Muitas famílias
moravam nos arrabaldes daquela cidade grande. As crianças ficavam nos Centros
de Educação Infantil e nas escolas, enquanto as mães saíam para suas atividades
profissionais.
Dessa forma, os
pequenos tinham asseguradas as suas refeições nos ambientes de estudo. E as
mães, nas casas ou empresas em que trabalhavam.
No entanto, uma
pandemia criou um quadro complicador.
As crianças não
poderiam mais ir à escola a fim de não contraírem o vírus mortal que atacava a
todos.
As mães, de igual
forma, tiveram restringidos seus acessos aos locais de trabalho.
As crianças,
ingênuas e carentes da presença materna, receberam a notícia com entusiasmo.
Afinal, agora poderiam ficar em casa, junto delas, o dia todo.
Prevendo os dias
vindouros sem proventos, com o coração oprimido responderam elas: Sim
meu anjo, ficaremos juntinhas.
Lágrimas, sem
pedir licença, desceram pelos seus olhos.
Passados alguns
dias a situação desses lares denunciava a penúria.
Três meses
transcorridos e a situação havia piorado muito mais do que o esperado.
Houve quem perdeu
a moradia, o teto, o abrigo. O alimento se fez escasso até desaparecer.
Foi nesse momento
que um verdadeiro milagre aconteceu. As almas que haviam aprendido a olhar à
sua volta, se conscientizaram da situação do seu próximo.
E, a sós, ou em
grupos, começaram a assistir da forma que lhes era possível.
O agricultor
ofereceu seus produtos, o mercado fez campanha, a sociedade aderiu.
Mesmo quem achava
que não tinha como contribuir, descobriu que poderia oferecer a sua pequena
cota.
Motoristas se
dispuseram a alcançar os necessitados, conduzindo pessoas e doações.
E as dificuldades
foram sendo amenizadas.
* * *
É assim que o amor
de Deus atua na Terra, junto aos que padecem: através dos nossos braços, dos
nossos corações e disposição.
Por isso a grande
campanha, neste período de provas maiores, deve ser no sentido de que deixemos
agir em nós a compaixão.
Essa virtude das
mais humanas, pois que nos permite sentir com o sofredor.
Quando nos
compadecemos profundamente, não nos sentimos aliviados sem prestar o socorro
necessário.
Aliada à
solidariedade, a compaixão nos convida a irmos ao encontro do outro,
levando-lhe o alimento, o agasalho e nosso carinho.
Talvez não
possamos fazer muito mas, se cada um de nós se dispuser a auxiliar, que grande
diferença teremos no panorama das necessidades.
De todo modo, se
nada material dispusermos para oferecer, não nos esqueçamos do amor, que pode
se traduzir em palavras de esperança, um aceno, um sorriso.
Até mesmo,
recordando a atitude do Apóstolo Pedro ao pedinte à porta do templo,
dizermos: Desculpe, nada tenho que te possa oferecer!
Mas,
o que tenho te dou: meu desejo de paz, de bom ânimo. Deus te fortaleça.
E poderemos
envolver em nossas preces aquele ser sofredor, rogando ao Pai Celeste que o
amparo lhe chegue, sem mais tardança.
Apiedemo-nos do
próximo. Não nos permitamos a insensibilidade em circunstância alguma,
considerando que nós mesmos necessitamos intensamente da compaixão divina.
Redação do Momento Espírita.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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