Em determinadas
datas decidimos organizar aqueles papéis que guardamos há muito tempo.
Fazemos isso no
final do ano, ou durante nossas férias. Ou quando temos necessidade de
encontrar algum documento.
Num desses
momentos, Ana decidiu organizar a sua caixa de guardados antigos.
Começou por
separar uma enorme pilha de documentos.
A medida em que
cada um deles foi lhe passando pelas mãos, ela acionou o baú das memórias.
Ao olhar os papéis
de uma internação hospitalar, lembrou do acidente de trânsito que tinha
sofrido.
Recordou do
tumulto na rua, do socorro médico, das dores. Também do atendimento que
recebeu, do cuidado dos profissionais no hospital, do carinho da sua família.
Aquelas lembranças
a fizeram agradecer a Deus pela sua total recuperação, sem nenhuma sequela.
Ao separar
certidões de nascimento, de casamento e de óbito de familiares, foi
reconstruindo em sua mente a vida e os ensinamentos que cada um daqueles entes
queridos havia deixado.
Lembrou da vida
difícil, mas feliz de seus avós.
Lembrou do
trabalho árduo e dedicado do seu pai. De todas as lições de honestidade e
integridade que ele lhe transmitira ao longo da vida.
Sentiu uma imensa
saudade...
Ao mesmo tempo,
profunda gratidão por ter convivido e aprendido tanto com esses familiares e se
dar conta do quanto eles foram importantes para a formação do seu caráter.
Quando apanhou
papéis de lugares onde havia morado, a memória lhe falou dos bons momentos
vividos em cada localidade.
Recordou sua
infância, suas amigas, as brincadeiras que faziam, o cheiro das plantas, a
sensação de liberdade e alegria.
Depois, foram as
lembranças da adolescência, dos colegas de escola, das músicas que ouvia, das
noites olhando o céu estrelado.
E foram se
sucedendo as recordações felizes que fizeram com que Ana agradecesse a Deus por
todas as experiências vivenciadas.
As horas da tarde
foram consumidas na leitura, separação de papéis e lembranças e mais
lembranças.
Percebeu quantas
coisas boas e outras, que tinham parecido ruins, mas que, ao recordar, após tantos
anos, verificou terem lhe ensinado lições importantes.
* * *
Somos o resultado
da somatória de todas as experiências que vivemos.
Importante saber
olhar ao nosso redor e verificar quantas pessoas contribuíram para nossa
formação e valorizar essa rede, que tecemos pelos vínculos que criamos em nosso
caminhar.
Tem razão o poeta
ao escrever que a vida do homem é feita de etapas, como as do ano são
divididas em estações.
Há
beleza especial em cada fase e tem finalidade própria cada ocasião.
Mudam
as cores, passam os perfumes, vão-se os ritmos e ficam as lições.
Sucedem-se
rápidas com as suas canções e flores, as suas tristezas e cores cinzas, os seus
crepúsculos e amanheceres, todos os instantes que abrem e fecham as portas dos
acontecimentos.
Essa
dádiva dos deuses, que é viver, torna-se a semente da abundância do tempo, sem
limite de tempo, que se conquista ao morrer, quando bem se passou cada etapa na
condição de sábio aprendiz da verdade.
Aprendamos com o
poeta...
Redação do Momento
Espírita, com transcrição de versos do Poema XXXVII,
do livro Estesia, pelo Espírito Rabindranath Tagore, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 13.4.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
҉ |
Nenhum comentário:
Postar um comentário