Certa vez, um homem considerado virtuoso visitou
uma fazenda onde viviam duas famílias. Encontrou, logo à chegada, duas mulheres
que o receberam com alegria.
Sentiam-se honradas em receber a visita de um homem
tão perfeito. Sua fama o precedera. Elas lhe trouxeram comida, água fresca para
dessedentar-se.
Ele lhes perguntou sobre suas vidas.
Elas, de forma muito simples, contaram que
trabalhavam duro em casa e no campo, com seus maridos. Tinham muitos filhos
amados de quem cuidavam. Sofriam doenças, pobreza e mortes, como todas as
demais famílias.
Mas, e quanto a suas boas ações, perguntou-lhes
o bom homem. O que fazem para Deus?
Elas se entreolharam e confessaram que nada faziam.
Não tinham dinheiro para dar, por serem muito
pobres. Não tinham tempo de muito realizar por outras pessoas, pois suas
próprias famílias as mantinham muito ocupadas.
Contudo, acreditavam-se felizes.
Ele se despediu delas e se foi.
Passando pela casa vizinha, como o intrigasse
aquela vida tão simplória das duas mulheres, perguntou a um homem que
trabalhava no jardim a respeito delas.
Ora, respondeu
ele, são as melhores pessoas que já existiram. Moram aqui há vinte e
cinco anos e ninguém ouviu qualquer animosidade delas. Já passaram por muitos
sofrimentos.
Elas se importam com seus próprios problemas e
recebem todos com palavras doces e um sorriso agradável.
Então, uma luz diferente se fez no íntimo daquele
homem.
E pensou: Tenho vivido sozinho
todos esses anos, controlando meu temperamento, sendo
paciente e cordato. Mas será que eu poderia ter feito o mesmo com as
preocupações de uma vida em família?
Já me habituei a viver com muito pouco, mas como
estaria na pobreza, se outros sofressem além de mim? Não sei se poderia
suportar a fadiga e o desgaste de ganhar o pão para outrem.
Verdadeiramente é mais difícil tornar-se um santo
em casa do que num deserto.
E reconheceu que a verdadeira santidade é
trabalhada no dia a dia, no trato com o semelhante.
Alçou uma prece profunda a Deus pedindo por uma
nova chance: a de participar da vida comum onde desejava encontrar um espaço
para devotar-se ao próximo e servir aos seus irmãos.
* * *
Ser bom, caritativo, laborioso, modesto são
qualidades do homem virtuoso.
Toda criatura que possui virtudes não as ostenta.
Tal qual a violeta, simplesmente espalha seu discreto perfume e se esconde
entre a folhagem farta.
Pratica o bem com desinteresse completo, e inteiro
esquecimento de si mesma.
* * *
Você sabia?
Você sabia que a virtude, no mais alto grau, é o
conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem?
E que as criaturas verdadeiramente virtuosas
desconhecem que o são?
Muitas passam quase despercebidas pelos homens, mas
sempre conhecidas de Deus.
Exemplos assim foram Vicente de Paulo e o digno
Cura d'Ars.
Redação do Momento Espírita, com base no item 8,
do cap.
XII de O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. FEB e no cap. Santidade verdadeira
(adaptação de Joel H. Metcalf)
de O
livro das virtudes,v. II,
de William J. Bennett, ed. Nova Fronteira.
Em 9.1.2019.
Em 9.1.2019.
Fonte: Momento Espirita
www.momento.com.br
Luz, Amor e gratidão
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