A música é a mais
elevada das artes.
Conta-se que os
críticos de Beethoven observavam que algumas passagens das suas composições
musicais ultrapassavam a capacidade dos instrumentos para os quais tinham sido
escritas.
Respondia o gênio
alemão: Acreditam que eu possa pensar num simples violino quando
converso com o Espírito? Seria o mesmo que esperar que um vulcão vertesse as
suas lavas em moldes artificiais preparados por mãos humanas.
Infelicitado pela
surdez, desde os vinte e dois anos, não podia ouvir as suas grandiosas
composições. Não é surpreendente que toda a obra que compôs nessas condições é
a mais esplendorosa?
Como ele podia
ouvir senão pelo Espírito?
Ele se refugiava
nos bosques para sentir as vibrações maravilhosas da natureza.
Recebia divinas
inspirações. Por isso, levava sempre consigo um caderno de apontamentos para
registrá-las.
Por vezes, ficava
alheio a tudo que o rodeava.
Certa feita, em
Viena, entrou em um restaurante. Quando o garçom lhe ofereceu o cardápio, ele
começou a escrever, no verso, a inspiração que lhe vinha. Assim, depois de ter
transformado o cardápio em partitura, se ergueu, pronto para deixar o local.
Ao ser indagado, o
garçom lhe disse que nada devia porque nada comera.
Tem certeza disso? –
Perguntou Beethoven. Ante a afirmativa do rapaz, pediu, então, que lhe fosse
servido algo para comer.
Um notável orador
sacro, Alves Mendes, afirmou que Beethoven era um maestro afinado pelas
liras dos anjos.
Surdo,
incomunicável, traçava esses cantos ideais, prodigiosos. Cantos que pareciam
suspiros da alma, que são como a voz dos Espíritos.
Esse personagem
sofrido foi mal entendido à sua época. Por isso escreveu aos irmãos que
esperava que, depois de sua morte, ao saber da sua problemática, que ele,
naturalmente devia esconder, a Humanidade se reconciliasse com ele.
Infeliz por não
poder ouvir, recolheu-se a si mesmo e confessou que somente a arte o mantinha
vivo. Ele, que desejava produzir coisas espetaculares.
Podemos imaginar a
tortura de ouvir com a alma, traduzir na música mas não poder escutar a própria
produção?
De quantas dores
terá padecido?
Isso nos faz
pensar em tantos personagens da História e da atualidade. Quantas vezes teremos
sido injustos no julgamento das suas atitudes, considerando que lhes
desconhecemos as dificuldades e as dores mais íntimas?
Não foi por outra
razão que o Mestre de Nazaré asseverou: Não julgueis.
Somos muito
pequenos e de visão limitada. Ademais, como saber o que se passa portas adentro
do coração da criatura que somente vemos brilhar nos palcos do mundo?
Quando
contemplamos a sua arte, as suas conquistas, os seus prêmios, imaginamos que
tudo está bem, que ela é imensamente feliz.
Por isso, quando
as notícias de atos impensados ou de tragédias a alcançam, cogitamos: Por
quê, se tinha tudo?
Ponderemos mais.
Sejamos menos juízes e mais irmãos.
E se amamos os
artistas de qualquer jaez, ofertemos a eles o que tenhamos de mais sublime e de
mais nobre: a nossa precepor suas vidas, por sua paz, pelo êxito das suas
jornadas.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. Ludwig van Beethoven, do livro Grandes
vultos da Humanidade e o Espiritismo, de Sylvio Brito Soares, ed. FEB.
Em 1º.5.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e
Gratidão
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