Muito se discute, na atualidade, sobre a autoestima das crianças. Como
trabalhá-la, como criar filhos confiantes e conhecedores do que são capazes de
fazer e de ser.
A criança não se conhece. Enquanto nós, adultos, já somos habilitados
para realizar a viagem do autodescobrimento, elas ainda não têm instrumentos
suficientes para isso.
São Espíritos reencarnados, trazem tendências e potencialidades. Por
isso, necessitam de todo auxílio possível para se descobrirem.
Somos nós, os pais, educadores ou responsáveis, que podemos lhes
proporcionar essa instrumentalização de grande importância.
Ensiná-los a perceber seus sentimentos e emoções diante de cada situação
e trabalhá-los, sem medo.
Reprimir, esconder são mecanismos que trazem prejuízos enormes para seu
desenvolvimento.
Os que estão mais próximos serão aqueles que poderão enxergar além da
casca, além do que se vê por fora. São esses que auxiliarão cada criança a perceber-se
como autor de seu próprio destino, que pode ser muito feliz.
Vejamos um exemplo: Rebeca traz para casa uma prova de matemática. Vinte
e sete problemas foram respondidos corretamente, mas três não.
O que faz seu pai? Censura os três problemas errados.
Se lhe perguntarmos porque faz isso, ele dirá:
Quero que saiba o que estava errado para não cometer os mesmos erros
outra vez!
A intenção é boa, mas a menina acaba por não ouvir nem um comentário
sobre os vinte e sete problemas que acertou!
Esse é um comportamento comum de muitos de nós, enquanto pais e
educadores.
Em coisas pequenas, nos esquecemos de focalizar os dotes excepcionais de
cada criança.
Destacamos aquilo que ela não tem e quando voltamos a nossa atenção para
as deficiências dela, o amor pode se perder.
* * *
Se ao nosso filho falta confiança em si mesmo, procuremos ver o que ele
pode fazer, quais as suas habilidades, os seus potenciais.
Mencionemos tudo que ele consegue fazer e deixemos de focalizar o que
ainda não consegue.
Seu senso de sucesso – vitória – é a chave para que acredite em si
mesmo.
Isso estimula sua convicção de que tem alguma coisa a oferecer,
levando-o a novos esforços.
Jamais, porém, criemos imagens falsas, distorcidas, do que ele é. Por
vezes, na ânsia de sermos amados por nossos filhos, os colocamos em patamares
ilusórios.
Nossos filhos não são maravilhosos em tudo. Se eles se enxergarem assim,
com essa lente distorcida, terão problemas, com certeza.
O autodescobrimento, quando bem realizado, equilibra todas as
percepções. Ao mesmo tempo que valoriza as potencialidades, os recursos de que
a criança dispõe, refletem sobre o que pode fazer para melhorar em cada área.
Assim, atuemos com uma observação profunda, um tato repleto de
amorosidade e utilizando toda nossa experiência de vida e nosso próprio
autoconhecimento.
Assumimos essa responsabilidade valorosa perante o Criador.
Dediquemo-nos a ela com seriedade e amor.
Redação do Momento Espírita, com base
em trecho do livro A autoestima de seu filho,
de Dorothy Corkille Briggs,
ed. Martins Fontes.
Em 9.5.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e
Gratidão
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