os malvados que se
transformam em obsessores, verdadeiros verdugos das demais criaturas humanas,
individualmente, assim como da sociedade terrestre como um todo...
Odiando o
progresso moral, do qual se alijaram por vontade própria, elegendo o sofrimento
decorrente da ignorância em relação à Verdade como diretriz de segurança
pessoal, esses Espíritos infelizes transformam-se em inimigos do Bem, que
pensam impedir de expressar-se, assim como da felicidade do próximo que
invejam.
Quando
alguém se alça acima da craveira comum e chama a atenção pelos valores éticos,
culturais, políticos, religiosos ou de qualquer outra natureza, investem,
furibundos, contra, gerando situações embaraçosas, complicando-lhes os
relacionamentos e comprazendo-se em afligi-los...
São hábeis
nas técnicas de inspiração doentia, trabalhando as reflexões mentais daqueles a
quem antipatizam com vibrações perniciosas e extravagantes que desajustam as
suas vítimas.
Noutras
ocasiões, trata-se de inimigos de existências passadas, que mantêm
ressentimento em forma de rancor e desejo incontrolável de vingança na sua
morbidez dominadora.
Insinuam
ideias de enfermidades simulacros, transmitem sensações doentias, envolvem em
ondas mentais depressivas, suspeitosas ou de violência, em contínuas tentativas
de alienar aqueles que lhes caem nas ciladas mentais.
Ociosos e
insensíveis à compaixão ou à fraternidade, persistem com virulência nos seus
propósitos infelizes, tornando-se inflexíveis na razão direta em que encontram
resistência naqueles que pretendem azorragar.
Atiram
pessoas irresponsáveis e igualmente ignorantes contra quem se esforça por
superar as inclinações inferiores, tornando-se patrulheiros inconsequentes dos
seus atos, em razão de não desejarem sintonia com as suas mazelas.
Estimulam a
sensualidade e provocam paixões tórridas de consequências desastrosas,
desrespeitam os sagrados vínculos do matrimônio, da fidelidade, da consideração
que todos se devem reciprocamente.
Acompanham
aqueles que estão sob a sua alça de mira na condição de vigias impiedosos,
sempre aguardando qualquer brecha mental, emocional ou moral, a fim de
iniciarem as vinculações obsessivas, mediante as quais pensam em destruí-los.
No que diz
respeito aos trabalhadores do Evangelho de Jesus através da revelação espírita,
iracundos e violentos tudo investem, na sua sanha alucinada, para impedir-lhes
o cumprimento dos nobres deveres abraçados.
Certamente,
ninguém se encontra sem a proteção do Senhor da Vinha através dos Seus
emissários e dos Seus próprios benfeitores que Lhe executam a vontade.
Nada
obstante, as ciladas que padecem os trabalhadores do Bem, fazem parte do
esquema para a aprendizagem superior a respeito da realidade imortalista
na qual todos nos encontramos mergulhados.
Essas
experiências também ensinam como se deve comportar o obreiro de Jesus diante
dos famigerados enfermos da alma, que se demoram na erraticidade necessitados
de compaixão e de socorro.
Constituem
treinamento para o futuro, quando convocado às tarefas de misericórdia em
regiões dolorosas onde os mesmos se homiziam.
* * *
Nunca
desanimes, quando te sentires assediado por esses vândalos do mundo espiritual
inferior.
Quanto mais
responsabilidades tenhas, maior será o cerco em volta dos teus passos.
Porque és
fiel ao objetivo que persegues, mais violentas serão as técnicas usadas nas
ciladas que preparam.
Dulcifica-te
e não reajas ao mal.
Age com
bondade e sê fiel em qualquer circunstância do ideal ao qual te afervoras.
Nunca
revides, mesmo quando agredido, desperdiçando valiosa quota de energia com o
que realmente não tem significado real, exceto aquele que lhe atribuis.
Ora e
confia, alegrando-te quando sob chuva de calhaus e sorrindo quando jornadeando
sobre cardos, deixando pegadas de dor e de júbilo pelo caminho, a fim de
que demonstres que segues Aquele que, aparentemente morreu vencido em uma cruz
de vergonha, e que, após essa máxima cilada dos maus, retornou Triunfante conforme
prometera.
Joanna de Angelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
na sessão mediúnica de 31 de
março de 2010,
no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, BA.
Em
05.07.2010.
Reblogado do website Divaldo Franco
Link desta mensagem: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=175
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