Os Seus eram os
mais estranhos discursos que a Terra já ouvira ou tornaria a ouvir.
Ele se
afirmava Filho do homem. E foi preciso que os séculos se
sucedessem para que pudéssemos entender que Ele assim se denominava porque não
pertencia a esta Humanidade.
Veio para cá uma
única vez com objetivo bem específico: ensinar a Lei de amor, exemplificá-la em
todos os matizes e sob os mais diferentes aspectos.
Quando todos os
grandes da Terra têm seus palácios, seus domínios, seus vassalos, Ele dizia que
as cobras tinham seus covis, as árvores tinham seus ninhos.
Mas Ele, o Filho
do homem, não tinha uma pedra sequer para repousar a cabeça.
Era o ensino do
desprendimento dos bens materiais, da sua desnecessidade quando a finalidade é
revolucionar o pensamento de toda uma Humanidade como Ele o fez.
De forma tão
radical, que assinalou a Sua passagem pelo planeta, dividindo a História entre
antes e depois dEle.
Antes, era a lei
do olho por olho. Lei de talião.
Com Ele,
inaugura-se a era do amor, da busca do outro, do importar-se com o semelhante.
Aprendemos que a
estrela solar é a luz que ilumina nosso planeta. Mas, Ele se afirmava a luz do
mundo.
Estrela de
primeira grandeza, astro do dia. Quem andasse com Ele, não andaria em trevas.
Não se referia à
luz física, de que necessitamos para as nossas noites. Falava da luz que
ilumina sempre, que rompe as trevas da ignorância, da maldade.
Luz do mundo.
Afirmou que éramos
filhos da luz. Gerados pela luz divina. Lucigênitos.
Por isso, o
convite para que deixemos brilhar a nossa luz. Luz da nossa
inteligência, do nosso amor.
Mais ainda,
afirmou que se nossos olhos fossem bons, todo nosso corpo seria luz.
Olhos bons de ver
o belo, refletir o bem. Olhos de compreensão.
Um Homem de
estranhos discursos.
Quando almejamos
defender mais direitos e menos deveres, Ele aconselhava a que se alguém nos
convocasse a andar mil passos, andássemos até dois mil.
Que dizeres são
esses para uma Humanidade ainda tão ignorante? Ceder ao outro, não revidar ao
mal, perdoar ao inimigo. Orar pelos que nos perseguem e caluniam.
Quem pode entender
esses discursos? Quem os pode seguir?
* * *
O Homem de
estranhas falas teve muitos seguidores.
Na Úmbria, um
jovem cantor produziu versos de louvor aos céus, ao Criador, à natureza.
Recordou que o
melhor era doar-se.
E propôs a
reconstrução do pensamento crístico para felicidade do homem.
Na Índia, uma
mulher franzina foi ao encontro dos pobres mais pobres, com sua fé e sua
persistência no amor.
Na Bahia, outra
mulher, pequena, enferma, atraiu a si todos os deserdados da alegria, da saúde,
da fartura para lhes oferecer o pão, o medicamento, a ventura de se sentirem
seres humanos.
O Homem de
estranhos discursos tem sua vida vasculhada até hoje. Há os que dizem que Ele
foi uma invenção para acalentar infelizes.
Há os que afirmam
que Ele não passou de um profeta que andou pelas estradas falando coisas que
ninguém entendia.
Aqueles que O
encontramos na intimidade do coração, simplesmente O amamos.
Jesus, o Homem dos
discursos recheados de amor e de sabedoria.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.11.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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