Aquela era uma das
séries iniciais da instrução infantil.
No quadro, a
professora delineava letra por letra. Primeiramente as vogais. Mais tarde, as
consoantes.
Pouco a pouco, os
pequenos assimilavam cada traço, cada floreio, cada detalhe que compõe o
be-a-bá.
Seguros no traçado
dos caracteres, pacientemente a professora ensinou a turma a uni-los, formando
as palavras. Depois, vencendo as dificuldades, as crianças avançaram em direção
às primeiras frases.
Primeiramente, a
educadora as escrevia no quadro. Os alunos as copiavam. Depois, vieram os
ditados. No final de cada sentença, a professora reiterava a prescrição: Crianças,
não se esqueçam do ponto final!
Esquecendo-o vez
ou outra, é verdade, paulatinamente os alunos memorizaram a regra.
O tempo passou. Os
estudantes adiantaram-se nos níveis escolares. Descobriram que, para além do
ponto final, há outros sinais de pontuação.
Para separar
orações, a vírgula; para perguntas, o ponto de interrogação; para surpresas, o
ponto de exclamação; para frases que não se finalizam, as reticências.
Dessa maneira,
perceberam que, ao escrever, inúmeras são as possibilidades de expressão.
Palavras, frases,
sinais de pontuação. A escrita une pessoas que nunca se conheceram, vence
distâncias, o tempo, a cor, a nacionalidade, as crenças e, quiçá, os
preconceitos.
A escrita registra
a nossa História, as nossas conquistas, assinala o hoje para o futuro.
*
* *
A respeito do ato
de escrever, compôs o poeta:
Da poesia sai o
verso
Do verso a
construção
Da pena sai a
tinta
Que expressa o
coração.
Os dedos correm
rápidos
O papel recebe o
verso
O coração é o
lápis
Escrevendo neste
universo.
O poema exprime o
sentimento
A mente vaga na
imensidão
Os olhos escrevem
no vento
Agradecendo a
criação.
* * *
Ao recebermos nova
oportunidade reencarnatória, recebemos igualmente a chance de traçarmos novas
linhas no infindável livro de nossas existências.
Além disso,
podemos também reescrevermos aquelas frases que, no passado, foram mal
escritas.
Dotados pelo
Criador de livre-arbítrio, o lápis de que dispomos para bem escrevermos são as
nossas ações.
Cada escolha que
fazemos, cada atitude que tomamos redige a nossa História, cujos capítulos
podem ser mais ou menos ditosos.
E, como a lei é de
progresso, esperamos sempre uma História melhor.
Jesus, Modelo e
Guia da Humanidade, nos ensinou a bem escrever por meio da lei de amor que
exemplificou.
*
* *
Nas frases que
escrevemos no livro que somos, nos é lícito questionarmos, exclamarmos,
pontuarmos cada sentença, de maneira a criarmos a mais encantadora História
diante da vida, precioso tesouro que o Senhor nos concedeu.
Todavia, não nos
esqueçamos jamais: na História que o Criador nos permite e nos convida a
escrever, não há ponto final.
Antes, se sucedem
as reticências que assinalam que a vida nunca se encerra e que a morte,
portanto, não passa de um até breve.
Redação do Momento
Espírita, com citação do poema A Escrita, autoria de
Sérgio Antônio Meneghetti.
Em 19.3.2020.
Em 19.3.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e
Gratidão
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