Imagem por Feist, Michael - catchthefuture |
Osho
Não só você está procurando Deus, Deus
também está procurando você. Não que sem Deus você é triste; Deus sem você também é triste.
E quando você se encontra com Deus, e Deus se encontra com você, o êxtase não
será somente seu; será o êxtase dele também. Toda a existência será extática. Sempre que um único ser humano
se torna um Cristo ou um Buda, toda a existência dança, toda a existência se
deleita — enlouquece em êxtase!
O encontro é a fusão das divisões. Se você pensa em si mesmo como um homem, cria uma
divisão. E se você não abandonar essa divisão, essa categoria que criou à sua
volta, de que "sou um homem", não dei-xará que Deus entre em você.
É preciso que você esteja completamente livre das fronteiras, de todas elas — a
fronteira do hindu, do cristão, do homem, da riqueza, da pobreza, da educação,
da falta de educação, do branco, do preto, do brâmane e do sudra —, todas
as fronteiras têm de ser abandonadas.
Nesse abandono, o eterno entra no seu inundo temporal. Na sua noite escura da
alma, surge aquela luz, a luz que o inunda. E de repente você não é mais o
mesmo.
Deixe-me repetir: Deus também não é mais o mesmo! Deus nunca foi tão rico
como quando se tornou Cristo. Ele nunca foi tão rico como quando se tornou
Buda. Ele ainda não é tão rico como quando você se encontrar com ele, pois você jorrará sobre ele.
Sei que você tem uma energia pequena, mas um oceano é criado por pequenas gotas caindo, caindo, caindo...
Pequenos rios deságuam no oceano e criam o oceano. Nenhum rio sozinho pode
criar o oceano, mas cada rio colabora para criá-lo, ajuda a criá-lo.
Deus é maior a cada dia, porque um pouco de água, um pouco do rio, flui até
ele, trazendo-lhe uma nova vida e uma nova emoção. Deus está evoluindo,
pois não é uma coisa estática. Deus evolui a cada momento.
O encontro é a dissolução das fronteiras, a atenuação das divisões, uma
sobreposição, um transbordamento. É o que se chama de confiança, fé ou entrega. No
zero absoluto, na entrega absoluta, a vida retorna, e nós retornamos a Deus ou
ao Tao ou a dhamma, a
totalidade que flui livremente.
Deus é a totalidade que flui livremente, Deus não é uma pessoa. Nós só
retornamos ao ser puro quando nos tornamos essa totalidade também. Nesse
estado, tudo está bem, tudo está certo.
Uma lata enferrujada poderá nos encher de extremo
deslumbramento quando a luz do sol bater sobre ela...
Na ioga, esse estado é chamado de nadam, um certo estado de harmonia, de concordância. Quando o homem desaparece
em Deus e o conflito do homem com Deus desaparece, ocorre nadam, harmonia — o que
Heráclito chama de "harmonia oculta".
Nadam é homeostase —
harmonia, ritmo. Se você estiver fora de ritmo, fora de sintonia com Deus, será
infeliz. Jesus está em sintonia com Deus, essa é a alegria dele. Se ele também estivesse infeliz, triste, que
diferença haveria entre você e ele?
A diferença é que ele sente compaixão por você, mas vive em total alegria. Na
verdade, como vive em total alegria, ele sente pena de você, sente compaixão
por você. Quer que você compartilhe da total alegria dele, e ele sabe que a alegria será
sua, se você pedir.
Por isso, ele diz: "Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei
e abrir-se-vos-á".
Osho, em "A Flauta
Nos Lábios de Deus: O Significado Oculto dos Evangelhos"
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