A vida nos surpreende diariamente com
acontecimentos que nos desagradam.
Desde pequenos incômodos, coisas que não saíram
como esperávamos ou do exato jeito que queríamos, passando pelas reprovações,
não aceitações, os muitos nãos aqui e ali, até grandes
sofrimentos que mudarão o curso de nossa existência.
Com isso vem o desafio: Como lidar com essas
surpresas sempre desagradáveis, pelo menos num aparente primeiro olhar?
Percebamos uma característica nossa, muito frágil,
que precisa ser reformada: nossa inabilidade em lidar com o inesperado.
Criamos expectativas baseadas em nossas vontades,
em nossos desejos, por mais absurdos que sejam, e saímos por aí, como se o
mundo tivesse obrigação de nos atender.
Dificilmente estamos abertos ao novo, ao
imprevisível, a deixar de querer ter controle sobre tudo e sobre todos.
Muitos ainda temos essa ilusão de que podemos
controlar tudo. E os dias difíceis nos mostram que não é bem assim que
funciona...
Tão logo deixemos de ter toda essa prepotência,
essa pretensão, ou até ingenuidade, começamos a receber os acontecimentos da vida
de uma forma mais inteligente.
Isso ou aquilo não aconteceu como queríamos ou como
planejamos? Mas, será que nosso querer estava certo? Teremos planejado da
melhor forma? Será que de outro jeito não seria melhor para nós?
Descemos de nosso patamar de controladores,
conquistamos um pouco de humildade e seguimos adiante dando novo significado a
tais coisas.
Essa é uma das nuances da virtude da resignação. Se
observarmos a palavra mais de perto, perceberemos que ela é formada por re
– signo – ação, isto é, a ação de dar novo significado a algo, ou, a ressignificação.
Notemos que não se trata de uma virtude comodista,
passiva, de apenas aceitar o que nos acontece sem murmúrio, reclamação.
Ela é dinâmica, porque quando ressignificamos algo
tomamos atitudes, caminhos, passamos a agir de nova forma.
Resignação é força da alma, o consentimento do
coração corajoso, que resolve enfrentar o que quer que seja, entendendo seu
significado redentor na vida.
* * *
Ser resignado significa podermos carregar o fardo
das provas que a revolta insensata não suporta.
Ser resignado significa sofrermos buscando entender
porque sofremos, ou melhor, para que sofremos, encontrando em
cada obstáculo da vida uma oportunidade.
Ser resignado é pensarmos adiante e não nos
permitirmos escravizar pelo presente, muitas vezes em desacordo com nossos
desejos imediatistas.
Ser resignado é estarmos em paz conosco mesmo e com
as leis divinas, que apenas nos educam para a melhor estabilidade do nosso
amanhã.
Dessa forma, submetamo-nos, paciente,
resignadamente às situações atuais e, insistindo nos bons propósitos,
construamos o porvir de bênçãos que ainda não podemos fruir.
Redação do Momento Espírita.
Em 18.2.2019.
Em 18.2.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e
Gratidão
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