Katie
sonhava com uma linda família. Imaginava sua casa com os pequenos a correr,
pular no sofá, espalhar brinquedos.
Antes mesmo do casamento,
estabelecera um planejamento para que, em tempo propício, pudesse gerar os
filhos.
Ela percebeu seu sonho
desmoronar, quando após algum tempo, seu casamento acabou em um triste
divórcio.
Tudo parecia ruir. Amor
sonhado que se desfez. O que pensava ser um lar se transformou em apenas uma casa
vazia.
Desejando refazer a vida,
transferiu residência para outra cidade. Logo, dava continuidade às questões
profissionais, que lhe permitiram adquirir uma bela casa.
No entanto, o antigo desejo da
maternidade não a abandonara.
Certa feita, convidada, por
uma amiga, foi participar de um seminário a respeito de adoção. E descobriu uma
forma de ser mãe.
Ela aderiu ao programa de mãe
de acolhimento. Não era exatamente o que idealizara para sua vida. Entretanto,
atendia, em parte, ao seu objetivo.
Um ano mais tarde, após ter
acolhido, temporariamente, quatro crianças, em meses e circunstâncias diversas,
resolveu por adotar o próprio filho.
Não tardou muito e um bebê lhe
chegou aos braços. Tinha somente quatro dias de nascido e fora abandonado pela
mãe.
Os trâmites legais demoraram
um pouco, exigiram paciência, mas, finalmente, tornaram-se de fato mãe e filho.
Dois anos passaram rápidos,
entre as alegrias e as surpresas próprias da maternidade.
Pedrinho era o seu encanto e
programavam a festinha de aniversário quando um telefonema trouxe a Katie a
notícia de que uma menina fora deixada pela mãe, no hospital.
A proposta era se ela não
desejaria, eventualmente, adotá-la.
Pouco tempo transcorrido e
Pedrinho podia estreitar junto ao coração a irmãzinha, ainda bebê.
O sonho daquela jovem se
concretizara e tudo transcorria bem.
Para sua surpresa, no entanto,
um terceiro ser lhe foi encaminhado ao lar, pelas linhas da adoção.
Katie somente tinha motivos
para sorrir. Não imaginara adotar aquele número porém, tudo fora, simplesmente,
acontecendo.
Agora, sua casa vivia
desarrumada. Mamadeira aqui, fraldas acolá, brinquedos esquecidos na sala,
crianças correndo de um lado para outro, gritos de alegria, abraços apertados.
*
* *
A maternidade não se faz ao
acaso, nem milagrosamente.
Seja a biológica ou a do
coração é sempre uma relevante missão.
E quando um coração se abre
para recepcionar os filhos da carne alheia, se lhe acrescem méritos.
Adotar é antes de tudo um ato
de amor e de desprendimento.
De toda forma, quase sempre os
que nos adentram ao lar, por vias indiretas, são afetos do ontem que retornam
ao nosso aconchego.
As razões para chegarem ao
nosso lar dessa forma, somente Deus o sabe.
Importante é que nos
disponhamos ao amor. Que o filho adotado não venha para preencher vazios da
nossa alma mas para receber todo o afeto que nos encharca a intimidade.
Seja nosso o desejo de
ampará-lo, educá-lo, transformá-lo num homem de bem.
Filho de Deus. Filho da nossa
alma. Sempre amado.
Redação do Momento
Espírita.
Em 9.5.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e
Gratidão
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