Enquanto comentamos a respeito das tantas coisas
tristes que acontecem no mundo, gratificante tomarmos conhecimento de atos
nobres.
Um exemplo é do
engenheiro civil, de apenas vinte e oito anos, do Interior de São Paulo, que
cuida de seu avô, de noventa e cinco anos.
Santino é portador
de Alzheimer e há três anos ficou cego por causa do glaucoma.
O rapaz contou com
a colaboração da sua mãe até dois anos atrás, quando ela morreu. Então,
contratou uma cuidadora para as horas do dia, enquanto ele trabalha.
Desejando
estimular outras pessoas a procederem ao acolhimento e atendimento aos seus
idosos, o engenheiro Furlan costuma gravar alguns vídeos.
São cenas
aparentemente normais como conversar, alimentar e fazer a barba, que ganham um
ar especial na maneira como ele expressa carinho para com o avô.
Em um vídeo
recente, Juliano oferece um copo de leite ao avô que registra a presença do
neto, embora o considere uma criança.
Diante da problemática decorrente do Alzheimer, ele
insiste para que o netinho tome o leite, mesmo que seja
somente um pouquinho.
A tonalidade da
voz de um para com o outro, a paciência são demonstrações que dizem do amor
verdadeiro.
O jovem engenheiro conta que as noites são muito
difíceis. Noites em claro que fogem das contas, afirma.
Apesar de, em
chegando da atividade profissional, precise atender o avô no banho, no corte da
barba, Juliano enfrenta o segundo turno com bom humor e disposição.
Uma forma rara e
especial de tratar quem vive desconectado da realidade e exige muita, muita
paciência.
Nessa casa o lema é Amar para viver e viver
para amar.
*
* *
O amor entre os
membros da família é riqueza que podemos desfrutar na face da Terra.
Quando impera o
amor, não importam quais sejam as condições dos que compõem a família. Ou o que
necessitem.
Tudo passa a ter o
sabor de boa vontade, de atenção, do prazer na convivência, e até mesmo das
risadas que surgem nas horas mais difíceis.
A doença fica
menos complicada, os limites se transformam em desafios, as conversas mais
descontraídas.
A família é a
associação terrena concedida por Deus como oportunidade para o aprendizado em
ambiente seguro e protegido.
É o local onde
podemos exercitar a prática do respeito, do perdão, do carinho e da compaixão,
como forma de amar verdadeiramente.
Isso tudo nos leva
a abrir mão de nossos interesses, para enfrentar as adversidades, quando
surjam.
Sementes de amor
verdadeiro desabrochando em nós, permitindo enxergar o próximo, antes de vermos
a nós mesmos.
É dessa forma que
o lar se constitui no porto seguro, onde o aconchego e a confiança diluem as
mágoas, e tudo é tratado na linha do respeito e da compaixão.
Exige apenas a
busca sincera da simplicidade e da humildade, para que se concretize o auxílio
mútuo e a afeição legítima.
E o amor será
sempre o conforto para as almas sofridas que se encontram unidas na sociedade
chamada família.
Pensemos nisso.
Redação do Momento
Espírita, com base em fatos da vida de
Juliano Furlan e no texto Família – Convite ao amor, do
Jornal Mundo Espírita, de maio de 2017, ed. FEP.
Em 16.5.2020.
Fonte: Momento
Espírita
http://momento.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário