Segundo consta do Evangelho, em certa ocasião Jesus foi chamado a
intervir em favor da filha de um homem chamado Jairo.
Entretanto, antes que chegassem à casa onde estava a enferma, foi
recebida a notícia de que ela já havia morrido.
Jesus consolou o pai aflito e lhe disse que nada deveria temer.
Ao chegarem ao destino, havia muito choro e alvoroço.
Entrando na residência, Jesus afirmou não haver razão para pranto, pois
a menina apenas dormia.
Tomando a mão da filha de Jairo, disse: Menina, levante e ande, sendo
imediatamente obedecido.
* * *
Essa bela passagem evangélica enseja várias linhas de reflexão.
O sono espiritual por vezes se assemelha à morte.
Os que observam quem dorme não raro o acreditam morto para as questões espirituais.
A crueldade e a indiferença são identificadas como estados terminais.
O homem cruel não suscita simpatia e surge a ideia de que ele jamais se
recuperará, em termos morais.
Do mesmo modo, a criatura egoísta parece jazer em um esquife de
indiferença.
Justamente por isso, os que se consideram despertos e ativos abdicam de
esforços em favor deles.
Como na passagem evangélica, entendem que resta apenas lamentar a morte
moral dessas criaturas.
Contudo, a vida é inesgotável e ninguém jamais se transvia em
definitivo.
Muitos se comprazem em culposo sono, longe das responsabilidades que
lhes cabem na sociedade em que vivem.
Outros até dão mostras de putrefação moral, ao se permitirem grandes
baixezas.
Para não se darem ao esforço da renovação íntima, optam pelo sono da
negligência.
Esse sono pode durar milênios, a denotar rebeldia com os propósitos
superiores da existência imortal.
Os que dormem ficam até irritadiços com quem lhes sinaliza a necessidade
de levantar.
Apegam-se a variadas espécies de anestesia da alma.
Entregam-se ao gozo de sensações efêmeras, à busca de poder, até se
justificam com a adesão a correntes de pensamento focadas no egoísmo.
Mas sempre chega o momento de despertar.
O crescimento íntimo constitui um desígnio divino e ninguém se furta
dele.
Seja mediante um grande amor, uma profunda dor ou mesmo pelo amargor que
as ilusões do mundo produzem.
Cedo ou tarde, a realidade da vida se impõe e a necessidade de se tornar
fraterno e puro aparece.
Gradualmente, o apetite pelas coisas mundanas cessa e um desolador vazio
se instala na alma.
Esse vazio apenas pode ser preenchido pelo atendimento ao amoroso
convite do Messias Divino: Levante e ande!
Ciente disso, agilize seu despertar pela reflexão a respeito das
mensagens cristãs.
E também nunca se permita considerar seus semelhantes como perdidos!
Um a um, todos despertarão para a sublime beleza do amor pujante e
imortal.
Redação do Momento Espírita, com base
no cap. 2 do livro A mensagem do Amor Imortal, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 30.5.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e
Gratidão
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