Isabel Allende, jornalista e escritora chilena,
ao abordar a questão das mulheres no mundo, narra algo que ocorreu no ano de
1998, num campo de concentração para refugiados Tutsi, no Congo, África.
Os
protagonistas são uma jovem mulher, de nome Rose
Mapendo e seus filhos. Viúva e grávida, de alguma forma ela consegue manter
suas sete crianças vivas.
Depois de
alguns meses, ela dá à luz a gêmeos prematuros, dois minúsculos meninos. Corta
o cordão umbilical com um graveto e os amarra com seu próprio cabelo.
Ela dá a
seus filhos os nomes dos comandantes do campo, com o objetivo de ganhar a
bênção deles e, com isso, poder alimentá-los com chá preto, já que o seu leite
não poderia sustentá-los.
A família
sobrevive por dezesseis meses e então, graças ao ato de boa vontade de um
soldado americano, Sasha Chanoff, Rose é salva, pois ele consegue colocar
sua família em um avião de resgate.
Rose Mapendo e seus nove filhos pousam em
Phoenix, Arizona, onde agora vivem e prosperam. O nome Mapendo, em Suaíli,
idioma oficial da África Oriental, significa grande amor.
Outra
história que a autora nos conta se passa no ano de 2005. O lugar é uma pequena
clínica para mulheres em Bangladesh, país asiático.
Jenny é uma jovem higienista bucal,
voluntária americana. Ela foi para a clínica preparada para limpar dentes. No
entanto, descobre que ali não há médicos, não há dentistas e que a clínica é
somente uma cabana cheia de moscas.
Do lado
de fora há uma fila de mulheres que esperam horas para serem atendidas. A
primeira paciente sente dores lancinantes, seus molares estão em péssimas
condições. Jenny percebe que a única solução seria removê-los.
Ela não
tem licença para isso e nunca fez esse procedimento antes. Apavorada, ciente de
que nem ao menos tem os instrumentos adequados, sente-se confortada ao
certificar-se que tem como recurso um pouco de anestesia.
Movida
pela coragem e por um coração carregado de amor, ela murmura uma prece e segue
em frente com a operação.
Ao final,
a paciente aliviada beija suas mãos. Naquele dia, a higienista repetiu muitas
vezes idêntico procedimento.
* * *
No mundo
de hoje, grande parte das mulheres sofre, vivendo em condições precárias.
Forçadas
a casamentos prematuros, não têm controle sobre suas vidas, têm filhos que não
conseguem alimentar, não têm acesso à educação, à saúde e à liberdade.
Olhamos
em volta e vemos protagonistas como essas por toda parte. Mulheres que, apesar
das circunstâncias desfavoráveis, lutam com o coração cheio de amor, pelos seus
próprios direitos e pelos direitos do próximo.
Mulheres
que, apesar de todas as adversidades, se mostram dispostas, confiantes,
carregadas de fé e esperança, que nunca se deixam abater, que lutam
diariamente, seguindo em frente sem desanimar.
Mulheres
que, como essas das histórias citadas, movidas pelo amor, colocam o coração à
frente da razão.
E Jesus
nos ensinou que onde estiver o nosso tesouro, estará o nosso coração.
E o nosso
tesouro onde está?
Pensemos
nisso.
Redação do Momento Espírita, com base em palestra
da escritora Isabel Allende, em março de 2007.
da escritora Isabel Allende, em março de 2007.
Em 6.12.2018. Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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