Fonte: Thoth3126
Traduzido do Livro “THROUGH ALIEN EYES – Através de
Olhos Alienígenas”, escrito por Wesley H. Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO
GALÁCTICA, páginas 9 a 35.
A Terra, quando ficava mais próxima de Marte, parecia um
pouco maior do que uma lua cheia avistada da Terra. Quando sua órbita se
aproximava mais de Marte, o planeta Vênus parecia ter um quinto do tamanho da
Lua vista pelo mesmo ângulo. Os radiares, que naquela época funcionavam
plenamente, são hoje conhecidos de vocês como os planetas Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno e refulgiam no céu noturno.
“Somos o produto de milhões de anos de
vidas. O que sabemos daqueles tempos determina quais emoções misturamos
com nossos pensamentos e energiza os símbolos de nossos sonhos. Nossas
experiências pessoais de vidas passadas fazem com que sejamos diferentes assim
como os flocos de neve são diferentes uns dos outros. Devo então dizer isto:
como você solicitou as visões de muitos seres, pode contar que ouvirá a mesma
melodia quando eles cantarem sua canção, embora as letras de algumas nem sempre
rimem com as que são entoadas por outras vozes do coro.” Eu Sou Sangelbo de Temcain.
Traduzido do Livro “THROUGH ALIEN EYES – Através de
Olhos Alienígenas”, escrito por Wesley H. Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO
GALÁCTICA, páginas 9 a 35.
Palavras de Sharmarie, de Marte: Em
minha primeira vida humana em Marte, meus pais eram pastores da tribo nômade
Shem. Minha mãe, Scenra, era a única companheira de alma de
meu pai, Ari-lionent, embora o costume do El (a consciência Planetária, neste
caso, Marte) do meu mundo seja de uma a sete companheiras de alma para cada
homem. Meu pai foi morto durante um embate com a tribo
habitante das montanhas de meu mundo, a qual chamávamos naquela época de Burrs.
Minha mãe tornou-se, assim, uma viúva muito jovem, com cerca de 23 anos
terrestres.
O vermelho planeta Marte |
Sua beleza física e estado civil atraíram a atenção de um dos
vários senhores da guerra (Bar-Rexes) com os quais tínhamos de lutar naqueles
dias. Minha mãe acabou por se tornar parte da família daquele canalha, e me
deram à irmã de meu pai, Tee-robra, para ser criado em meio a seus quatorze
filhos. Tia Tee-Robra não era fisicamente atraente e não tinha companheiro
permanente, mas conhecia e ensinava os métodos de tecelagem e fabricação de
tendas finas, bem como as artes da guerra a seus filhos e a muitas outras
pessoas que a procuravam.
Nossas perambulações eram governadas pela relva que crescia
às margens dos cursos de água alimentados pelo derretimento sazonal das calotas
polares e pelas pesadas nevascas de inverno que caíam nas montanhas. Era
necessário cerca de três meses terrestres para conduzir nossos rebanhos de
carneiros (quase duas vezes maiores do que qualquer raça de carneiros
encontrada na Terra hoje), cabras, burros e camelos (do tipo dromedário,
de uma corcova) para os pontos de travessia que nos permitiam transpor os
cursos de água e inverter a direção em que viajávamos. Os que fossem pegos
atravessando cursos de água fora do ponto autorizado pelo Bar-Rex local podiam
esperar a morte ou a escravidão pelo resto da vida.
Duas vezes por ano, as viagens para o sul de minha tribo nos
levavam a uma dessas pontes autorizadas que atravessava um curso de água; a que
estávamos atravessando era a hi, ou fortaleza, do Bar-Rex que era o protetor de
minha mãe naquela época. Tivemos de batalhar contra outro Bar-Rex no fim de
nossa viagem para o sul. Nessas ocasiões, a tribo pagava taxas, e os homens
jovens eram considerados possíveis candidatos ao serviço militar. Nem sei
quantas vezes a influência de minha mãe me salvou de ser selecionado quando
cruzei a hi do norte.
Como nasci quando a tribo estava viajando para o sul, usei um
cordão de contas vermelhas no pescoço até a idade de mais ou menos cinco anos
terrestres; a partir de então, as contas foram substituídas por uma tatuagem
no ombro direito representando um círculo com um ponto em sua circunferência,
indicando o ponto em nosso itinerário de viagem no qual eu nasci. A criança que
nascesse durante uma viagem para o norte usava contas brancas até a idade de
cinco anos e então recebia o mesmo tipo de tatuagem no ombro esquerdo. Por
acordo mútuo, o Bar-Rex da hi do sul poderia reivindicar somente quem tivesse
tatuagem no ombro direito para executar qualquer forma de serviço físico,
enquanto o Bar-Rex do norte podia reivindicar apenas os que tivessem tatuagem
no ombro esquerdo.
A hi do norte era um ponto onde se reuniam seis vias
fluviais, ao passo que na hi do sul se juntavam apenas três vias fluviais. Isso
significava que o Bar-Rex da hi do norte tinha seis tribos sob seu poder. Ele
era um velho guerreiro rude que andava no meio do povo, trocando histórias
obscenas. Eu gostava dele e de seu filho mais velho, que ele chamava de seu
“chicote,”e tinha inveja de quem usava contas brancas, pois algum dia estaria a
seu serviço. Afastei-me da tribo durante dois anos e fiquei algum tempo
nas colinas, evitando as patrulhas militares do sul e visitando de vez em
quando as jovens das tribos Burr. Os Burrs pagavam tributos a inúmeros
Bar-Rexes na forma de cereais, frutas e artigos manufaturados de metal. Isso os
livrava do serviço militar, mas não impedia que seus jovens roubassem os
rebanhos da tribo Shem quando lhes dava na cabeça. Meu pai foi morto numa
dessas incursões dos Burrs.
As patrulhas militares descobriram, por intermédio dos pais
contrariados de várias de minhas namoradas, que havia um Shem desgarrado
andando no meio deles de vez em quando. Não dá para confiar no silêncio de uma
Burr. Voltei para a tribo e em virtude da intercessão de minha mãe, escapei de
qualquer castigo devido à minha ausência de mais de dois anos. Minha mãe
deu à luz uma filha de Cap-Tonelarber, o Bar-Rex da hi do sul, uma verdadeira
princesa que foi chamada de Wren-Shanna. Tempos depois, eu e Wren-Shanna nos
tornamos grandes amigos, e recentemente, em nossa vida atual, visitamos o local
do primeiro nascimento dela. Vestidos com roupas protetoras, ficamos entre as
antigas ruínas quase irreconhecíveis da fortaleza do pai de Wren-Shanna.
Enquanto uma tempestade de areia violenta rugia a nosso redor, recordamo-nos
das coisas boas daquele tempo.
Minha mãe conseguiu, com seu sacrifício, que eu desfrutasse
várias temporadas preciosas, que gastei sob a tutela de So-Socrey, um
curandeiro tribal de grande sabedoria. Era um bom amigo de tia Tee-Robra e
provavelmente a única pessoa no universo que conseguia beber mais do que ela.
Foi com ele que me escondi nas colinas até finalmente voltar para a tribo
durante a jornada para o sul. Foi também ele quem me ensinou os valores
medicinais das plantas e o que sabia dos métodos dos Elohim, como orar pedindo
sua assistência mágica e quando era conveniente fazê-lo. Certa vez, So-Socrey
testou meu conhecimento do que me ensinara me descendo num poço cheio de cobras
venenosas para colher bulbos de uma planta do tipo do cactos.
Consegui levar os bulbos e sobrevivi, tornando-me uno com a
realidade das serpentes em seu nível de vida universal. Depois ele fez um chá
dos bulbos e o tomou. Então, ficou muito alterado e passou a fazer uma
demonstração de como conseguia urinar na cor que bem quisesse. Quando ele
produziu uma corrente infinita de fogo, percebi que ainda tinha muito a
aprender. Atualmente, consigo duplicar as mudanças de cores (amarelo é fácil),
mas nunca encontrei a coragem necessária para tentar duplicar o rio infinito de
fogo de meu mentor.
Chegou o dia em que o Tane (o supervisor militar) do Bar-Rex
e dois de seus novos recrutas começaram a me procurar durante uma travessia da
hi. Ele deveria ter trazido todo seu exército. Coloquei em prática os
ensinamentos de tia Tee-Robra e de So-Socrey e estropiei fisicamente meus
indesejáveis futuros amos. Depois de vários dias sendo perseguido por toda a
região da hi, acabei por ser vencido pelo número – e por um apelo de minha mãe
para me entregar e parar de ferir outros perseguidores que, em alguns casos,
haviam sido meus companheiros de brincadeiras em outros tempos.
Eu era considerado um solitário e fazia muito poucos amigos.
Era também considerado um pouco louco e perigoso. Fui incumbido de juntar-me a
uma patrulha de camelos que viajava para o norte para ficar de olho nos
rebanhos que atravessavam o curso de água na direção sul, rumo à hi de meu amo.
Foi durante essa época que alguns de meus camaradas de armas e eu aprendemos
com um velho veterano a nadar. Ansiávamos pela comida, pelas histórias contadas
ao redor da fogueira do acampamento e pela companhia feminina que o outro lado
da via fluvial nos oferecia de bom grado.
A Terra, quando ficava mais próxima de Marte, parecia um
pouco maior do que uma lua cheia avistada da Terra. Quando sua órbita se
aproximava mais de Marte, o planeta Vênus parecia ter um quinto do tamanho da
Lua vista pelo mesmo ângulo. Os radiares, que naquela época funcionavam
plenamente, são conhecidos de vocês como os planetas Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno e refulgiam no céu noturno.
Sob as estrelas e a luz derramada pelos corpos planetários de nosso sistema
solar, os membros da patrulha sentavam-se em nosso acampamento e especulavam
sobre a existência de alguma forma de vida em outro lugar do universo. (Não
consigo deixar de contar uma mentirinha e dizer que tínhamos certeza de que a
Terra era habitada por homenzinhos verdes e mulheres púrpuras
gigantescas.)
Alguns de meus camaradas enumeravam antigas lendas e
histórias e se recordavam de sangrentas escaramuças com soldados de outras
fortalezas que haviam se aventurado a ir longe demais em nosso território, ou
quando uma patrulha de nossa hi natal entrou na jurisdição de outro Bar-Rex.
Havia também narrativas de guerras de grandes proporções acontecidas entre os
Bar-Rexes, e que haviam determinado o atual status dos vários senhores.
Entre as histórias, havia uma que falava da existência de
misteriosos gigantes com máscaras prateadas, vestidos de púrpura que velejavam,
em trenós para areia, nas areias vítreas que se iniciavam a muitos quilômetros
das estradas cobertas de relva. Mesmo os mais corajosos Bar-Rexes temiam um
encontro com esses gigantes que se diziam viver nas vertentes da montanha
sagrada chamada Darren. (Essa montanha
vulcânica é chamada Monte Olympus pelos
atuais habitantes da Terra.)
A representação dessa imensa montanha marciana com dois raios ao fundo é o emblema que identifica nossas espaçonaves marcianas e outras coisas que necessitam de tal identificação
RANCER-CARR, O ZONE-REX
|
Esse homem vive hoje e tem o nome de Rancer-Carr. Nunca
encontrei ou vi Rancer-Carr em minha primeira vida. Mal sabia eu em minha
primeira vida que formaríamos um relacionamento nesta vida atual, pois em Marte
vivi apenas aquela primeira vida. Cada vida depois dessa (e houve muitas) foram
passadas nos confins da Barreira de Freqüência do planeta Terra. Embora
atualmente Marte seja inóspito à vida sem a utilização de equipamentos
artificiais de sustentação de vida, fico muito feliz em poder visitar meu mundo
natal sempre que posso.
{n.t. Esse
ser humano de Marte vive hoje e tem o nome de Rancer-Carr e em sua
homenagem, pela sua luta em defesa da vida, um sol do sistema
das PLÊIADES tem o nome de CARRdovan (Electra), sendo que em sua
órbita existe um planeta de nome MOLLARA, habitado por seres humanos
oriundos da Terra, de Marte e de outros planetas que para lá migraram em função
dos acontecimentos que se sucederam após a destruição do planeta
MALDEK em nosso sistema solar, há cerca de 251 milhões de anos
passados…}
Minha vida mudou depois que ganhei de presente de minha mãe
uma bela armadura de couro de cor vermelho-sangue. Ela me rendeu um número
considerável de comentários invejosos e zombarias de alguns de meus camaradas,
então decidi não usá-la na presença deles. Eu vestiria a armadura quando
voltasse para a fortaleza, assim minha mãe ficaria contente. Uma vez, dei por
falta de minha armadura e fiquei furioso. Procurei o homem que eu suspeitava
ter roubado minha propriedade e lutamos até que ele acabou morrendo. Só mais tarde
descobri que ele tinha tirado a armadura para me pregar uma peça. Fui colocado
a ferros, aprisionado e depois sentenciado à morte.
Certa manhã, fui levado à presença do Bar-Rex e de minha mãe.
Também faziam parte do grupo três estranhos homens de cabelos brancos vestindo
roupas idênticas feitas não de lã, e sim de um material com um tipo de trama
que eu nunca vira. As palavras que eles disseram uns aos outros soavam
estranhas. Um se aproximou de mim e tocou minha testa com uma vara cintilante e
tudo ficou preto. Despertei com uma grande dor de cabeça, em meio a
centenas de personagens esquisitos que, para mim, pareciam na maior parte serem
pequenos como crianças. Eu não conseguia entender o que estavam falando e em
alguns casos eles não conseguiam se entender uns aos outros.
Parecíamos estar em uma caverna em meio a caixas de metal, e
as paredes emitiam uma suave luz estranha. Os homens de cabelos brancos nos deram água e uma comida que eu
nunca provara. Depois de certo tempo, aprendi a gostar da comida e ficava
esperando que fosse distribuída. Pouco a pouco, passou a haver comunicação
entre os diferentes tipos de “baixotes,” e consegui entender o fato de que
ninguém sabia onde estávamos ou o que estava nos acontecendo. Perdemos a noção
do tempo.
O nosso sistema solar orbita o Sol Central das Plêiades, Alcyone (estrela maior e mais brilhante na foto) dando uma volta completa (um ANO SOLAR) a cada 25.920 anos, sendo que a data de 21 de dezembro de 2012, o FINAL de um Baktun (o décimo terceiro Baktun) do Calendário MAIA também marca o final de um desses anos solares. Em astronomia também é conhecida como o Aglomerado estelar aberto M-45, as Sete Irmãs, a Constelação das Plêiades, com os sóis/estrelas principais de Alcyone, Maia, Electra, Taygeta, Atlas, Pleyone, Celaeno, Asterope e Merope. |
O MEU AMIGO 63-92
De vez em quando, eu reparava num homem, mais alto do que os
baixotes mas não tão alto quanto eu, andando no meio da multidão. Ele usava uma
veste branca de lã esfarrapada e manchada e carregava uma cabaça negra com
estranhos símbolos brancos grosseiramente pintados. Descobri mais tarde que
esses símbolos representavam os números 63-92. Sentado apoiado numa
parede, sentia-me triste e ansiava por estar novamente com as pessoas de minha
tribo. Coloquei as mãos no rosto para esconder minhas emoções dos que estavam
ao meu redor e chorei.
Enquanto chorava, senti alguém tocar o alto de minha cabeça e
dizer o meu nome. Olhei para cima e vi diante de mim o homem que, daquele
momento em diante, eu chamaria apenas de 63-92. Ele me estendeu a cabaça, da
qual nada bebi além de ar. Embora seus lábios não se movessem, ouvi-o dizer:
“Que gosto você quer que tenha?” Lembrei-me de uma bebida alcoólica suave muito
popular em meu mundo natal e imediatamente minha boca começou a se encher
magicamente dela, até que engoli o líquido, então a manifestação cessou.
Coloquei as pontas dos dedos nos olhos para saudar esse mago
da mesma forma que saudaria alguém como meu professor So-Socrey. Perguntei como
ele sabia meu nome e como conseguia falar comigo sem mexer os lábios. Ele
replicou: “Os Elohim sabem os nomes de
todos, e foram eles que me contaram seu nome. Falo com você em sua mente.
Comunicar-se desse modo é uma capacidade que você acabará por adquirir depois
de chegar a seu destino. Não é assim tão difícil se comunicar dessa forma.
Algumas das pessoas que estão agora a seu redor, que você chama de baixotes,
podem se comunicar facilmente dessa maneira umas com as outras.”
Perguntei fisicamente: “Quem são os Els
(Elohim)?”
Quando serei libertado de meu encarceramento para poder
viajar ao destino do qual você fala?” 63-92 repeliu minhas perguntas com um
gesto e foi-se embora, desaparecendo na multidão. Em certo momento durante
minha prisão, as paredes de meu cárcere começaram a zumbir e a produzir um som
agudo que nos sobressaltava e despertava os que estivessem dormindo naquela
hora. Uma das paredes começou a se deslocar e se dobrou dos dois lados,
formando uma abertura pela qual eu conseguia ver um panorama maravilhoso. Construções
altas e objetos prateados cintilavam à luz do Sol e pareciam flutuar como penas
ao vento ou se deslocar rapidamente pelo céu.
Pode-se dizer que testemunhei o que foi para mim, na
época, um céu repleto de UFOs. Parados numa rampa inclinada para
baixo, havia vários daqueles homens de cabelos brancos fazendo-nos sinais para
sairmos. Enquanto descia pela rampa, voltei-me para olhar o lugar onde estivera
preso. Parecia uma grande casa circular (maior do que qualquer casa que eu já
vira – na realidade era uma espaçonave nodiana), coberta por listas horizontais
de cores alternadas: vermelho, branco e negro. Por inúmeras janelas circulares
pude ver homens de cabelos brancos olhando para o que era obviamente seu mundo
natal.
De repente, 63-92 estava na minha frente. Ele me instruiu
mentalmente a não ir para a esquerda com os outros, e em vez disso ir para a
direita e ignorar quem tentasse me dizer outra coisa. Meu instrutor então
desapareceu diante de meus olhos. Ao virar para a direita, entrei num mercado
cheio de bancas e vendedores de todos os tipos possíveis (a maioria vendia
verduras). Fui atraído na direção de um vendedor de flores que desprendiam um
aroma maravilhoso que está além de minha capacidade de descrição. A meu redor
vi outras pessoas trocando um tipo de dinheiro para fazer suas compras. Embora
eu não tivesse esse dinheiro, o vendedor me deu uma grande flor amarela e me
enxotou de sua barraca com um sorriso.
Em cada banca ou loja, davam-me até aquilo pelo qual eu
sentia apenas um ligeiro interesse mental, então me orientavam a ir embora.
Logo fiquei sobrecarregado com meus presentes e me sentei, colocando-os em
volta de mim. Em pouco tempo, as pessoas vinham a mim e apontavam para um ou
mais de meus artigos, entregando-me vários discos-dinheiro de várias cores
(como as fichas plásticas para jogar pôquer). Esses discos me fizeram muito
bem: ninguém os tirava de mim, e sim preferiam me dar o que eu bem quisesse sem
eu ter de pagar. Que mundo!
Meus passeios e minhas viagens acabaram
por me levar a uma padaria grande que vendia pães, bolos e tortas de tipos que
nenhum Bar-Rex do meu mundo natal poderia ordenar que fosse colocado diante
dele. Na padaria serviam mulheres e meninas agradáveis e roliças que me
orientaram, com gestos das mãos, a me sentar no chão num canto (todas as
cadeiras eram pequenas demais para eu me sentar). Elas me trouxeram tudo o que
eu desejava, até que não consegui comer mais nada. Uma senhora elegantemente
vestida usando anéis cintilantes desceu as escadas e mentalmente me pediu para
que me fosse. Não discuti com ela.
A noite parecia não chegar nunca nesse novo mundo (o
planeta NODIA). Houve um breve período
de crepúsculo de aproximadamente 29 horas terrestres, seguido de um clareamento
gradual do céu. Experienciei me queimar de Sol pela primeira vez na vida. Um
vendedor de rua, vendo isso, deu-me um vidro grande de loção. Pensei que eu
devia beber a coisa, até que meu benfeitor meneou a cabeça fazendo o movimento
universal que representa não, fazendo uma mímica de como eu deveria aplicar
topicamente a loção na pele. Também ganhei um chapéu de abas largas.
Durante o terceiro crepúsculo depois de minha chegada
ao planeta NODIA,
instalei-me num local onde todos pareciam estar comemorando. Podia-se comprar
bebidas que causavam euforia, mas meu copo era enchido continuamente sem eu
pagar nada. Vi dois homens (não nodianos) serem assassinados. Os corpos
dos mortos tiveram suas roupas e outros pertences tirados e foram levados para
outro lugar.
Logo depois, um grupo de homens e mulheres se aproximou de
mim (não eram deste mundo) e mentalmente me ofereceram uma grande soma de
dinheiro para eu matar o assassino, que estava sentado a uma mesa perto dali e
continuava a beber corno se não tivesse feito nada de errado. Mentalmente
recusei e também recusei a oferta de protegê-los contra qualquer futura injúria
física que os homens violentos que também residiam no planeta pudessem lhes
causar.
Despertei do torpor causado pela bebida, encontrando-me
novamente encarcerado num poço coberto por grades de metal. Meus inúmeros
companheiros de cela formavam um grupo deplorável de vários tipos de outros
mundos. Seus gemidos, gritos, lamentos e conversas altas eram ensurdecedores. O
lugar fedia, e percebi que provavelmente eu era um dos que mais contribuíam
para o mau cheiro. As grades que cobriam o poço foram levantadas e o lugar
aos poucos ficou silencioso. Parados à beira do poço, olhando para seu conteúdo
humano, havia três homens de cabelos brancos e várias pessoas de outro mundo
acompanhando-os.
Um dos homens de cabelos brancos era jovem (da minha idade,
uns 19 anos terrestres). O jovem de cabelos brancos (nodiano) vestia uma camisa
bege lisa e larga e calças da mesma cor caindo frouxas até os tornozelos. De pé
a seu lado, para minha surpresa, havia outro marciano com uma criatura parecida
com um macaco no ombro (um animal chamado de poon pelos nodianos), O marciano
falou comigo no idioma de minha tribo:
“Aquele ao lado do qual estou oferece a você a liberdade se
você o servir para o resto de sua vida e aceitá-lo como seu único deus.” Eu Pensei mentalmente, esse
camarada é mesmo um bobo convencido. Também cogitei mentir para conseguir minha
liberdade, O jovem cabeça-branca me chamou em voz alta em meu
idioma nativo: “Você não está muito enganado a respeito de quanto
me julgo importante. Venha se unir a nós, marciano. Sou Rayatis
Cre’ator.” Abaixaram uma escada e eu subi
por ela para receber a luz do sol-estrela SOST,
e para o início de uma vida nova e muito emocionante no planeta NODIA.
Trocaram dinheiro com um grupo de carcereiros e meus companheiros de cela
subiram a escada e se dispersaram em direções diferentes.
Acima: A estrela/Sol POLARIS, popularmente conhecida como Estrela Polar, é a estrela mais brilhante da constelação chamada Ursa Menor. Esta estrela é o SOL SOST, onde esta situado o PLANETA NODIA. A estrela POLARIS/SOST é uma das estrelas pertencentes a constelação da Ursa Menor que no correr dos séculos vem sendo usada na Terra para nortear os navegantes, desde os tempos das descobertas de Colombo e Cabral, pois é uma estrela fixa que determina o NORTE. A estrela apontada como Polaris A é o SOL SOST, que é orbitado pelo planeta NODIA e b seria o radiar AMPT, onde orbita o planetoide Vitron, o lar de Mocalar, cerca de 84 vezes MAIOR do que a Terra…Vistos da Terra a proximidade de ambos faz com que os astrônomos pensarem que sejam um sistema de sóis duplo. |
Sem dizer outra palavra, o marciano nos deixou. A medida que
andávamos, o aroma de pão quente enchia o ar. Logo chegamos a um de meus
lugares preferidos do planeta Nodia: a padaria onde, em outro tempo, eu fora
generosamente alimentado. Não entramos na padaria, em vez disso, fomos para os
fundos do prédio e subimos uma escada comprida até o quinto e último andar.
Atrás de uma porta lisa havia quartos grandes decorados com mobília e obras de
arte lindas de se ver. Esses alojamentos eram ocupados por poucos nodianos e
vários tipos de pessoas de outros mundos. Havia elevadores que iam até o
subsolo, onde havia corredores e quartos intermináveis cheios de nodianos
fazendo uma coisa ou outra com uma mão enquanto comiam um pedaço de pão quente
com a outra.
Todos pareciam receber ordens de um homem ruivo de pele clara
chamado Rick-Charkels e sua companheira Orja. Deram-me um colchão de palha e
Rick-Charkels me disse que eu deveria dormir em uma das sacadas. Depois de eu
relutantemente tomar banho, deram-me roupas novas que eram uma réplica perfeita
daquela que estivera vestindo desde minha chegada no
planeta NODIA. Certa manhã, encontrei nos pés do meu
colchão a armadura vermelha que fora responsável por meu exílio neste lugar de
maravilhas e perigos sutis. Raramente permitiam que eu entrasse nos
alojamentos e apenas o fazia para chegar às escadas que levavam para a rua.
Saía de meu alojamento para acompanhar Rick-Charkels, Orja e sua equipe de
cozinha quando faziam suas compras. Meu objetivo e o da equipe era carregar o
saque. Uso o termo “saque” porque os vendedores não aceitavam pagamento pelos
seus produtos e mercadorias, e respondiam como se estivessem ofendidos se
oferecessemos pagamento.
Comecei a aprender com facilidade o idioma nodiano, mas
descobri que sua forma de comunicação telepática era frustrante devido a minha
falta de conhecimento de tantos assuntos que exigiam pensamento
abstrato. Certa vez, ao crepúsculo,
fui visitado por Rhore, o Marciano, que falara comigo no dia em que fui
libertado do poço por meu benfeitor nodiano. No início, Rhore tinha acesso aos
meus aposentos atravessando os telhados dos edifícios adjacentes e pulando na
sacada de uma distância considerável. Nas visitas posteriores, usou uma escada
como ponte, guardando-a no telhado vizinho até precisar dela. Rhore era
shem, embora não pertencesse a meu grupo. Ele calculou que estava no planeta
Nodia havia quase onze anos terrestres. Era livre para ir e vir como bem
entendesse e decidiu viver a cerca de 56 quilômetros de distância, numa
floresta povoada por inúmeros tipos diferentes de animais. Ele se locomovia
numa motoneta (scooter) que voava a aproximadamente um metro e meio do chão,
mas não alcançava a altura dos telhados.
Certa vez, Rhore apontou uma estrela brilhante no céu, que
era, na verdade, o sol que proporcionava luz e calor a nosso mundo natal (e ao
nosso planeta Terra). Ele me disse que seriam necessários cerca de 16 dias para
o “barco estelar” nodiano chegar a nosso mundo natal. Disse que um dia gostaria
de visitar Marte para arranjar uma companheira ou duas, mas não para viver lá
permanentemente. Fiquei consternado com sua afirmação e perguntei-lhe por que
se sentia assim. Ele disse: “Por que viver entre os ignorantes quando se
pode viver entre os sábios?”
Muitas vezes, ao cair da noite, eu subia na garupa da
motoneta de Rhore e viajávamos para seu lar na floresta e para outros locais de
grande beleza natural. Também visitávamos os
lugares onde os barcos (espaçonaves nodianas) estelares eram construídos e
onde existiam colônias de trabalhadores de outros mundos. Essas excursões e
infindáveis conversas com Rhore me ajudaram a entender melhor meu novo lar e me
incutiram o forte desejo de aprender o possível sobre tudo o que estivesse a
meu alcance.
Com Rhore fiquei sabendo que meu benfeitor, Rayatis Cre’ator,
era na realidade um tipo diferente de Bar-Rex. O mistério dos vendedores
generosos foi esclarecido quando Rhore explicou que eles eram, na verdade,
sócios de negócios de Cre’ator. Todo o sistema dos empreendimentos comerciais
de Cre’ator mantinha-se coeso pelo que se poderia chamar o princípio do Chefão:
ele fazia a seus sócios ofertas irrecusáveis. Cre’ator, por vários motivos
compreensíveis, mantinha uma imagem pública muito discreta. Já em sua
juventude, ele tivera cinco filhos: dois meninos e duas meninas com uma mulher
que vivia em outro planeta no mesmo sistema solar, e uma filha com uma bela
nodiana que também estava ausente da casa durante o primeiro ano, mais ou
menos, de meu serviço. No dia em que ela chegou com a filha ruiva (nodianos
ruivos são muito raros), minha vida deu outra reviravolta importante.
Fui incumbido, juntamente com um número considerável de
guarda-costas, de acompanhá-la às compras que, de vez em quando, estendiam-se
por todo o mundo e também pelos planetas próximos. Ela se esquivava da
segurança, aventurando-se em lugares que faziam seus guardas nodianos mais
corajosos se encolher. No início, minha tarefa parecia se resumir em carregar
sua filha nas costas ou nos ombros sempre que a criança me chutasse as pernas.
Com o passar do tempo, descobri que eu poderia delegar essa tarefa a qualquer
um dos outros guardas do séquito Logo depois, percebi que eu era o
comandante deles. Foi uma revelação espantosa. Eu fora eleito para o cargo por
meus companheiros soldados numa votação secreta.
Embora a Senhora Cre’ator ignorasse a segurança, mostrava-se
muito interessada em vestir seus guardas com uniformes escandalosamente
coloridos e em encharcá-los com perfumes caros. Esta última prática foi
interrompida quando os “espers” (os que vasculham mentalmente os arredores à
procura de perigos ocultos) se queixaram que o cheiro estava interferindo em
sua capacidade de desempenhar sua função. Recebi uma sala espaçosa nos
alojamentos localizados sobre a padaria. Rhore tinha permissão de me visitar,
contanto que tomasse banho e vestisse roupas limpas. No começo de nossas
relações, Rhore disse-me que ele havia sido trazido para Nodia por mulheres que
encontrara no deserto marciano colhendo os mesmos bulbos de cactos inebriantes
que meu primeiro professor, So-Socrey, tinha em tal alta conta.
Uma das mulheres perguntou a Rohre se ele queria viajar com
ela para mundos distantes onde ela venderia o estoque de cactos. Ele aceitou
sem hesitar sua oferta. O nome da mulher era Martcra, mas era em
geral conhecida como Bandeira Cereja, pois desfraldava uma bandeira
com uma cereja vermelha bordada sempre que aterrissava num mundo e montava uma
loja. Numa visita a Nodia, Bandeira Cereja, devido a circunstâncias legais
imprevistas, julgou necessário partir do planeta às pressas, deixando Rhore
para trás. Ele nunca mais a viu. Foi adotado e sustentado, como eu, pela
ilustre Casa de Cre’ator.
Rhore instruiu-me no uso de ROMs mentais que me ajudaram a preencher
rapidamente minha mente com conhecimentos e experiências que, usando-se
qualquer outro método, levariam uma eternidade para adquirir. Havia um
suprimento inesgotável desse material mentalmente registrado e eu o absorvia em
todos os momentos livres, quando eu não estava a serviço da Senhora
Cre’ator. Um dia, fui acordado do sono por um poderoso comando mental de
Rayatis Cre’ator dizendo-me para ir ao grande salão do conselho. Nunca estivera
lá. Ao chegar, encontrei uma cadeira vazia com meu nome gravado no encosto de
couro.
CONTINUA …
Originalmente postado em 16 de Agosto de 2012.
’’Há duas histórias, a oficial e mentirosa, e a
secreta, em que estão às verdadeiras CAUSAS dos acontecimentos’’ Honoré de
Balzac
Permitida a reprodução desde que respeite a formatação
original e mencione as fontes.
http://thoth3126.com.br/ |
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