Vanessa é médica e, há alguns meses, diante de uma situação de tragédia
que se abateu em uma região do país, decidiu se voluntariar para atender, por
alguns dias, em uma das cidades afetadas.
Apesar de realizar rotineiramente um trabalho voluntário, não o fazia como
médica, e essa oportunidade a fez pensar que poderia ajudar muito. Poderia
fazer de sua profissão um verdadeiro ato de amor.
Chegando lá, ela e outros profissionais do mesmo grupo, começaram
imediatamente a atender em um posto de saúde. A necessidade era grande e a
vontade de ajudar ainda maior.
No segundo dia o posto de saúde estava cheio. As filas eram enormes.
Vanessa atendia a todos com muita atenção e carinho. No final da manhã, ao
chamar uma paciente, teve uma surpresa.
A senhora entrou, sentou-se e disse: Doutora, preciso lhe contar algo,
pois acho que estão cometendo uma injustiça lá na fila. Estão reclamando que a
senhora atende muito devagar, e muita gente tem pressa.
Mas eu, continuou a paciente, disse que queria ser atendida pela
senhora, pois é bom ter um médico que escute a gente, que examine direito e que
receite direito.
A voluntária sorriu e respondeu que uma consulta bem-feita leva algum
tempo, e que sua obrigação era dedicar-se aos pacientes. Dito isto iniciou a
consulta com atenção e carinho para evitar erros.
Durante dias Vanessa lembrou constantemente daquela paciente, e do que
ela dissera. Não se ofendera, pois sabia que a imagem que se tem de muitas
profissões é, na verdade, uma consequência da atitude de alguns profissionais.
Lembrava que, desde criança, desejava ser médica e que não mediu
esforços em seus estudos para atingir sua meta. Amava sua profissão e a exercia
com amor. Possuía uma situação material estável, mas trabalhava muito.
A medicina fora, para ela, uma vocação e não uma escolha profissional
baseada em possíveis ganhos materiais ou no status social.
Conhecia, no entanto, alguns colegas para os quais os pacientes eram
somente clientes e o ganho em dinheiro superava qualquer amor pela tarefa. Não
se admirava ao ver tantos pacientes descontentes.
* * *
O trabalho é qualquer ocupação útil, seja ela física, ou intelectual. O
trabalho faz parte das leis da natureza às quais o homem está sujeito.
Muitas pessoas abraçam um trabalho sem ser o que realmente querem, sem
ser aquele para o qual sentem que são chamados, devido a necessidades
materiais. Mesmo nessas circunstâncias a dedicação deve vigorar.
Frequentemente, pessoas que obtêm sustento de uma ocupação que não
corresponda ao seu desejo, estudam e se preparam para, um dia, seguirem sua
real vocação.
Todas as profissões estão inseridas na sociedade para um determinado
fim. Obviamente que o sustento material é importante para o profissional, pois
dá a ele condições de viver dignamente, de progredir, de sustentar a família.
Dedique-se verdadeiramente ao seu trabalho. Mesmo que deseje exercer
outra que não seja sua atual profissão, agradeça a oportunidade que lhe é dada
quando há tantos que desejariam seu lugar.
Se almeja mudar, busque merecer. Estude, especialize-se e não desista.
Mas nunca deixe de se dedicar ao que faz.
Lembre-se do Mestre Jesus, que sempre soube qual era Sua missão na
Terra, mas, durante muitos anos exerceu o ofício da carpintaria, com amor e
resignação.
Redação do Momento Espírita, com base em fato e no cap. 11 do livro Estudos
Espíritas, pelo Espírito Joanna de Angelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. FEB.
Em 6.5.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e
Gratidão
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