Diziam ser uma
adolescente sem futuro. Desde cedo seus dias eram gastos em drogas e
promiscuidade.
Tinha apenas
dezesseis anos. Como poderia a mãe desistir de uma vida diferente para sua
filha?
Ela desejava que
Kátia estudasse, adentrasse os bancos universitários, abraçasse uma profissão,
se tornasse uma pessoa útil para a sociedade.
No entanto, as
reclamações na escola se sucediam. A jovem não comparecia às aulas, não
apresentava as tarefas, muito menos se dedicava aos livros.
Era um caso
perdido.
Contudo, um dia,
durante uma agressão, ela feriu outro jovem e foi presa.
No julgamento, de
uma forma inesperada, várias pessoas falaram a seu favor. Sua melhor amiga,
aquela a quem ela confidenciava suas dores e suas loucuras.
Os pais dessa
amiga que a haviam acolhido em seu lar, mais de uma vez, em dias muito ruins.
Considerando, além
disso, algumas atenuantes, entre elas ter sido considerado o ato como legítima
defesa, Kátia recebeu a penalidade de prestar um ano de serviço comunitário em
um lar de idosos.
O julgamento, a
perspectiva de uma pena muito dura, tudo a apavorara.
Pareceu despertar
e no lar no qual passou a cumprir a sua pena, várias vezes na semana, encontrou
um dos idosos a quem, em especial, se dedicou.
Para ele, ficava
horas a ler. Era um senhor muito culto e, igualmente afeiçoando-se àquela
jovem, foi sugerindo a pouco e pouco, novas ideias.
Tudo de uma forma
quase lúdica em que discutiam a respeito das ações felizes ou infelizes dos
personagens dos livros que ela lia para ele.
Kátia sentiu-se
estimulada a estudar e suas notas, de forma incrível, no semestre seguinte,
foram as melhores da turma.
Incentivada por
Léo, ainda, ela se preparou para as provas que lhe dariam direito a adentrar a
Universidade, definindo-se pelo Curso de Sociologia.
A transformação, a
princípio, pareceu para a mãe e os amigos, ser fingimento. Mas, ao final,
constataram que ela realmente se modificara.
* * *
A vida é assim.
Tudo são oportunidades. Até mesmo algum revés, parecendo uma infelicidade, pode
render bons frutos.
E também nos fala
que nunca devemos desistir da renovação de nossos filhos.
Poderemos ter
filhos irresponsáveis, marcados por desequilíbrios de comportamento, até
cruéis.
São esses, em
verdade, os que mais necessitam da assistência e compreensão materna e paterna.
Acreditemos que um
dia tudo se resolverá. Nem sempre como idealizamos mas, com certeza, chegará
para eles o momento de reformulação.
Qualquer um de nós
que viva essa agonia de ter um filho de comportamento antissocial ou
atormentado por ações infelizes, continuemos amando-o.
Mais do que nossas
palavras, necessita do nosso exemplo de honradez, honestidade, esforço no bem.
Entreguemo-nos nas
mãos de Deus, e continuemos a abençoá-lo com nossa presença, com nossa mensagem
de reeducação, de orientação, que jamais se perderá.
Nosso filho
problema grave, lembremos, é antes de tudo filho de Deus.
Um dia, ele abrirá
os olhos, contemplará nossos esforços e mudará o rumo da própria vida.
Prossigamos
confiando!
Fonte: Momento Espírita
Luz, Amor e Gratidão
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