A gratidão é um sentimento nobre. Somente
almas de superior qualidade a externalizam.
Quase sempre, o bem que se
recebe é esquecido, tão logo circunstâncias outras se apresentem.
Mas, aquele garotinho de
quatro anos era mesmo um ser especial. Quando começou a passar mal, seus pais o
levaram ao médico. Os sintomas de vômito, febre e dor na barriga foram
diagnosticados como gastroenterite.
O diagnóstico errado conduziu
o pequenino a uma cirurgia de emergência. Um apêndice perfurado causara um
grande estrago interno. De tal forma que o médico optou por deixar a incisão
aberta e dois drenos.
Todas as manhãs, o médico
vinha verificar a incisão e fazer o curativo. O garotinho gritava feito louco
durante essas visitas.
E começou a associar o médico
com tudo de ruim que lhe estava acontecendo.
Durante uma semana, os drenos
deixaram escorrer o veneno de dentro do seu corpo de apenas dezoito quilos.
A melhora se instalou e pai,
mãe e filho se dispuseram a deixar o hospital. Já no elevador, com as portas
começando a fechar, eles viram o médico correr em sua direção.
Um exame de sangue de última
hora havia detectado uma queda radical na contagem de glóbulos brancos.
O menino retornou para a
cirurgia para limpeza de novas bolsas de infecção no seu abdômen.
Finalmente, depois de vários
dias de tratamento, muitos sustos para os pais, que viram a sombra da morte
colocar suas cores no rosto do filho, eles foram para casa.
Agora, outro problema se
apresentava: as contas a pagar. O pai ficara muito tempo afastado da atividade
profissional, por conta da enfermidade do filho.
Havia contas domésticas, da
empresa e, acrescidas, ademais, por enormes contas hospitalares. A primeira
dessas era de trinta e quatro mil dólares.
Poderia ser um milhão, disse
o pai. Tanto faz. Não tenho como levantar essa quantia.
Não podemos pagar isto agora,
disse ele para a esposa.
Naquele exato momento, o filho
veio da sala e surpreendeu o casal com uma estranha declaração. Ele ficou de pé
na extremidade da mesa, colocou as mãos na cintura e falou:
Papai, Jesus usou o doutor
para ajudar a me consertar. Você precisa pagar a ele.
Então ele se virou e saiu.
Marido e mulher se entreolharam. O que fora aquilo?
Ambos foram pegos de surpresa,
de vez que o garoto entendera que o cirurgião era a fonte de todas as
apalpadelas, cortes, espetadelas, drenagens e dores.
E o pai ficou a pensar como
fora estranha aquela proclamação na cozinha. Afinal, quantas crianças
de quatro anos analisam as angústias financeiras da família e exigem o
pagamento para um credor?
E, principalmente, um credor
de quem ele nunca gostou particularmente...
* * *
Os que ouvimos a história
desta família concluímos: o garoto estava agradecido e, na sua gratidão, não
podia deixar de pedir que quem o salvara da morte, recebesse o seu justo
pagamento.
Deixemo-nos contaminar por
esse belo sentimento e recordemos se a alguém ou a vários alguéns não estamos
devendo expressões de gratidão.
Pensemos nisso.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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