Possivelmente,
os que nos encontramos na Terra, neste momento, jamais ouvimos falar tanto a
respeito da morte, como nestes dias.
E
não somente ouvimos. Ela nos parece rondar, de forma trágica, insaciável. A
pandemia tem levado muitos amigos, familiares, conhecidos, companheiros de
trabalho.
E
tudo nos remete a palavras do livro de Êxodo, na vigência da décima praga, que
se refere ao grande clamor que haveria em toda a Terra do Egito, como
nunca houve semelhante e nunca haverá.
Ou
aos escritos do profeta Jeremias, que registra que entre o povo, uma
voz se ouviu, lamentação, choro amargo. Raquel, personificando a mãe
espiritual de Israel, chora seus filhos.
E não quer ser consolada quanto a seus filhos,
porque eles já não existem.
Estes
são dias semelhantes a tantos que a Humanidade já viveu.
Aqui
foi arrebatado um filho querido. Ali o pai devotado. Acolá os avós carinhosos.
Bem
perto, um colega, um professor com quem convivemos, rimos e brincamos.
Tudo
parece trágico e nos remete aos ditos do livro apocalíptico de João: E
dirão aos montes e aos rochedos: caí sobre nós. Escondei-nos.
Sim,
tudo parece trágico, lúgubre.
No
entanto, não nos esqueçamos que, depois da noite mais escura, raia a madrugada.
Nada é definitivo neste planeta.
Tudo
é passageiro. Olhamos as grandes cidades do passado, envolvidas em mortalhas.
As
cidades gregas de tanto brilho, Roma antiga com toda sua pompa, Herculano e
Pompeia soterradas pelas cinzas do Vesúvio.
Tudo
passa. Isso também passará. E acima e mais verdadeiro do que o clima de dor e
luto que nos envolve, existe a assistência de um Pastor.
Recordemos
Suas palavras: Não vos deixarei órfãos.
Onde houver duas ou mais pessoas reunidas em meu
nome, eu estarei no meio delas.
Tudo que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos
dará.
É
momento de nos entregarmos ao Pastor, de reconhecermos que somente Ele, em nome
do amor, nos pode atender, auxiliar.
É
momento de sermos irmãos, de repartirmos o pão. De sonharmos menos com o que
conquistaremos para os nossos cofres e mais nos tesouros que devemos amealhar
para a essência imortal que somos.
Tempo
de solidariedade. Tempo de olhar o mundo e reconhecer que somos uma única e
grande família.
A
pandemia nos atesta isso, desde que não poupa nação, raça, credo religioso,
alcançando a fragilidade humana.
É
tempo de pensarmos no amanhã de luz, que se fará, depois da tempestade que
castiga o mundo.
É
tempo de recordarmos que durante a travessia do lago, quando se agitaram as
ondas, assoviaram os ventos, Jesus ergueu-se do barco em que se encontrava e,
sob Seu comando, tudo retornou à calmaria.
Ele
é o nosso Governador Planetário. Entreguemo-nos a Ele, com a confiança de que a
tempestade ruge, mas Ele é quem tudo haverá de asserenar.
Confiemos
nEle, oremos, trabalhemos e aguardemos o amanhã. Alguns haveremos de partir.
Outros sobreviveremos para ver e continuar contribuindo com o mundo novo.
Confiemos.
Tudo passa. Isso também passará.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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