No mundo há tantas
vozes. Vozes que cantam, vozes que alertam, vozes que comandam, vozes infindas
que ecoam as mais diversas palavras, fruto de incontáveis pensamentos.
Entretanto,
palavras são prata. O silêncio, por sua vez, é ouro, ensina-nos o
provérbio.
Relatam os
Evangelhos que Jesus, inúmeras vezes, retirava-se para, no silêncio, conversar
com Deus.
Em busca do
progresso, meio pelo qual alcançamos a paz e a felicidade, tamanhas são as
nossas dúvidas; grandiosas, as incertezas; incertos os passos.
Entretanto, o
mundo é gigantesco para a todos nos envolver e é pequeno o suficiente para
caber dentro de nossos corações. No Espírito do homem está o espírito do mundo.
E, para
compreendermos o mundo, exterior e interior, necessitamos do silêncio. Para nos
autoiluminarmos, dele somos necessitados.
Ouçamos nosso
silêncio. Percebamos a harmonia entre nós e aquilo que nos cerca, dos desertos
às pradarias floridas, das dores às alegrias.
É no silêncio que
encontramos a melhor imagem de nós mesmos e alçamos o mais profundo de nossos
corações. Ali Deus habita. Sintamos Sua presença. Silenciosos, ouçamos Seu
falar.
A fala do Pai é
mansa, é doce. Pétalas suaves que, delicadas, tocam o cerne de nosso ser.
Ouvindo-O,
encorajamo-nos, encontramos esperança na desilusão, luz na escuridão, valor no
perdão.
Escutando-O
atentamente temos a certeza de que as nuvens escuras que, porventura, ocupam os
céus de nossa alma vão seguramente passar.
O sol, todavia,
que se esconde por trás delas, não passará jamais.
Assim, temos ânimo
para novamente sorrir, coragem para vencer os desafios diários, segurança para
deixar o homem velho para trás e construirmos o homem novo, objetivo maior de
nossa existência.
É no silêncio que
curamos nossas mágoas, que combatemos as más intenções que nos impedem de
seguir, que nos livramos dos maus pensamentos que nos tiram a paz, que
espantamos as más palavras que nos conduzem a dolorosos arrependimentos.
É no silêncio que
nos tornamos mais sábios, pois ouvimos a voz de nossa própria consciência.
É no silêncio que
o Espírito em marcha desperta, floresce, vislumbra o mundo, prepara-se para os
desafios que lhe são próprios frente às responsabilidades intelecto-morais.
É no silêncio que
nos encontramos conosco mesmos e com Deus.
* * *
Pai de todos nós,
permite-nos que Te ouçamos no mais solene silêncio de nossos corações.
Que, por meio do
silêncio, a acústica de nossas almas vibre em comunhão perfeita Contigo.
Que, em nossas
dores, em nossas alegrias, em nossas angústias, em nossa resignação, saibamos
guardar o devido silêncio, a fim de Te louvarmos.
Que o silêncio
seja, Senhor da Vida, nosso elo mais profundo de ligação e que seja ele a nos
lembrar que Tu não és o Pai que habita distante, nos céus. Antes, Tu és Aquele
que habita o mais íntimo de cada um de nós.
Silenciemos.
Ouçamos a Voz de Deus a falar, a ensinar, a consolar, a cantar a mais
harmoniosa melodia dentro de nós!
Em 26.4.2021.
Luz, Amor e Gratidão
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