Como um idealista pode
viver sob um regime ditatorial? Como administrar sonhos de grandeza em um país
onde tudo é proibido?
Será melhor desistir dos
próprios anseios e acomodar-se?
Para Ziauddin, vivendo
no Swat, anexado ao Paquistão, a instrução era o ideal da sua vida. E ele não
estava disposto a abdicar disso.
Abriu sua escola e foi
de casa em casa, tentando convencer os pais a enviarem seus filhos para
estudar. E a inaugurou com três alunos.
Perto da entrada do
prédio, pintou a frase: Estamos comprometidos a construir para você o
chamado da Nova Era.
Ele queria que o povo se
unisse contra seu maior inimigo, que não era o Talibã, nem os estrangeiros ou
dominadores de qualquer procedência. Era a ignorância.
Ele desejava uma
revolução, inspirada em grandes heróis. Mas de um modo adequado aos tempos
atuais: com canetas, não com espadas, nem com armas sofisticadas ou mísseis de
longo alcance.
Por isso, naquele dia,
mesmo com somente três alunos, tudo realizou em grande estilo, cantando o Hino
Nacional e hasteando a bandeira.
Quando foi registrar a
escola, conforme as exigências legais, foi ridicularizado. Uma escola
com somente dois professores?
Quando lhe sugeriram que
ele deveria pagar propina, defendeu, com garra, seu direito de abrir a escola,
afirmando que os funcionários daquela repartição deveriam atender ao seu dever.
E, apesar de todas as
adversidades, continuou a pensar grande. Criticado por seu sócio, por seus
parentes, ele perseverou.
Na primeira inspeção, ganhou
uma enorme multa porque o oficial que lá compareceu, não recebeu a propina que
esperava.
Parecia que o
estabelecimento estava destinado a perecer. Mas Ziauddin não iria, jamais,
abrir mão de seu sonho. Buscou ajuda, fez empréstimos.
Levou sua família para
viver nos cômodos, em cima das salas de aula.
E fazia tudo. Era
professor, contador, diretor, varria chão, caiava as paredes, limpava os
banheiros, subia nos postes de eletricidade e colocava faixas de propaganda da
escola.
Finalmente, quando o
dinheiro começou a entrar, abriu uma segunda escola. E contratou propaganda na
televisão. Pensar grande, sem limites.
Conseguiu ter oitocentos
alunos, divididos em três escolas. Meninos e meninas, mesmo com toda a pressão
política para as meninas ficarem em casa.
Naturalmente, os lucros
eram poucos pois, preocupado com a educação, ele mantinha mais de cem vagas
gratuitas, para aqueles que não dispunham de condições para pagar.
Para alguns desses,
ainda oferecia café da manhã e almoço porque, dizia, com fome é difícil
aprender.
*
* *
Os idealistas são
pessoas de fibra. Não se atemorizam, nem cedem aos percalços.
Pensam no objetivo que
desejam alcançar, veem os benefícios que seus sonhos podem gerar ao próximo e
se mantêm firmes.
Perseverança é a sua
bandeira.
Como eles, não deixemos
de sonhar. Não abandonemos nossos ideais de engrandecimento e nobreza.
Mantenhamo-nos firmes na posição de quem sabe e deseja alterar o panorama do
mundo para melhor, muito melhor.
Redação
do Momento Espírita, com base no cap. 3,
do livro Eu sou Malala, de Malala Yousafzai com
Christina Lamb, ed. Companhia das Letras.
Em 16.7.2014.
do livro Eu sou Malala, de Malala Yousafzai com
Christina Lamb, ed. Companhia das Letras.
Em 16.7.2014.
Reblogado do website Momento Espírita
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