Dia desses lemos,
em um adesivo colado no vidro traseiro de um veículo, a seguinte
advertência: Minha educação depende da tua.
Ficamos a imaginar
qual seria o conceito de educação para quem pensa dessa forma.
Ora, se nossa
educação dependesse dos outros, certamente seria tão instável quanto a
quantidade de pessoas com as quais nos relacionamos.
Ademais, se assim
fosse, não formaríamos jamais o nosso caráter. Seríamos apenas o resultado do
comportamento de terceiros. Refletiríamos como se fôssemos um espelho.
A educação, segundo
o Codificador do Espiritismo Allan Kardec, é a arte de formar caracteres e,
por conseguinte, é o conjunto de hábitos adquiridos.
Assim sendo, como
fica a nossa educação se refletir tão somente o comportamento dos outros, como
uma reação apenas?
O verdadeiro
caráter é forjado na luta. Na luta por dominar as más tendências, por não
revidar uma ofensa, por retribuir o mal com o bem.
Um amigo tinha o
costume de dizer: Bateu, levou. Um dia perguntamos se ele admirava
os mal-educados que tanto criticava.
Imediatamente ele
se posicionou em contrário: É claro que não!
Então questionamos
outra vez: Se não os admira, por que você os imita?
Ele ficou um tanto
confuso, pensou um pouco e respondeu: É, de fato deveríamos imitar
somente o que achamos bonito.
Dessa forma, a
nossa educação não deve jamais depender da educação dos outros, menos ainda da
falta de educação dos outros.
Todos os
ensinamentos do Cristo, a quem a maioria de nós diz seguir, nos recomendam
apresentar a outra face.
Imaginemos se
Jesus, o Mestre, tivesse nos ensinado: Se alguém te bater numa face,
esmurra-lhe a outra. Ou então: Faz aos outros tudo aquilo que
não desejas que te façam. Nós certamente não O aceitaríamos como
Modelo e Guia.
Assim sendo,
lutemos por nos educar segundo os preceitos do Mestre de Nazaré que, diante dos
momentos mais dolorosos de Sua vida, manteve a calma e tolerou com grandeza
todas as agressões sofridas.
Não nos espelhemos
nos que não são modelos nem de si mesmos. Construamos o nosso caráter com os
exemplos nobres.
Quando tivermos que
prestar contas às leis que regem a vida, não encontraremos desculpas para a
nossa falta de educação, nem poderemos jogar a culpa nos outros, já que Deus
nunca deixou a Terra sem bons exemplos de educação e dignidade.
* * *
Não adotemos os
costumes comuns que nada têm de normais.
O normal é cada um
buscar a melhoria íntima com os recursos internos e externos que Deus oferece.
As rosas, mesmo com
as raízes mergulhadas no estrume, se abrem para oferecer ao mundo o seu
inconfundível perfume.
O sândalo, por ser
uma árvore nobre, deixa suave fragrância impregnada no machado que lhe dilacera
as fibras.
Assim, nós também
podemos dar exemplos dignos de serem imitados.
Luz, Amor e Gratidão
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