Muita gente deseja
viver em paz convivendo, paradoxalmente, com situações que a tornam impossível.
Ninguém consegue
viver em paz, desrespeitando os direitos alheios.
Não se vive em paz
cultivando na alma os corrosivos da mágoa, da inveja, da prepotência, da
ingratidão, do desrespeito.
A paz consciente é
incompatível com a ignorância e com o descaso.
Não se pode
construir a paz nas bases da indiferença moral, nem nos alicerces da violência
íntima disfarçada de autenticidade.
Muita gente deseja
viver em paz convivendo, no entanto, com situações que a tornam impossível.
A paz que não está
sedimentada na razão e no mais profundo sentimento de amor ao próximo, não é
paz, é ilusão.
Quem observa a
superfície calma das águas de um charco, por exemplo, pode ter a ilusão de
vislumbrar a mansuetude, mas se sondar as profundezas, encontrará miasmas
pestilentos e odor fétido de podridão.
Para que a nossa
paz não passe de mera ilusão, nossas atitudes precisam ser iluminadas pela luz
da razão e aquecidas pelo sol do sentimento.
Certa vez alguém
escreveu:
Paz
é suave melodia, extraída da alma pelos dedos invisíveis da consciência
tranquila.
É
canção que cala a voz da violência, que desperta consciências e dulcifica quem
a possui.
A
paz tem a singeleza e o perfume de flores silvestres, cultivadas no solo fértil
da lucidez, pelas mãos habilidosas da razão e do sentimento.
E
é nesse jardim da alma que brotam as sementes da ternura e da compaixão, do
afeto e da mansuetude.
Um
coração sem paz é como uma orquestra sem tons nem sons, sem flores nem
perfumes, sem leveza e sem harmonia.
A
vida sem paz é como embarcação que navega sem luz, que desconhece o caminho e
se perde na imensidão de breu.
A
paz, ao contrário, enobrece os dons da alma e acarinha a vida...
Tem
a suavidade da brisa, ao amanhecer... E os vários tons multicores que despertam
a aurora.
Possui
o vigor da mais pujante sinfonia e a sutileza entre tons e semitons.
Paz:
a sinfonia perfeita cuja maior nota é o amor.
Quando
essa sinfonia ecoa nos corações, produz tons e sons na mais perfeita
harmonia...
Para
extrair da alma a melodia da paz é preciso afinar os acordes da razão e do
sentimento, as duas asas que nos guindarão para a luz inapagável, que a todos
nos aguarda no limiar do Infinito.
* * *
A
paz em nós nasce da compreensão e é mantida pela tolerância para com os erros
alheios.
Também
pela auto-aceitação dos nossos próprios erros, de modo a sabermos corrigi-los
sem tumulto e sem perda de tempo.
Em síntese, é
fácil a conquista da paz!
Basta
que não tenhamos ambição em demasia. Que corrijamos os
ângulos da observação da vida. Que amemos e que perdoemos. Que nos
entreguemos às mãos de Deus que cuida das "aves do céu" e dos
"lírios do campo" e que, por fim, cumpramos fielmente com
nossos deveres.
Falemos
de paz. Cultivemos a paz em nós. Ofertemos paz aos que nos rodeiam, nos servem,
nos amam, nos desejam o bem.
Redação do Momento
Espírita, com pensamentos finais do verbete Paz, do
livro Repositório de sabedoria, v. II, pelo Espírito Joanna de
Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL e do cap. Paz
em nós, do livro Calma, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM. Disponível no livro Momento
Espírita, v. 5, ed. FEP.
Em 18.11.2020
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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