Como
ascensionar espiritualmente?
por Marcos Villas-Bôas
Fonte: JornalGGN
A grande maioria dos seres humanos tem como
meta principal na vida subir, ascender. Muitos focam no aspecto socioeconômico,
outros focam no poder político, outros ainda querem ser os que mais conquistam
sexualmente, outros querem tudo isso junto.
Aqueles que se iniciam no âmbito espiritualista
tendem a transferir esses seus desejos para outro muito comum ou agregá-lo
àqueles primeiros. Eles passam a querer ascensionar/ascender espiritualmente.
Os espíritos que se comunicaram com Allan
Kardec para que ele gerasse o Livro dos Espíritos e muitos outros, nos mais
diversos âmbitos espiritualistas, deixam claro que o objetivo do espírito é
crescer em moral (acima de tudo) e intelectualidade. Alguns falam que há duas
formas de crescer espiritualmente: ascendendo (moralmente) ou evoluindo
(intelectualmente). O ideal é que um lado acompanhe de perto o outro, para que
não seja causado um desequilíbrio. Já falamos disso em outro texto.
Fica, então, a pergunta: como ascender
espiritualmente? Em se tratando de uma pergunta sobre tema complexo, a resposta
não pode ser curta e definitiva, mas o primeiro caminho é certamente este: não
pense nisso. Se quer ascender, não tenha isso como meta, como foco, mas como
uma consequência que advirá de um trabalho bem feito.
Segundo o especialista em Psicoterapia
Reencarnacionista, Mauro Kwitko, em livro intitulado A Terapia da Reforma
Íntima:
“Essa micropartícula (Espírito) não necessita
evoluir, ela é uma gota de luz, é a Luz micromanifestada, é pura e perfeita,
foi ‘criada’ à imagem e semelhança de Deus, simples e ignorante, simples porque
a Pureza é simples, e ignorante das coisas da Terra. Não existe ‘evolução
espiritual’, mas sim ‘evolução do ego’, o nosso Espírito é puro, apenas precisa
retomar o comando que transferiu para o ego” (p. 9).
Ascensão e evolução são recompensa, assim como
dinheiro, fama etc. Não se deve buscar recompensas na vida. A espiritualidade
consiste em cada um encontrar com o seu espírito, com a centelha divina dentro
de si, com o self, ou Eu superior, nas palavras da Psicanálise. Isso significa
se sutilizar, despertar a consciência do espírito por entre os corpos de que
dispomos.
Quanto mais a pessoa foca em ascender e evoluir
como fins, a tendência é que ela esteja mais no ego, na personalidade, e é
justamente o que não se quer. O ego precisa existir para nos identificar, para
que possamos ter autoconfiança, altivez, força, mas o ego deve estar dominado,
servindo ao Eu superior. É isso que quase ninguém consegue. Quanto mais se
aproxima disso, mais se ascende nos olhos espirituais.
No vídeo abaixo, um dos espíritos da falange
Pena Banca diz que o caminho do autoconhecimento é o único que pode nos levar a
sair do processo encarnacional com uma sensação de dever cumprido:
Se ascender espiritual é algo intrinsecamente
ligado a um equilíbrio vibratório, ao domínio de sentimentos, emoções,
pensamentos e comportamentos, o passo inicial e principal é se conhecer muito
bem e conviver bem com o que se é.
O ego sucumbe perante as pressões
socioculturais. Ele tende a focar no que é mais comezinho, como dinheiro, fama,
poder, sexo, superioridade, status etc. Querer ser melhor do que alguém, querer
subir numa escala, comparar-se para efeitos de se dizer superior ou de dizer
que o outro é inferior...tudo isso é o ego predominando.
Quem se tornou espiritualista e dá muito valor
ao fato de seu guia ser ou não ascensionado, ou está muito preocupado se ele
próprio foi isso ou aquilo na encarnação passada, cai nas armadilhas do ego.
Não é nada de que as pessoas devam se culpar, pois é extremamente corriqueiro.
A culpa é armadilha da mente das mais graves e
gera vibrações muito densas. Quase sempre é uma consequência do ego inflado que
recebe um pequeno furo. Culpar-se é sinal de falta de auto-amor, de não
aceitação das próprias deficiências. É distração em relação ao que importa:
melhorar-se.
Um dos sábios espíritos da falange Pai Benedito
de Aruanda explica que, para o humano se tornar um Jedi do filme Star Wars,
alguém ascensionado, é fundamental que se aceite. Ele precisa ter paz pelo que
é, entendendo-se profundamente, mas não aceitar passivamente como está,
trabalhando para se melhorar:
É por isso que outros espíritos, como o
Cangaceiro Corisco, explicam o seguinte: às vezes, um espírito que fez algo
considerado muito errado na Terra fica num plano vibratório melhor do que outro
que não fez aquilo, mas que era muito crítico aos outros e a si, pois o
primeiro se compreendeu, se aceitou e conseguiu atingir uma paz (vibração) que
o segundo não atingiu.
Não há competição, não há comparação, pois cada
espírito foi criado em um momento e em condições distintas. A imensa maioria da
população da Terra vem de outros planetas, degredada ou por vontade própria.
Cada um tem uma história. Comparar-se é, então, um completo non sense e
imaturidade. Fez de um modo errado ontem? Faça diferente hoje e o amanhã já
será outro. Nunca, jamais lamente ou se culpe. Não viva no passado, nem no
futuro; apenas o agora existe.
Como já tratado em textos anteriores, pelo que
as mensagens vindas do plano astral dizem, nós temos diferentes corpos. Na
medida em que se vai evoluindo, a individualidade espiritual domina a
personalidade encarnada, se encontra e se sutiliza, ficando o corpo cada vez
mais leve até que ele, enfim, desapareça e sobrem apenas os demais corpos,
para, ao final, restar apenas o que se chama de corpo átmico, o espírito, a
chama.
Além do átmico, o mais sutil, a começar pelos
menos sutis fala-se nos corpos carnal (este físico que vemos), duplo etérico
(uma camada que cobre todo o corpo físico e faz o intermédio com o corpo
astral), o corpo astral, os corpos mental inferior e superior, e o corpo
búdico.
Comunicações com extraterrestres mostram que,
em planetas mais evoluídos, os seres não têm mais um corpo como o nosso, motivo
pelo qual os instrumentos comuns não encontrarão esses seres, a menos que eles
queiram se apresentar. Eles são encarnados, porém em corpos muito sutis, como
dos espíritos.
A sutilização dos corpos vem com o aumento de
vibração, ou seja, quanto mais alto se vibra, com pensamentos, sentimentos,
emoções e atitudes equilibrados, que caminhem mais dentro da lei do cosmo, que
é centralmente de amor incondicional, mais ascensão haverá. O sentimento indica
muito mais a ascensão do espírito do que o pensamento.
A evolução, o crescimento da intelectualidade,
serve como um suporte da ascensão, pois conhecer mais ajuda bastante a saber os
caminhos pelos quais se pode amar mais, ajudar mais, melhorar-se nos mais
diferentes aspectos. Estudar, intelectualizar-se, é fundamental, desde que se
passe todo esse conhecimento e a inteligência pelo crivo da experiência e do
coração, o que os transforma em sabedoria.
Da mesma forma, ascender pode ser um suporte
para a evolução, pois o indivíduo que, por exemplo, cresce em equilíbrio, em
moral, torna-se mais determinado, esforçado, sereno, o que lhe ajuda a aprender
mais, a crescer intelectualmente. Ascensão e evolução são, portanto,
complementares e interconectadas, mas nem sempre andam juntas.
Nos dias atuais de tecnologias avançadas, fácil
acesso ao conhecimento e de comunicação veloz, tornou-se muito comum uma
disputa para mostrar quem sabe mais, algo que era mais corriqueiro em âmbitos
acadêmicos.
Se a busca não deve ser por ascensão e evolução
diretamente; então, qual o objetivo? “Conhece-te a ti mesmo”, já diziam sábios
gregos, muitos outros sábios ao longo da história, o Livro dos Espíritos, a
Psicanálise e diversas outras fontes. Tira o orgulho e a vaidade da frente,
sentimentos que precisam existir, mas em um grau baixo e muito bem equilibrado,
e reconhece o que precisa ser melhorado.
Como o ego ilude muito a consciência e persiste
em se manter tal qual está, e como a compreensão da psique humana ainda está
muito longe de ser profunda, o primeiro princípio do autoconhecimento é estar
ciente de que não vemos ou não entendemos diversos dos nossos desequilíbrios.
Não havendo porque se culpar, não havendo
porque ter vergonha, o ato de identificar “defeitos”, aquilo que precisa ser
melhorado, deve ser algo comemorado, e não motivo de reclamação. Quando alguém
lhe apontar um suposto erro, não fique triste, não se ofenda, mas agradeça.
Diga: “obrigado, amigo(a), bom você me falar essa sua percepção e eu irei
refletir sobre isso, apesar de no momento não conseguir concordar.” Essa última
frase pode vir no final ou não, a depender do caso.
Ascender espiritualmente depende de se conhecer
o máximo possível para poder burilar aquilo que está fora das leis cósmicas até
chegarmos à perfeição. É um trabalho para centenas de encarnações. Quem está
querendo se tornar um ascensionado ainda nesta encarnação ou quem já acha que é
deve repensar. Não há porque focar nisso. É distração em relação ao que
interessa.
Importa entendermo-nos profundamente e
trabalharmos para mudar. É claro que, quanto mais jovem, é mais fácil de
burilar o ser, que está numa fase muito mais aberta ao aprendizado e menos
condicionado ao que é imposto socioculturalmente. No entanto, em qualquer idade
é possível mudar, mesmo no caso de idosos com idade bem avançada, pois somos
espíritos eternos, sendo uma falsidade essa história de que: “a partir da idade
tal, não há mais o que fazer”.
Não se deve dizer: “já desisti de mudar isso”.
Sempre é tempo, e o que não for feito agora ficará como pendência para depois.
Por outro lado, não se deve ficar aficionado por se automelhorar. Tudo deve ser
feito com esforço, mas gentileza, com determinação, mas auto-aceitação, sempre
na linha do equilíbrio.
Qualquer exagero nos lados dos paradoxos tende
a gerar desequilíbrios sentimentais e/ou emocionais. Por conta dessa e outras
razões, é necessário tanto tempo até alguém chegar à perfeição. São muitos
paradoxos, e o equilíbrio, nas mais distintas situações, varia de grau. A
sabedoria de andar sempre equilibrado, não importa o que aconteça externamente,
é uma arte que só vem com milhares de anos de treinamento, nas mais diferentes
arenas, mas podemos nos melhorar nisso a cada instante e dar até saltos.
Em suma, para ascender, autoconheça-se e
automelhore-se com esforço, mas gentileza, auto-aceitando-se, auto-amando-se.
Busque evoluir intelectualmente entendendo, por exemplo, as leis do cosmo e
procure se adequar o máximo a elas, maximizando sua execução. Um estudo
cuidadoso das leis herméticas pode ajudar nisso.
Como fazer bem o proposto? Não se limite.
Busque todas as portas que pareçam se adequar. Caminhe pelas mais diferentes
religiões e filosofias. Expanda os horizontes, veja onde melhor se afiniza, e
isso só é possível quando abrimos as portas. Sem abri-las, nunca saberemos o
que existe do outro lado.
Busque diferentes terapias com especialistas.
Estude e aprenda a autoanalisar-se. Procure conhecer suas energias, saber
porque está aqui. Quando bem manipulados por uma pessoa séria, oráculos (tarot,
búzios etc.) funcionam de verdade para efeito de autoconhecimento. Procure
conhecer seu mapa astral, as diferentes numerologias, os orixás, tudo aquilo
que se afinize consigo e que possa contribuir para o autoconhecimento.
Se o local for sério, os mentores espirituais
saberão a hora de dizer e o que dizer. Não busque curiosidades, notícias do
futuro ou do passado. Viva o presente. Seja aqui e agora. Apenas busque o que
pode aclarar quem você é, o que precisa melhorar nesta encarnação, o que veio
realizar, quem você pode ajudar.
Ascender depende de dar pouca importância a
recompensas; saber aquilo que precisa ser trabalhado; esforçar-se;
equilibrar-se; aumentar a vibração por destituição das ilusões e limitações do
ego; mudar crenças; libertar-se dos atavismos; desapegar-se de posses, desejos
e paixões; amar a tudo e a todos como se fossem si mesmo.
Diga todos os dias e acredite nisso: “Eu sou
aqui e agora. Eu sou centelha divina, obra e parte da consciência suprema, e
irei despertá-la em mim por meio do autoconhecimento e do automelhoramento”.
Sempre é tempo de mudar!
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