É uma casa com tijolos à vista, esparramada sobre
um grande terreno num bairro tranquilo da cidade.
Apresenta cuidado primoroso em todos os detalhes,
desde o telhado germânico em tom ocre escurecido, as janelas com jardineiras
floridas, até o imenso jardim que a circunda por completo, verdejando e
embelezando o espaço amplo ocupado na via urbana.
Algo curioso, porém, chama a atenção. Parece
destoar de toda aquela paisagem: nas colunas principais, onde se apoiam os grandes
portões de ferro que dão acesso à moradia, estão duas figuras horrendas.
São criaturas com cabeça de leão, dentes em posição
de ataque e corpo alado, sentados sobre a pilastra do muro imponente. São dois
gárgulas.
Que fazem ali?
A figura dos gárgulas remonta à era medieval.
Podemos ainda encontrá-los no alto de algumas
catedrais e construções antigas, em formatos distintos.
Nas construções da Idade Média, tinham a função
primordial de escoar a água dos telhados para fora dos prédios, não deixando
que escorressem pelas paredes.
Também tinham uma segunda utilidade: eram tidos
como monstros de eterna vigilância sobre as catedrais góticas e barrocas.
O intuito era sinalizar perigo para quem se
aproximasse da igreja com a consciência suja.
Esses ícones também eram tidos como protetores dos
sacerdotes e crentes contra os seres malignos que quisessem adentrar a igreja.
Dessa forma, podemos entender a razão dos dois
gárgulas postados em frente à bela casa. Estariam ali como proteção para aquele
lar.
Isso nos conduz a uma importante reflexão: como
estamos cuidando da segurança, da proteção espiritual de nossos lares?
Se na Idade Média, se pretendia que os gárgulas
tivessem o poder de proteger os locais onde se encontravam, o que podemos fazer
para evitar que as influências espirituais negativas alcancem nossos cômodos
íntimos e, consequentemente, nossos lares?
São vários os recursos de que dispomos.
Primeiro: fraternidade e respeito entre os
familiares.
Num lar onde predominam atitudes e sentimentos
nobres, dificilmente haverá brecha para qualquer influenciação perniciosa.
Fazer o bem sempre nos proporcionará escudo
poderoso.
Segundo: união.
Uma família que se mantém unida, que se entende e
que pensa no bem de todos evita muitos males.
Quando houver discórdia, que sempre possamos ser a
palavra do entendimento, do bom senso, da reconciliação. Isso tornará
ineficazes as más influências.
Terceiro: oração.
Mesmo que todos não partilhem da mesma crença para
orarem em família, juntos, importante que os pensamentos sejam elevados através
de alguma forma de oração.
Mesmo que seja realizada apenas por um dos seus
membros, a prece feita com o coração cria uma espécie de redoma protetora para
o lar.
O contato com a Espiritualidade superior através
desse instrumento será sempre valioso.
Pensemos nisso.
Em tempos de tanta preocupação com segurança, de
casas com grades, alarmes, vigilantes, pensemos também na proteção invisível,
nos pensamentos e atos que afastam toda e qualquer má influência.
Redação do Momento Espírita.
Em 13.4.2018.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.nr
Luz,
Amor e gratidão
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