Ela foi
protagonista do ballet O lago dos cisnes, de Tchaikovsky, no
ano de 1967. Brilhou nos palcos de Nova York, entre os anos 1966 e 1978.
Nascida na capital
espanhola, viveu alguns anos em Cuba e migrou para os Estados Unidos. Depois da
fama alcançada, voltou a Madrid e, em março de 2020, retornou à pátria
verdadeira, a espiritual.
Com toda a
certeza, o que Marta González, conhecida pelo nome artístico de Marta Cinta,
não poderia imaginar é que, depois da sua morte, o que o mundo inteiro viu e
aplaudiu foi sua performance, idosa e presa a uma cadeira de rodas.
Vivendo, desde
2014, em um lar de idosos em Alicante, na Espanha, a Associação Música
para Despertar, que utiliza a música como recurso terapêutico, conheceu
Marta, em uma das suas visitas.
Ao lhe ser
colocado o fone ao ouvido e principiado a tocar O lago dos cisnes,
ela faz um sinal com a mão para que o volume seja elevado.
De uma forma
surpreendente, ela ensaia um gesto com os braços mas, quase de imediato, os
deixa pender, num ar de tristeza.
Terá se recordado
dos dias luminosos e aplaudidos de sua interpretação da infeliz princesa, que
somente podia ser salva pelo amor?
Então, por
segundos apenas, ela parece despertar e reviver intensamente o que dançou.
Os braços imitam
as asas do cisne que tenta voar, mas está preso a um corpo que não lhe permite.
Os gestos reproduzem os da bailarina jovem, de 1967.
Pode-se ver na
face a expressão exata do terror da princesa aprisionada por maldoso mago. Em
detalhes ela refaz o que viveu, nos áureos dias da juventude.
Gestos vigorosos,
treinados durante anos, são liberados da prisão do Mal de Alzheimer e ela
demonstra como a música reacendeu seu cérebro adoecido:
Nesta
hora, diz ela, é preciso tocar as pontas,
referindo-se ao movimento da coreografia.
Mais adiante,
registra: Agora é o coro.
Em seguida, diz
que é a hora de usar as pernas. E voltam os movimentos das
asas do cisne.
Ela se emociona e
comove a todos os que veem o vídeo, que viralizou na Internet.
O poder da música.
Mais do que isso: o poder do Espírito sobre a matéria, dizendo que, apesar do
desarranjo físico, ele prossegue a comandar o corpo.
É o que nos dizem
os atletas, os artistas, os acrobatas, os trapezistas, em suas apresentações.
Superação da matéria.
Que lição
extraordinária que nos fala do quanto podemos realizar, se o desejarmos.
Conforme nos
ensinam os Espíritos do bem, tudo podemos, se fizermos pequenos esforços.
Se o Espírito
domina a matéria e a rege, quanto mais não poderá dominar as nossas más
paixões, aquelas que ainda nos retém no charco da maldade.
Acionar a vontade.
Permitir que o Espírito comande as ações para o bem, para a grandeza.
Quantos degraus
poderemos subir em uma única existência.
Como Marta, presa
a uma cadeira de rodas, dançando nas lembranças felizes, superemos o que ainda
em nós se manifesta como egoísmo, vaidade, orgulho.
Sejamos felizes.
Dancemos ao som da música do bem. Deixemo-nos envolver pela sinfonia do amor.
Cresçamos. Alcemos
voos ao Infinito.
Permitamo-nos sair
da cela do corpo, como cisnes conquistando os céus, alto, muito alto.
Redação do Momento
Espírita, com base em fatos da vida de Marta González.
Em 5.4.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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