Joanna de Ângelis
Vivem-se, na
atualidade, os dias de descontrole emocional e espiritual no querido orbe
terrestre.
O tumulto
desenfreado, fruto espúrio das paixões servis, invade quase todas as áreas do
comportamento humano e da convivência social.
Desconfiança
sistemática aturde as mentes invigilantes, levando-as a suspeitas infundadas e
contínuas, bem como a reações doentias nas mais diversas circunstâncias.
A probidade
cede lugar à avareza, enquanto a simpatia e a afabilidade são substituídas pela
animosidade contumaz.
As pessoas
mal suportam-se umas às outras, explodindo por motivos irrelevantes, sem
significado.
Explica-se
que muitos fatores sociológicos são os responsáveis pelas ocorrências
infelizes.
Apontam-se a
fugacidade de todas as coisas, a celeridade do relógio, o medo, a solidão e a
ansiedade, como responsáveis pela frustração dos indivíduos, gerando as
situações agressivas que os armam de violência e de perversidade.
A cultura e
a ética não têm conseguido acalmar os ânimos, deixando que a arrogância e a
presunção enganosas tomem conta dos incautos que se lhes submetem docemente.
Os
relacionamentos sem afetividade real, estimulados por interesses nem sempre
nobres, tornam-se em antagonismos, em decorrência de alguma negativa que se
torna oportuna e é direcionada ao outro.
A
maledicência perversa grassa nos arraiais dos grupos, minando as bases frágeis
das amizades superficiais, e, não poucas vezes, transformando-se em calúnias
insidiosas. Mesmo entre as pessoas vinculadas às doutrinas religiosas
libertadoras que se baseiam no amor e na caridade, no respeito ao próximo e no
culto aos deveres morais, o vício infeliz permanece, destruidor.
Armando-se
de mau humor, não poucos homens e mulheres externam o enfado ou os sentimentos
controvertidos em que se consomem, dando lugar a situações vexatórias. Em
mecanismo de transferência psicológica atiram os seus conflitos à
responsabilidade dos outros, como se estivessem desforçando-se da inveja que
experimentam em relação aos mesmos.
Aumenta,
assustadoramente, a agressividade, nestes dias, nos grupos humanos, sem que
haja um programa de reequilíbrio, de harmonização individual ou coletiva.
Trata-se de
uma guerra não declarada, cujos efeitos perniciosos atemorizam a
sociedade.
As
autoridades dizem-se atadas a dificuldades quase insuperáveis em razão do
suborno, do tráfico de drogas, dos desafios administrativos, da ausência de
pessoal habilitado para os enfrentamentos, falhando, quase sempre, nas
providências tomadas.
Permanecem, desse
modo, os comportamentos infelizes nos lares, nos educandários, nas vias
públicas, no trabalho...
A
agressividade é doença da alma que deve merecer cuidados muito especiais desde
a infância, educando-se o iniciante na experiência terrestre, de forma que
possa dispor de recursos para vencer a inferioridade moral que traz de
existências transatas ou que adquire na convivência doentia da família...
* * *
A
agressividade é herança cruel do medo ancestral, que remanesce no Espírito
desde priscas eras.
Não diluído
pela segurança psicológica adquirida mediante a fé religiosa, a reflexão, a
psicoterapia acadêmica, a oração, domina os recônditos do sentimento e
exterioriza-se de forma infeliz na agressividade.
A ausência
dos diálogos domésticos saudáveis entre pais, filhos e cônjuges ou parceiros,
que se agridem mutuamente, sempre ressentidos, extrapolam do lar em direção à
via pública, transformada em campo de batalha, segue no rumo do local de
trabalho, e até aos clubes de recreação, em contínuo destrambelho das emoções.
Nesse
contubérnio afligente, Espíritos irresponsáveis e frívolos aproveitam-se das
vibrações deletérias e misturam-se com esses combatentes perturbados,
aumentando-lhes a ferocidade e estimulando-lhes os instintos inferiores.
O resultado
são os crimes hediondos, asselvajados, estarrecedores, que aumentam o índice de
maldade em razão da ingestão de bebidas alcoólicas, de drogas alucinantes e
fatais...
A
civilização contemporânea periclita nos seus alicerces materialistas, ameaçada
pela agressividade e pelo desrespeito moral que assolam sem freio.
Sem dúvida,
estudiosos do comportamento, educadores sinceros e devotados, religiosos
abnegados, pensadores sensatos e sociólogos lúcidos vêm investindo os seus
melhores recursos na construção da nova mentalidade saudável, em tentativas
ainda não vitoriosas para a reversão do quadro aparvalhante, confiantes, no
entanto, nos resultados futuros.
O progresso
moral é lento e exige sacrifícios de todos os cidadãos que aspiram pela
felicidade e pela harmonia na Terra.
As
respeitáveis contribuições da Ciência e da Tecnologia, valiosas, sob qualquer
aspecto consideradas, respondem por muitas modificações das estruturas
ultramontanas, suprimindo a ignorância e o primitivismo. Nada obstante, também
são usadas para o crime de várias denominações, especialmente através dos
veículos da mídia: os periódicos, a Internet, a televisão, assim como o teatro
e o cinema, com a sua complexa penetração nas massas, às vezes, usados vergonhosamente
e sem qualquer controle, oferecendo campo de vulgaridades e informações que
preparam delinquentes e viciosos...
A rigor, com
as nobres exceções existentes, a sociedade moderna encontra-se enferma
gravemente, necessitando de urgentes cuidados, que o sofrimento, igualmente
generalizando-se, conseguirá, no momento próprio, oferecer a recuperação, o
reencontro com a saúde após a exaustão pelas dores...
Instala-se,
desse modo, lentamente, o período da paz, da brandura, da fraternidade.
Sofrido, o
ser humano ver-se-á compelido a fazer a viagem de volta às questões simples e
afáveis, à amizade e à ternura, qual filho pródigo de retorno
ao lar paterno após as extravagantes experiências que se permitiu.
Que se não
demorem esses dias, que dependerão do livre-arbítrio dos indivíduos em
particular e da sociedade em geral, embora o progresso seja inevitável,
apressando-se ou retardando-se em razão das opções humanas.
* * *
A
agressividade ingeliz é doença passageira, embora os grandes danos que produz,
cedendo lugar à pacificação.
Torna dócil
a tua voz, nestes turbulentos dias de algazarra, e gentis os teus gestos ante
os tumultos e choques pessoais...
Com sua
sabedoria ímpar, Jesus assinalou: Bem-aventurados os mansos, porque
eles herdarão a Terra.1
Suavemente
permite que a mansidão domine os territórios das tuas emoções, substituindo
esses infelizes mecanismos da inferioridade moral pelos abençoados valores da
verdade.
Joanna de
Ângelis.
Página psicografada pelo médium Divaldo
Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 15 de março de 2010, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em
24.05.2010.
Reblogado do website Divaldo Franco
Link desta mensagem: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=173
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