O peregrino saiu em longa
jornada para sua alma.
Nessa caminhada, ao olhar os
pássaros sobrevoando o céu, admirava a beleza das aves e a leveza do voo. Em
cada detalhe, percebia a presença de Deus.
Ao observar as árvores
ladeando a estrada, identificava o abrigo e o alimento que mantinha os animais
silvestres. Igualmente, percebia a generosidade da natureza ao ofertar sombra e
frutos aos viajantes.
Encontrando pedras no caminho,
reportava-se aos desafios que a vida apresenta e que precisam ser vencidos, de
forma determinada e perseverante.
Encontrando outros peregrinos,
com eles trocava experiências e incentivos para continuar a longa jornada,
estabelecendo vínculos de amizade.
Contemplando altos edifícios,
ao longo da trilha, identificava a inteligência humana, nos cálculos
necessários para aquelas construções.
Também a força humana,
responsável pela construção de obras imponentes para servir de abrigo, estudo,
trabalho e repouso. Além disso, não podia deixar de reconhecer a bondade divina
que dota os homens de tantos dons.
Ao anoitecer, descansando ao
relento, admirava a beleza do firmamento, com suas infinitas estrelas de
luminosidades diferentes.
Também o encanto da lua
dominando os céus e oferecendo seu brilho para afastar a escuridão da Terra.
Reconhecia, então, a
grandiosidade de Deus e fazia, naquele momento de profunda gratidão, sua
ligação com o Divino, através da oração.
Agradecia por todas as
oportunidades e belezas que encontrara no caminho. Agradecia aos seus pés, que
suportavam a tão dura e longa jornada.
* * *
Todos somos peregrinos em nossas
vidas. E devemos agradecer aos nossos pés que nos permitem transitar por onde
desejemos.
Nossos pés são o sustentáculo
de nosso corpo físico.
É com eles que mantemos o
contato com a terra.
São nossos pés que nos
sustentam nas caminhadas. Com eles saímos da inércia.
Eles nos conduzem os passos à
escola para a aquisição do conhecimento essencial ao bom resultado da jornada.
Conduzem-nos ao trabalho digno. E depois, nos levam ao aconchego familiar.
Com nossos pés, podemos ir ao
encontro de um irmão necessitado para o amparar.
Com eles podemos percorrer
extensas alamedas, repletas de flores e louvar a Deus pela beleza da natureza.
Eles podem nos conduzir a um
local de recolhimento para nossa meditação ou oração.
São eles que nos levam na
direção da arte, da cultura, nas visitas a monumentos, museus e bibliotecas.
Eles assinalarão o caminho que
percorremos para alcançar as marcas do progresso.
Naturalmente, quem os
direciona somos nós, o ser pensante. Por isso, se assim decidirmos, eles nos
conduzirão a estradas de engano, sofrimento e mágoas.
Tudo depende de nós. Não
permitamos que nossos pés caminhem ao encontro dos erros.
Eles são ferramentas que nos
foram dadas por Deus para cumprimento de nossas missões. São instrumentos que
nos são concedidos para que bem os utilizemos.
Sirvamo-nos muito bem de
nossos pés.
Que eles nos conduzam,
peregrinos da vida, na direção do que nos pode engrandecer, enriquecer,
progredir.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento Espírita.
Em 22.6.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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